Nove mil comparecem à prova para agente prisional no concurso da Susipe
Um total de 9011 candidatos fizeram as provas para concorrer a 500 vagas para agente prisional da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), neste domingo, 18. No total, 11.835 candidatos estavam inscritos para o concurso, que é o primeiro da instituição para o cargo.
As provas foram realizadas em Belém, Altamira, Marabá, Castanhal, Itaituba e Santarém. A empresa organizadora foi a Assessoria em Organização de Concursos Públicos (AOCP), que confirmou o índice de 24,52% de candidatos faltosos num total de 2.928.
A titular da Secretaria de Estado de Administração (Sead), Alice Viana, fez uma avaliação do concurso. “O certame da Susipe foi marcado pela organização e tranquilidade. Hoje tivemos a realização do primeiro concurso público para agente prisional, que é um marco importante no sistema de gestão penitenciária e ocorreu dentro da normalidade. Agora os candidatos aprovados passarão pelas outras fases e estarão aptos a ingressar no Sistema Penitenciário Estadual”, avaliou.
Em Belém, a candidata Larissa Albuquerque, de 23 anos, procura a sua primeira oportunidade profissional. De uma família de servidores do sistema penitenciário, ela viu no concurso a chance de ingressar na Susipe. “Estudei em casa e minha família me deu a maior força. Espero fazer uma boa prova e ter meu primeiro emprego”, disse. Na capital, três candidatos foram eliminados do concurso porque os celulares tocaram dentro de sala de aula. Outro portava um pen drive e também foi excluído do certame.
Outros municípios
O candidato Flávio Araújo de Medeiros veio de Natal, no Rio Grande do Norte. Ele saiu na sexta-feira para prestar a prova do concurso público em Castanhal. "Minha preparação começou há uns quatro meses para esse certame e o que me motivou a fazer a prova da Susipe é a questão da estabilidade, apesar de já ser funcionário público. Eu estou confiante. Se não estivesse, nem teria vindo", disse.
No mesmo município, um candidato foi eliminado, pois o celular tocou em sala, e três aparelhos foram encontrados antes do início das provas nos banheiros das escolas. Os objetos foram recolhidos pela Polícia Civil, que já iniciou as investigações.
Em Altamira, as provas foram realizadas em dois locais, nas escolas Polivalente e Ulysses Guimarães. Após um pouco mais de duas horas e meia de prova, o motorista Marcos André Soares de Oliveira, de 42 anos, saiu da Escola Municipal Dr. Ulysses Guimarães, com o sentimento de que se saiu bem, mas que poderia ter sido melhor. "O conteúdo foi bem amplo, baseado muito na atualidade, a prova foi bem elaborada. Não achei tão difícil, mas por conta de problemas pessoais e do meu trabalho não consegui me preparar como eu gostaria. Se não, o sucesso seria garantido", destaca.
No local apenas um candidato chegou atrasado e outro não apresentou nenhum tipo de documentação e por isso não pôde realizar a prova, ambos na Escola Estadual Polivalente. Na Ulysses Guimarães, o celular de um candidato tocou durante o concurso, o que configura eliminação na seleção.
Na região de Carajás, em Marabá, 2.078 pessoas fizeram a prova, mas foram registradas 887 faltas. O certame foi realizado em nove escolas, distribuídas nos núcleos Nova Marabá, Velha Marabá e Cidade Nova.
Sérgio Chaves, que trabalha como agente prisional temporário há oito meses na Susipe, foi direto do plantão na carceragem de Parauapebas fazer a prova. “Eu estou em busca de estabilidade. Espero fazer uma boa prova e conseguir ser efetivo. Como já tenho experiência espero ter vantagem na prova. Apesar do pouco tempo por conta do trabalho, eu acredito que estudei o suficiente para passar”.
Quatro candidatos foram eliminados em Marabá pelo toque de celular dentro de sala de aula. Um fiscal da organizadora encontrou um material de estudo dentro do banheiro de um local de prova, que foi encaminhado para a coordenação.
Em Santarém, o segundo dia de provas ocorreu de forma tranquila. O certame foi realizado nas dependências da Escola Estadual de Ensino Médio Álvaro Adolfo da Silveira e no campus Rondon da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). De acordo com a coordenação local, apenas um incidente foi registrado: a eliminação de um candidato, que realizava a prova na Ufopa, porque o celular tocou em sala de aula.
Alguns candidatos vieram de outros estados realizar a prova. Um deles foi o professor de Educação Física, Jean Barros, de 31 anos, residente em Macapá-AP. Ele vem tentando ser servidor em um órgão da Segurança Pública. "Esse já é meu terceiro concurso na área da Segurança. Já tinha feito outras vezes lá em Macapá, para a Polícia Militar e Polícia Civil. Quando surgiu a oportunidade não pensei duas vezes e vim fazer o concurso da Susipe. Acredito que dá pra ficar entre os classificados”.
Mais um candidato de fora é Roberto Sales, de 42 anos, residente em Manaus-AM. Para ele, ser aprovado representa a chance de conseguir a tão sonhada estabilidade. "Domingo passado fiz o concurso da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]. Em relação ao concurso da Susipe acredito que me preparei bem. Agora é ficar na torcida e quem sabe voltar para Santarém já como servidor concursado", disse.
Em Itaituba não houve ocorrência no local de prova. Bruna Spechet, estudante de 18 anos, diz que o seu propósito é conquistar o primeiro emprego e se consolidar no mercado. Bruna também diz que a prova foi boa, já que ela se preparou bastante. "Para mim foi um desafio, mas eu me preparei para a prova. Espero conseguir uma vaga, até para dar um orgulho à minha mãe". A jovem fez a prova em três horas e dez minutos.
Fases
O concurso público da Susipe será constituído de duas fases, observadas as peculiaridades do cargo a qual cada candidato concorre. A primeira fase foi composta das seguintes etapas: prova objetiva e discursiva, de caráter eliminatório e classificatório; avaliação psicológica, de caráter eliminatório; exame médico, de caráter eliminatório; prova de aptidão física, de caráter eliminatório; investigação social para verificação de antecedentes pessoais, de caráter eliminatório, e avaliação de títulos, de caráter classificatório, para os cargos de nível superior, sendo, porém, facultada a sua exigência.
Já a segunda fase será a etapa referente à realização do curso de formação profissional, no Instituto de Ensino de Segurança Pública do Pará (Iesp), com carga horária mínima prevista de 400 horas, de caráter eliminatório e classificatório. Será considerado aprovado no concurso público, após a realização da primeira fase, o candidato que atender aos requisitos de carga horária, frequência e nota mínima exigidos no Curso de Formação Profissional.
Para o cargo de agente prisional é exigido o nível médio e CNH, conforme estabelecido na Lei nº 8.322. A remuneração inicial é de R$ 2.435,10 acrescida das vantagens do cargo e do auxílio alimentação de R$ 750,00.