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Estratégias contra a tuberculose são discutidas em seminário

Por Redação - Agência PA (SECOM)
23/03/2018 00h00

O Pará ocupa o sexto lugar no ranking brasileiro em incidência da tuberculose, segundo dados do Ministério da Saúde, ficando atrás do Amazonas, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo. É, ainda, o segundo da região Norte em número de casos, que chegou a 3.332 novas confirmações, quantidade inferior aos 3.589 registrados em 2016. Entre as capitais brasileiras, Belém é a quinta com maior número de pacientes, chegando a 64 para cada 100 mil habitantes só em 2017, superada por Manaus, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre.

Essa realidade da tuberculose no Estado e no Brasil foi discutida durante o VIII Seminário Estadual Alusivo ao Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, realizado nesta sexta-feira, 23, e que teve como temática “Eliminar a tuberculose: compromisso de todos”. 

Organizado pela Coordenação Estadual do Programa de Controle da Tuberculose, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

O encontro anual procura lembrar aos profissionais e a comunidade em geral, que a doença, apesar da fama de antiga, continua persistente e fazendo vítimas, sobretudo as que abandonam o tratamento gratuito oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pelo meio do caminho, conforme explicou a coordenadora estadual do Programa de Controle da Tuberculose, Lúcia Monteiro.

Ela lembra que em 2017, em nível nacional, o programa “Brasil Livre da Tuberculose - Plano Nacional pelo fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública”, trouxe como metas a redução do coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e de mortalidade para menos de um óbito por 100 mil habitantes, comparados aos dados do ano de 2015, a serem alcançados até 2035.

Lúcia informou ainda que, no mesmo ano, o Pará lançou seu Plano Estadual tomando por base as recomendações nacionais, uma vez que possui vários municípios com características que influenciam negativamente no controle da doença. “São municípios que apresentam determinantes socioeconômicos que contribuem para a manutenção da transmissão da tuberculose, dificultando a quebra da cadeia epidemiológica e a manutenção de altas taxas de incidência”, observou.

Assim, os grandes desafios na luta contra a tuberculose são: inclusão da tuberculose como prioridade de governo em alguns municípios; manutenção da ampliação da oferta de cultura de escarro e teste tuberculínico (PPD); ampliação das ações de quimioprofilaxia (ILTB); consolidação da vigilância do óbito por tuberculose no estado; ampliação das ações da tuberculose voltadas às populações mais vulneráveis e implantação de comitês regionais para atividades de Cams.

Como pontos favoráveis na luta contra a doença, Lúcia apontou: a tuberculose como prioridade do governo estadual; tratamento disponível em 100% dos municípios do estado; ampliação da cultura de escarro para Baar pelo método Ogawa Kudoh e da pesquisa de Baar pelo Teste Rápido Molecular (TRM-TB); participação da sociedade civil, representada pelo Comitê Estadual de Controle da Tuberculose; parceria com Ministério Público Estadual e implantação da vigilância do óbito por tuberculose.

No que se refere ao combate da doença no Pará, a Sespa capacita profissionais e presta assessoria técnica aos municípios, que por sua vez, são responsáveis pela execução das ações no corpo a corpo com a população. Já a Atenção Básica tem objetivo de consolidar as ações do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, oferecendo o tratamento nas unidades de saúde, incluindo a estratégia do Programa Saúde da Família (PSF) e Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs). 

Durante o seminário, a técnica Marly Rocha, do Ministério da Saúde, lembrou que a prevenção à doença é realizada ao nascer com a vacina BCG para crianças menores de 1 ano e com até 4 anos, 11 meses e 29 dias de vida.  O diagnóstico e tratamento da tuberculose também são realizados pelo SUS, na rede municipal de saúde, e dura seis meses. Os medicamentos utilizados para os pacientes não são vendidos em farmácias particulares e sim ministrados por profissionais de enfermagem nas unidades básicas de saúde.

A programação do seminário incluiu, ainda, a premiação dos municípios que atingiram os indicadores do Programa de Controle da Tuberculose; homenagens a pessoas que atuam na saúde pública na luta contra a doença e uma mesa redonda sobre o tema "Compromisso do Estado do Pará frente aos pilares do Plano Nacional de Eliminação da Tuberculose”, com participação de representantes do Programa Nacional de Controle  da Tuberculose, do Laboratório Central do Estado (Lacen), do Comitê Estadual de Controle da Tuberculose e da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Números

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, ocorreram 10,4 milhões de casos de tuberculose no mundo e cerca de 1,3 milhões de óbitos por essa causa, sendo a tuberculose a doença infecciosa de agente único que mais causou mortes. Aproximadamente 87% dos doentes de tuberculose se encontram numa lista de 30 países prioritários, na qual o Brasil está inserido.

Em 2017, no Brasil, foram diagnosticados 69,6 mil casos novos de tuberculose, com aproximadamente 4,5 mil mortes, resultando em coeficientes de incidência de 33,5 por 100 mil habitantes e de mortalidade de 2,1 por 100 mil habitantes, ambos apresentando queda média anual nos últimos dez anos. Dentre as regiões brasileiras, o Norte figura como o primeiro em taxa de incidência com 42,7 casos por 100 mil habitantes.