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Festividade do Çairé, em Santarém, recebe incentivo cultural do Estado

O evento centenário realizado na Vila de Alter do Chão foi contemplado pela Lei Semear

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
16/09/2023 16h03

O Çairé, manifestação da cultura popular amazônica realizada há mais de 300 anos no distrito de Alter do Chão, município de Santarém, Oeste do Pará, está entre os projetos contemplados neste ano pelo governo do Estado, por meio do Programa Estadual de Incentivo à Cultura (Semear,) executado via Fundação Cultural do Pará (FCP).

A origem do evento remete às missões evangelizadoras feitas por jesuítas na Amazônia. Há mais de três décadas também foi criado oficialmente o Festival dos Botos, agregado à Festa do Çairé para aumentar a visibilidade do evento, atrair a atenção dos mais jovens e contribuir para manter a tradição. O Festival envolve a disputa entre os Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa.Disputa entre os botos é uma das atrações do Çairé em Alter do Chão

O “Çairé” ocorre sempre no mês de setembro. Neste ano, é realizado de 14 a 18. No sábado anterior à abertura (09), ocorreu a busca dos mastros em praias e matas próximas à Vila de Alter do Chão. Durante o dia são realizados rituais tradicionais, e no início da noite outras cerimônias, com ladainhas e cantorias. Após a programação tradicional começam as apresentações de danças típicas, atrações musicais e o confronto entre os Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa.

A festividade fomenta a cultura e o turismo, gerando empregos e movimentando a economia criativa local, que em setembro gira em torno de R$ 23 milhões, informou o secretário de Cultura de Santarém, Luís Alberto Figueira (conhecido por Pixica).

“O Çairé é uma das manifestações culturais mais significativas da Amazônia por seu patrimônio material e imaterial, pela beleza artística. Devido à sua importância para a comunidade santarena, para os povos Borari, o evento recebe a chancela da Lei Semear, do governo do Pará”, disse o presidente da Fundação Cultural do Pará, Thiago Miranda, que participou da festividade na sexta-feira (15).

Fotografia - Neste ano, a festa do Çairé tem novidade: uma chamada aberta dirigida aos fotógrafos da região do Tapajós para envio de imagens dentro da temática Çairé Festividade Tapajônica. O resultado será projetado em telão na Praça Sete de Setembro, durante todo o período do Festival. A chamada aberta prevê três menções honrosas. A curadoria está a cargo dos paraenses Guy Veloso e Ceci Bandeira.

A novidade visa estimular a criação, produção, o fortalecimento e a difusão da fotografia produzida na Região do Tapajós. Os interessados podem acessar o site www.namazonia.org para ter acesso ao formulário de inscrição e enviar os registros fotográficos.

Investimento - Neste ano, o Çairé e o Festival dos Botos receberam investimento superiores a R$ 700 mil do Governo do Pará, por meio do Programa Estadual de Incentivo à Cultura, tendo como patrocinadoras as empresas Vivo e Solar Coca-Cola.

“É setembro; é Çairé. Eu quero agradecer à Fundação Cultural do Pará pelo apoio que tem dado através da Lei Semear, uma lei estadual de incentivo à cultura, que tem nos ajudado a promover um grande evento, que reputo como o maior evento folclórico da Amazônia. Agradeço ao presidente Thiago Miranda, que tem ajudado de forma efetiva os fazedores de cultura de Santarém a proporcionarem ao povo um grande evento como o Çairé”, destacou o secretário de Cultura de Santarém.

A FCP fomenta, preserva e difunde os bens culturais, assegurando o acesso às formas de linguagem de arte e ofício, e o desenvolvimento das artes em geral, mediante atividades nas áreas de ensino, extensão, experimentação e pesquisa, valorizando o homem como agente da própria cultura.

Mais recursos – Em 2023, mais de 500 projetos foram aprovados, ficando aptos a captar recursos por meio da Lei Semear. O programa recebeu uma ampliação substancial de investimentos em quatro anos, saindo de R$ 3 para R$ 20 milhões, por meio de renúncia fiscal, em parceria com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa).

O Programa Estadual de Incentivo à Cultura tem o objetivo de regular a realização do processo de seleção de projetos culturais. Os selecionados podem captar recursos com Pessoa Jurídica, de empresas situadas no Pará, que sejam contribuintes de Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS).

Podem participar projetos culturais dos mais diversos segmentos, performances e linguagens, que gerem produtos para exibição, utilização e circulação pública de bens e serviços na área. Os interessados em participar da Lei Semear devem se inscrever exclusivamente por meio do Sistema de Gestão de Projetos Culturais do Programa Semear (SGP Semear), disponível no site da Fundação Cultural do Pará (fcp.pa.gov.br).

A secretária Executiva do Semear, Carmem Fischer, explicou sobre a participação no programa. “Em 2023 nós habilitamos mais de 500 projetos a procurarem patrocínio para execução dos projetos. Após um processo interno de qualificação, emitimos um certificado que dá o direito aos proponentes de procurarem uma empresa que esteja disposta a patrocinar o seu projeto”, informou.

“Entendemos que a Lei Semear é um instrumento estratégico para promovermos uma política pública democrática e transparente para o setor cultural, garantindo capilaridade pelo Estado, e também contemplando todas as expressões e segmentos do setor cultural. No total, com os demais investimentos, temos a previsão de promover a injeção de mais de R$ 120 milhões no segmento cultural para os próximos quatro anos, sendo a metade deste investimento com recursos próprios da Fundação Cultural do Pará, e o restante via incentivo fiscal”, acrescentou Thiago Miranda.