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Uepa e IPT firmam cooperação técnico-científica

Por Redação - Agência PA (SECOM)
17/03/2018 00h00

A Universidade do Estado Pará (Uepa) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) firmaram termo de cooperação técnico-científica para o desenvolvimento de projetos e atividades voltados ao ensino, pesquisa e extensão entre o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), em nível de mestrado, e o curso de graduação em Tecnologia de Alimentos, do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT), durante o Congresso Brasileiro da Mandioca, no dia 15 de março, em Belém.

O reitor Rubens Cardoso enfatizou a importância da parceria com o IPT. “Essa cooperação cobre em parte o programa de pós-graduação em muitas questões que precisamos trabalhar e o curso de Tecnologia de Alimentos, que é ofertado em seis municípios (Belém, Marabá, Redenção, Cametá, Salvaterra e Castanhal), e vai nos possibilitar fazer uma melhoria, no que o IPT tem mais competência”, explicou.

Com a parceria será possível trazer ao Pará professores do IPT para a realização de cursos e disciplinas voltados ao desenvolvimento de tecnologia e elaboração de projetos, especialmente para aproveitamento de resíduos. Além disso, abrem-se oportunidades de formação de recursos humanos e mobilidade acadêmica, com oferta de bolsas de iniciação científica e pós-graduação.

"Somos um mestrado em Ciências Ambientais que está dentro da Câmara de Meio Ambiente e Ciências Agrárias, da Capes, comportando o estudo da mandioca, entre outros temas. Há aderência com o programa, temos professores que trabalham nessa linha sob várias correntes: na transformação em produtos e com as famílias de agricultores, especificamente a questão social", explicou o coordenador do PPGCA, Altem Pontes. 

Cláudia Teixeira, representante do IPT, foi uma das palestrantes do evento. “O IPT é uma instituição de pesquisa tecnológica em vários segmentos e somos uma sociedade anônima, sem fins lucrativos, ligada ao governo do estado de São Paulo. Nossa missão é melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento da sociedade. Parcerias com as universidades que possam ajudar na produção do conhecimento tecnológico e inovação são muito importantes. Temos programas que visam à formação de recursos humanos e recebemos alunos com bolsas de pesquisas de mestrado e doutorado dentro da infraestrutura do IPT”, informou.

“Nossos alunos poderão desenvolver investigações com a tecnologia utilizada em São Paulo e com os projetos poderemos, futuramente, adquirir equipamentos para análises e pesquisas na Uepa. Ao ser qualificado lá, o nosso pessoal estará apto a operar os equipamentos adequadamente”, explicou Werner Terrazas, coordenador do curso de Tecnologia de Alimentos, que integrou o comitê científico do congresso, possibilitando a agilidade na elaboração do termo para a assinatura das partes durante o evento.

Terrazas esteve presente na organização e preparação dos temas abordados nas palestras e apresentações. De acordo com ele, a segunda edição do congresso tomou uma dimensão internacional, com a participação de organizações ligadas à produção de mandioca no Brasil e na América Latina. “A mandioca é considerada uma cultura cosmopolita, pela propriedade de se adaptar às diversas regiões. Durante os dias de evento, os participantes compartilharam os resultados das variedades de suas localidades. No Pará, por exemplo, o produtor mistura o material e algumas vezes não tem o espaçamento definido e isso interfere na produtividade. Somos o maior produtor do Brasil pela extensão de área de cultivo, mas a produção por hectare ainda é pequena”, explicou.

A produção paraense ainda é artesanal. Apenas no município de Santa Maria do Pará existem mais de 150 casas de farinha. Em todo o estado esse número é estimado em três mil pequenas unidades de produção. A participação da indústria se restringe ao envase. A meta é chegar a 40 toneladas de raízes por hectare ao ano. Para isso é necessário melhoramento genético e industrial, uma vez que a falta de uniformidade implica na regulagem do equipamento de mecanização.

O reitor Rubens Cardoso saudou os congressistas e comentou a participação da Uepa como apoiadora do evento. “Para nós da universidade, os congressos são importantes porque além de impulsionar pesquisadores, produtores do agronegócio, impulsiona também a academia para estar junto e prospectar conjuntamente o avanço nos questionamentos apontados, como é o caso do cultivo da mandioca, que tem mais de sete milhões de anos de domesticação. Aqui, o primeiro mingau é feito com farinha - a mandioca tem sido a base alimentar de oito milhões de paraenses – e para a academia, além do produto, ela é importante na área tecnológica e alimentar”, frisou.