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Paciente com mieloma múltiplo passa por autotransplante de medula óssea no HOL

Desde o mês de julho, hospital realiza transplantes de medula óssea autólogo, que utiliza células progenitoras do próprio paciente no procedimento

Por Ellyson Ramos (HOL)
13/09/2023 16h07

Tratamento proposto para doenças que afetam o sangue, como linfoma e mieloma múltiplo, o transplante de medula óssea entrou para a lista de procedimentos ofertados pelo Hospital Ophir Loyola (HOL) em junho deste ano, quando a instituição foi habilitada pelo Ministério da Saúde (MS). A modalidade autóloga, também conhecida como autotransplante, tem se tornado a esperança de quem luta contra doenças oncohematológicas graves.

Na última terça-feira (12), foi a vez da autônoma Márcia Rodrigues, de 56 anos, comemorar a alta hospitalar após o sucesso do procedimento. Ela é a segunda paciente a passar pelo transplante e estava internada na unidade de saúde desde o início de agosto. A “pega da medula” - constatação de que o procedimento foi bem-sucedido, ocorreu no último dia 9. “Chorei, fiquei tão alegre. É uma nova vida, um renascimento”, disse a paciente.

Márcia durante o período de internação para a realização do procedimento Márcia descobriu o mieloma múltiplo em abril de 2021, e iniciou o tratamento no HOL, onde passou por sessões de quimioterapia antes de se tornar apta ao procedimento.  “O mieloma múltiplo é uma das doenças do sangue. É um tipo de câncer agressivo que pode danificar os ossos e prejudicar a função do rim. É considerado incurável, mas com o tratamento correto, nós conseguimos proporcionar uma vida longa aos pacientes”, explicou o oncohematologista e responsável técnico do serviço de TMO, Thiago Xavier Carneiro.

O organismo de Márcia respondia bem aos quimioterápicos, contudo somente um transplante de medula óssea poderia devolver a qualidade de vida à paciente. “Só a quimioterapia não seria o suficiente, mas com a realização do TMO autólogo, o tratamento torna-se muito mais eficaz”, afirmou o especialista.

Segundo TMO é realizado no Ophir Loyola No dia 27 de julho deste ano, Márcia mostrou os exames ao oncohematologista e foi informada que seria a segunda transplantada. “Fiquei muito feliz, foi como ganhar um prêmio da loteria, um presente de Deus, a melhor coisa que aconteceu na minha vida”, afirmou a autônoma.

A paciente estava com um bom condicionamento físico, os exames estavam satisfatórios e, por não apresentar outras comorbidades importantes, a equipe deu início aos trâmites necessários para a internação. “A estadia foi tranquila e ela apresentou apenas alguns sintomas já esperados, como náuseas, mas sem intercorrências”, afirmou a coordenadora de enfermagem do TMO do HOL, Rosana Moreira.

Foram 33 dias de internação. No momento da alta hospitalar, Márcia não escondeu a alegria de voltar para casa, na capital paraense. “Quando chegar em casa quero comer as comidas que gosto e não vejo a hora de voltar a trabalhar, porque sempre fui uma mulher ativa”, disse ela, que trabalha com aluguéis de materiais para eventos.

Vale ressaltar que a coleta e o armazenamento das células progenitoras utilizadas no TMO são realizados com cooperação técnica da Fundação Hemopa. O processo é regulado pela Central Estadual de Transplante (CET), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A infusão do material coletado ocorreu no dia 30 de agosto e após a alta hospitalar, Márcia será acompanhada regularmente pela equipe multiprofissional de saúde.

Dr Thiago Carneiro, diretora-geralIvete Vaz e a enfermeira Rosana Moreira parabenizaram a paciente durante pelo sucesso do transplante, após a altaSegundo o MS, o Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. Ainda de acordo com o órgão do poder executivo federal, o Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por 88% dos transplantes realizados em todo território nacional. No Pará, o HOL é referência em transplantes renal, de córnea e é o único hospital público da Região Norte credenciado para realizar TMO.

“O Hospital Ophir Loyola está em transformação. Além de soluções na infraestrutura física  em nossa instituição centenária, acompanhamos de perto os avanços no nosso parque tecnológico, que está cada vez mais moderno a fim de prestar o melhor e mais eficiente tratamento aos nossos usuários. E em breve o setor de hematologia será reformado por completo para que o serviço cresça e avance ainda mais”, adiantou a diretora-geral Ivete Vaz.

O Hospital busca completar 10 transplantes para receber novamente a visita do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e habilitar a instituição para realizar o tipo alogênico, no qual as células hematopoiéticas são provenientes de um doador com composição genética semelhante.

“O serviço de hematologia do Ophir Loyola, juntamente com a direção, tem o compromisso de aumentar a quantidade e tipos de transplantes realizados no hospital. Nós temos uma equipe com funções específicas de pré-transplantes, pós-transplantes e treinamentos continuados em enfermagem com o intuito de que o serviço siga em frente. O próximo passo é realizar transplantes para outras doenças e, à medida em que os transplantes sejam feitos, avançarmos para o tipo alogênico”, destacou Thiago Xavier Carneiro.