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PARCERIA INSTITUCIONAL

Acordo de cooperação fortalece políticas de bioeconomia na Terra Indígena Alto Rio Guamá

Ideflor-Bio, Uepa e Cirad se uniram para valorizar principalmente o papel das mulheres na produção de joias com material sustentável

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
29/09/2023 22h52

Fortalecer as organizações indígenas para que atuem na restauração florestal e na rede produtiva de mudas e sementes, a fim de consolidar a cadeia da bioeconomia no Pará. Esse é um dos objetivos do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), celebrado nesta sexta-feira (29), entre o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), a Universidade do Estado do Pará (Uepa) e o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento do Governo Francês (Cirad).A cooperação foi celebrada no espaço São José Liberto, que sedia o Polo Joalheiro do Pará

A medida garante a execução do “Projeto de Apoio à Gestão e à Restauração Florestal da Terra Indígena Alto Rio Guamá”, que abrange os municípios de Santa Luzia do Pará, Nova Esperança do Piriá e Paragominas, nas regiões nordeste e sudeste. O Acordo foi assinado no Espaço São José Liberto, em Belém, com a presença do presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto; do reitor da Uepa, Clay Chagas; do diretor-geral do Cirad no Brasil, Pierre Marraccini, e de lideranças dos povos originários.

A parceria interinstitucional possibilitará o compartilhamento de conhecimentos científicos e técnicos, e a troca de experiências entre os parceiros. A Uepa, por meio de seus pesquisadores e estudantes, contribuirá com estudos e pesquisas científicas sobre a biodiversidade local, monitoramento ambiental e impactos das ações de restauração florestal.

Reitor da Uepa, Clay Chagas, o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, e o diretor-geral do Cirad no Brasil, Pierre Marraccini com o Acordo assinadoJá o Cirad, renomado centro de pesquisa agronômica internacional, participará com sua expertise em projetos de restauração florestal e manejo sustentável de recursos naturais. A organização fornecerá suporte técnico e capacitação para a implementação das ações propostas, além de auxiliar na articulação de parcerias nacionais e internacionais.

União de esforços - Segundo Nilson Pinto, a parceria representa um marco importante para a conservação ambiental e o fortalecimento das comunidades indígenas. “Este momento representa a união de esforços entre as instituições, a qual possibilitará ações mais efetivas e sustentáveis, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das comunidades e a proteção da biodiversidade”, afirmou o presidente do Ideflor-Bio.

Uma das organizações beneficiadas pelo projeto é a Associação das Mulheres Indígenas do Gurupi (Amig), entidade criada com apoio do Ideflor-Bio. Atualmente, a Associação é responsável pela gestão de dois dos seis viveiros de mudas implantados pelo Instituto na Terra Indígena Alto Rio Guamá.Biojoias confeccionadas por mulheres Tembé

Diálogos - Após a assinatura do Acordo houve uma mesa-redonda com o tema “Mulheres e Floresta: Tradição, Empoderamento e Sustentabilidade”. Representantes de órgãos do governo dialogaram com as mulheres indígenas convidadas; apresentarem seus serviços e analisaram o apoio institucional à produção das biojoias que produzem.

O debate foi composto apenas por mulheres, dentre elas a assessora técnica do Ideflor-Bio, Lena Pinto; a gerente de Articulação e Promoção da Secretaria de Estados dos Povos Indígenas, Eliana Veloso; a diretora de Políticas para Mulheres da Secretaria de Estado das Mulheres, Clarice Leonel; a presidente da Associação das Mulheres Indígenas do Gurupi, Valsanta Tembé, e outras convidadas.

Bioeconomia - Também foi realizado o pré-lançamento do e-book “Biojoias do Povo Tembé - Mulheres Indígenas e Produtos de Arte com Sementes da Floresta”, resultado da parceria entre o Ideflor-Bio, por meio da Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio), e a Amig. O trabalho mostra o processo de produção das biojoias pelas mulheres indígenas que habitam a porção sul da Terra Indígena Alto Rio Guamá.

Ainda com o objetivo de dar visibilidade e valorizar o trabalho de 120 mulheres indígenas que produzem biojoias a partir do manejo e uso sustentável de sementes florestais, ocorreu um desfile e uma exposição de peças confeccionadas pelos Tembé, no hall do Espaço São José Liberto.

Para uma das organizadoras do evento, a técnica da DGBio Claudia Kahwage, “é impressionante que elas esculpem as sementes para produzir essas joias, coletam dezenas de tipos de materiais para compor essas peças, que são adornos do corpo que trazem a identidade indígena, inclusive a nossa identidade amazônica, a qual estamos tentando valorizar, conservar e, também, a partir da comercialização das peças, gerar renda para essas mulheres indígenas, que já é um fator de fomento à bioeconomia”, enfatizou.