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INCLUSÃO SOCIAL

Programação inclusiva do CIIR destaca a Paralisia Cerebral e equipamento garante autonomia às crianças assistidas

Por Pallmer Barros (CIIR)
06/10/2023 15h27

Para celebrar o Dia Mundial da Paralisia Cerebral (P.C), lembrado nesta sexta-feira (6), o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, realizou programação inclusiva com o intuito de conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas e promover a inclusão social combatendo o preconceito.

A programação contou com oficina de pintura facial conduzida pelo setor de arte e cultura, "CIIRnema" que trouxe em cartaz filmes com a temática, e Roda de Conversa que abordou o tema “Paralisia Cerebral (P.C): aceitação e superação”, tendo como palestrantes Ayrton Pessoa, que tem diagnóstico de paralisia cerebral e é profissional de educação física, e Tiago Santos, psicólogo, ambos terapeutas do CIIR. 

“O evento é para que o reabilitando sinta-se acolhido, porque estão participando diversas Pessoas com Deficiência. É uma programação que agrega valores de humanização e que traz uma convivência social permitindo a todos os usuários se unirem na luta pela inclusão e igualdade das pessoas com diagnóstico de P.C”, pontua Bruno Cruz, coordenador do Centro Especializado em Reabilitação (CER IV), setor pertencente ao CIIR.  

Ferramenta de reabilitação – O CIIR, diariamente, oferta diversas terapias na reabilitação dos usuários assistidos, e dentre os recursos utilizados nos acompanhamentos, está o Parapódium, equipamento conduzido pela equipe multiprofissional da instituição que vem potencializando o plano terapêutico de pessoas com este diagnóstico, que tem o objetivo principal de estimular à bipedestação e, de forma secundária, o controle de tronco e cervical. 

"Este equipamento possibilita que o reabilitando fique em posição ortostática, simplesmente, de ficar na posição em pé para melhorar as funções corporais, tais como: respiratória, muscular, óssea, digestiva e tátil. Ainda, de forma lúdica, eleva o campo visual e aumenta a comunicação entre o terapeuta e o usuário, proporcionando assim, novas formas de posicionamento e atividades corporais”, explica Jessica Assis, fisioterapeuta do CIIR e profissional que conduz a atividade. 

Um dos comtemplados com o Parapódium integrado ao plano terapêutico é o pequeno João Victor Pereira, de seis anos. De acordo com a terapeuta, o garoto adora ficar em pé e isto vai garantindo a ele, desenvolvimento. 

João Victor Pereira, já contabiliza ganhos com a utilização do Parapódium

“Sempre alinhamos os nossos objetivos com os objetivos dele. O João adora ficar em pé e poder proporcionar a ele esta experiência, é indescritível. Além do mais, é inclusão, porque estamos tirando um pouco o João da cadeira de rodas e proporcionando a realização de atividades que em casa não são possíveis. Além disso, o equipamento nos permite sair da sala de terapia e realizar várias atividades lúdicas e bimanuais. Conseguimos passear pela orla do Centro, pelo jardim sensorial, tudo para deixar a terapia mais agradável e fazer com que não recuse a atividade proposta”, explica.

Jessica Assis salienta ainda que para o João ter sustentação nos membros inferiores, é necessário pôr talas extensoras nas pernas, um auxílio que pode incomodar e chamar a atenção para a recusa, por isso, há necessidade de utilizar recursos lúdicos de ambiente e brinquedos educativos. 

Com as sessões no Parapódium, futuramente o reabilitando poderá conseguir habilidades que atualmente não possui. “O nosso foco com ele é o controle da cervical e do tronco. Conquistando estes dois fatores principais, iremos favorecer outras habilidades como se sentar sem apoio, coordenação motora grossa para que consiga pegar objetos e o contato visual a conhecer as cores e verbalizar palavras”. 

Durante acompanhamento há dois anos no CIIR, segundo a mãe, Alessandra Nascimento, de 31 anos, são destacado pontos positivos conquistados pelo menino e ela projeta mais desenvolvimento com o suporte do Parapódium. 

“Quando iniciou, não tinha total controle de tronco. Ele ficava o tempo todo com a cabeça baixa. Agora, consegue sustentar o pescoço, vira quando alguém o chama; com isso, ajudou também a pegar bolacha e levar até a boca para comer, por exemplo. Claro, dentro de seus limites. Outro ponto de destaque é a verbalização que realiza aos poucos. Então, gradativamente, evoluiu em seu objetivo clínico e tenho a certeza de que vem mais evolução pela frente”, planeja a genitora após o filho realizar mais uma sessão da terapia com o Parapódium.

Paralisia Cerebral (P.C) – Segundo o Ministério da Saúde (MS), é a deficiência mais comum na infância, sendo caracterizada por alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento motor e cognitivo, envolvendo o movimento e a postura do corpo. Essas alterações são secundárias a uma lesão do cérebro em desenvolvimento e podem ocorrer durante a gestação, no nascimento ou no período neonatal, causando limitações nas atividades cotidianas. 

Apesar de ser complexa e irreversível, de acordo com o MS, crianças com diagnóstico de P.C podem ter uma vida rica e produtiva, desde que recebam o tratamento clínico e cirúrgico, adequados às suas necessidades. Ainda, segundo a pasta, a cada mil crianças nascidas vivas, duas são diagnosticadas com P.C. 

Referência - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço - O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.