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Rede estadual de ensino oferece atendimento especializado para alunos com Síndrome de Down

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/03/2018 00h00

Nesta quarta-feira, 21 de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down, data oficialmente estabelecida em 2006 e que tem por finalidade dar visibilidade ao tema, combater o preconceito e a falta de informação correta. Na rede pública estadual de ensino, o aluno com Síndrome de Down é incluso em classes regulares e tem direito, também, ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado, prioritariamente, no contraturno escolar, conforme determina a Política Nacional da Educação Especial.

A coordenadora de Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Kamilla Vallinoto, lembra que atualmente, a rede pública estadual conta com 630 escolas com salas de recursos multifuncionais em todo o Estado. Nessas salas, o estudante com Síndrome de Down recebe o AEE. Além desses locais, esses alunos também podem ter esse atendimento em unidades, centros e núcleos especializados públicos e instituições privadas conveniadas com a Secretaria.

“A grande contribuição desse atendimento é a possibilidade de promover a autonomia e independência desse aluno na escola e no contexto social. O Atendimento Educacional Especializado é ofertado para complementar a formação dos alunos com Síndrome de Down, que são atendidos nas suas especificidades para que possam participar ativamente do ensino comum. Normalmente, são utilizados materiais didáticos e pedagógicos produzidos pelos próprios professores da Educação Especial para promover o desenvolvimento intelectual desses estudantes”, detalha Kamilla.

Segundo a coordenadora – tendo como base o ano de 2017 (2018 ainda estão sendo efetivadas) –, existem no Estado, 3.463 alunos com deficiência intelectual ou Síndrome de Down. A jovem Thamires Dias, de 21 anos, é um exemplo. Matriculada no quinto ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual Tiradentes I, do bairro de Batista Campos, em Belém, ela recebe o AEE na Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), uma das entidades conveniadas à Seduc. Mesmo assim, na própria escola, a Thamires conta, duas vezes por semana, com um reforço pedagógico, no sentido de que ela possa desenvolver ainda mais o seu aprendizado. “Uma das consequências da Síndrome de Down é a dificuldade de reter o aprendizado, por isso, a memória de longo prazo precisa ser estimulada constantemente, e é por isso que procuramos fazer um reforço pedagógico”, explica a professora Janaína Machado, que coordena esse atendimento à aluna.

Para a mãe de Thamires, a dona de casa Raimunda Dias, de 59 anos, a moça tem evoluído bastante e hoje já consegue ler e escrever algumas palavras. “Cada coisa, por menor que seja, é uma grande vitória para nós. Lembro de quando a Thamires começou a andar, já com dois anos. Isso foi motivo de grande alegria para todos em casa. Hoje, o nosso maior desejo é que ela consiga assinar o nome dela, porque para nós isso é primordial, e ela já está caminhando para isso”, destaca.

O oficial de máquinas Heyder Coelho é pai de Heyke, de 15 anos, que nasceu com Síndrome de Down. O rapaz, hoje, está matriculado no sétimo ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual General Gurjão, do bairro da Cidade Velha. Ele conta que o filho estudou até o quinto ano do Fundamental numa escola da rede privada. Depois, começou a sentir certa dificuldade de inclusão. A família decidiu, então, colocá-lo em uma escola da rede pública estadual. “Tive boas referências da Escola General Gurjão e decidi matriculá-lo. Hoje, vejo que eles têm um bom projeto, não apenas para o aluno com Síndrome de Down, mas para todos que têm alguma deficiência. A evolução do meu filho é lenta, mas acontece, e percebemos, também, que a própria sociedade já enxerga o portador da síndrome de uma maneira menos preconceituosa”, acredita.

A mesma visão tem a professora da sala de recursos multifuncionais da Escola General Gurjão, Sandra Mendes. Atuando há 27 anos na área, ela diz que hoje vê um avanço muito grande nessa questão. “Antigamente era um trabalho mais restrito, hoje, ampliou-se muito, com uma inserção verdadeira do aluno. Existe uma expectativa para que esse aluno possa avançar, temos muitos casos aqui de estudantes que saíram para Universidade e isso é muito bom”, avalia.