Dia D da Cidadania com Síndrome de Down tem programação em Belém
Com palestras, emissão de documentos, apresentações culturais, oficinas e exposições, o Dia D da Cidadania com Síndrome de Down trouxe uma programação diversificada e educativa sobre a questão das pessoas com deficiência intelectual, na manhã desta quinta-feira, 22, na Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). O evento foi realizado em conjunto entre a Gerência de Promoção do Direito de Pessoas com Deficiência da Sejudh e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Belém (Apae) e faz parte de um conjunto de ações realizadas entre as duas instituições em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta quarta-feira.
O secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Pará, Michell Mendes Durans, esteve presente e falou sobre a ação e sua importância. Ele frisa que a questão da Síndrome de Down deve ser lembrada todos os dias. “Primeiro, queria agradecer a todos os parceiros que estiveram aqui contribuindo para que o dia de hoje fosse possível. Ontem foi um dia importante, o Dia Internacional da Síndrome de Down. Hoje é o dia em que nós nos reunimos para lembrar a importância da luta por essa causa, que na verdade deve ser lembrada todos os dias. Nós vivemos um momento muito difícil, em que o amor humano está sendo testado cada vez mais, mas não podemos desacreditar das pessoas. Quem convive com alguém que tem Síndrome de Down sabe que com eles é muito amor para dar. Ontem foi só um dia em que se dá relevo para essa necessidade, mas a luta ocorre todos os dias contra qualquer tipo de violação”.
Além da Apae, estiveram presentes na ação outras organizações da sociedade civil e governamentais, como o Plano Existir, Fundação Cultural do Pará, Fundação Pestalozzi e Unidade Especializada Yolanda Martins, entre outros.
Idaisa Novaes, psicóloga da Apae, foi uma das palestrantes durante a ação. Ela falou sobre a pessoa deficiente no mercado de trabalho e explica a escolha do tema. “A Apae tem vários programas. Para hoje foi escolhido, até pela questão da ação da Sejudh de estar emitindo documentos como identidade e carteira de trabalho, o programa de inclusão de deficientes no mercado de trabalho, justamente para que as pessoas percebam que têm capacidade de trabalhar. Antes as pessoas com deficiência eram ditas incapazes, hoje têm a perspectiva de trabalhar por conta da lei, que institui que as empresas contratem pessoas com necessidades especiais”.
A Técnica de Enfermagem Suellen Silva levou sua filha Ana Rosa para tirar carteira de identidade. Ela conta que é necessário falar sobre a temática para que as pessoas possam saber mais sobre o que é a Síndrome de Down. “É muito importante falar sobre o tema e ter mais informações, pois muitas pessoas discriminam por não saberem do que se trata. Até hoje há alguns que pensam que Síndrome de Down é uma doença contagiosa, por exemplo, coisa que não é. Às vezes as pessoas de mais idade olham pra minha filha no ônibus e comentam que ela é doente. Eu escuto e às vezes fico calada, mas também falo que não é verdade. Ela é uma pessoa como qualquer outra, que tem dificuldades, assim como as outras”.
O instrutor Gilvan Tavares, das Oficinas Curro Velho, promoveu atividades de pintura e desenho durante o evento. Ele ressalta a importância de trabalhar com esse grupo específico e explica que existe a possibilidade dessas pessoas integrarem turmas de pintura e desenho na FCP. “Estamos mais uma vez com a parceria com a Sejudh e desenvolvemos uma atividade de desenho e pintura de pássaros com pessoas com Síndrome de Down. E é muito importante realizar um trabalho como esse, por se tratar de um público específico. Soma muito trabalhar com esse grupo. Inclusive, existe a possibilidade de eles irem para a Fundação e participarem das turmas de pintura. Minhas turmas lá são diversificadas, pois trabalho tanto com crianças, adolescentes e pessoas especiais”.
Nesta quinta-feira, 23, Apae e Sejudh seguem realizando ações em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down. Na Av. Generalíssimo Deodoro, 413, em Belém – Sede da Apae, das 8h às 12h, será realizada uma Roda de Conversa sobre garantia de direitos das pessoas com Síndrome de Down.
