Caminhada marca primeiro dia após reabertura do Parque do Utinga
Uma reabertura feita a milhares de mãos. A fita inaugural colocada no início da trilha principal do Parque do Utinga foi rompida por mais de cinco mil pessoas ansiosas pelo início da caminhada, marcando o segundo dia da programação de reabertura do mais novo espaço paraense de lazer e interatividade com a natureza. Misturado às pessoas que também foram participar do evento, o governador Simão Jatene andou os quatro quilômetros que separam a entrada do parque ao seu ponto final, o Recanto da Volta.
Guias espalhados por todo o parque davam orientações sobre a trilha principal – com espaço para pedestres e ciclistas – e as trilhas adjacentes, onde o contato com a natureza – fauna e flora – é mais direto. Árvores de todos os tamanhos, flores, macacos, preguiças, araras e papagaios podem ser facilmente encontrados pelos caminhos. Entre os bichos, a presença de um deles ganhou mais comemoração. A ararajuba, ave de coloração amarelo-ouro, da mesma família das araras e papagaios, estava desaparecendo por causa do seu alto valor comercial. No Parque do Utinga, elas encontraram um espaço seguro para reprodução.
Munidos de câmeras amadoras ou profissionais e celulares, os visitantes abusaram das fotos durante a caminhada. Os locais mais visados foram os mirantes debruçados sobre o lago Água Preta. Em locais estratégicos, servidores do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), davam orientações sobre a preservação do espaço. “O espaço está entregue, agora é contar com o apoio da população para que ele seja sempre preservado”, disse Thiago Valente Nova, presidente do Ideflor. “Há poucas lixeiras na trilha principal de caminhada e isso é proposital, pois vai fazer com que cada visitante se torne responsável pelo seu próprio lixo, sem poluir o parque”, completou.
Veículos a motor não podem circular pela trilha principal. A exceção ficará por conta dos carros de serviço e emergência e de um carrinho elétrico que auxiliará pessoas com dificuldade de locomoção. Os grandes espaços de convivência – cafés e restaurantes – estão em fase final de construção e logo estarão funcionando. Ao longo da trilha principal, os visitantes poderão ainda fazer atividades como rapel, slackline e canoagem. Se a fome bater, veículos do tipo food-truck podem ser encontrados no início do parque, perto da entrada.
“Esse parque representa a reconstrução da relação entre o ser humano e a natureza”, disse o governador Simão Jatene. “Aqui, o ser humano vai completar o parque ao mesmo tempo em que será completado por ele”, completou o governador. “A manifestação que vimos hoje, com milhares de pessoas lotando o Parque do Utinga, mostra que as pessoas já entenderam uma coisa: o parque lhes pertence e cabe a todos nós, agora, sermos bons donos, cuidando do parque, zelando por ele e por essa natureza magnífica que o cerca”, completou Simão Jatene.
O parque
O Parque do Utinga é uma Unidade de Conservação na Região Metropolitana de Belém, que guarda os lagos Bolonha e Água Preta, os principais mananciais da RMB, e uma grande biodiversidade da fauna e flora da Amazônia. O Parque agora dispõe de várias atrações, como rapel, canoagem, trilhas e outros esportes, em caráter experimental.
Entre as novidades estão o circuito de quatro quilômetros de pistas, preparado para caminhadas e passeios de bicicleta, patins e skate, além de um amplo estacionamento com 400 lugares e um centro de recepção aos visitantes, equipado com auditório de 50 lugares, e cafeteria.
A área verde do Parque dispõe de mais de nove quilômetros de trilhas interpretativas, abertas e recuperadas, atrações para passeios guiados. A visitação será aberta, sem cobrança de ingresso, como acontece em vários parques espalhados pelo mundo. O objetivo do Peut é promover serviços com segurança e qualidade, realizados de acordo com o Plano de Manejo do Parque, e utilização dos lagos como espaços para atividades esportivas que se enquadrem nos objetivos do Plano. Há também um esforço do governo em atrair projetos de pesquisa, que além da produção de conhecimento viabilizem a difusão de informações sobre a biodiversidade.
Serviços entregues (alguns em caráter experimental):
1) Centro de Acolhimento: Food trucks; loja de souvenir, organizada pela Fundação Cultural do Pará, e estacionamento;
2) Espaço Milton Monte: Cafeteria e exposição de cerâmica marajoara;
3) Recanto da Volta: Cafeteria; prática de canoagem e stand up paddle;
4) Quatro quilômetros de trilha central;
5) Nove trilhas interpretativas: Trilhas; rappel; tree climbing; boia cross; slackline e locação de bicicletas.