Coned debate riscos e medidas para combater o uso do cigarro eletrônico
Vinculado à Secretaria de Estado de Justiça, o Conselho Estadual sobre Drogas vem atuando para prevenir o crescimento do mal hábito entre os jovens
O Conselho Estadual sobre Drogas, vinculado à Secretaria de Estado de Justiça (Seju), realizou, na tarde desta terça-feira (12), mais uma reunião ordinária, desta feita relacionada ao mês de setembro. Na ocasião, a técnica da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Geanne Miranda, da Coordenação de Controle de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, relatou, a pedido do Coned, as medidas que estão sendo tomadas, no âmbito da saúde, para o combate ao tabagismo e, de maneira especial, ao cigarro eletrônico, que tem se espalhado, principalmente, entre o público jovem.
Logo no início do encontro, os conselheiros apresentaram os resultados das últimas visitas a comunidades terapêuticas do Estado, realizadas em Santarém, no Oeste do Pará, no último mês de agosto. Também foram empossados novos conselheiros, a exemplo da representante da Secretaria de Estado de Justiça (Seju), Renata Hage.
Depois de algumas deliberações internas, o vice-presidente do Coned, Edwin Júnior, passou a palavra para a técnica da Sespa, Geanne Miranda, que fez um panorama sobre a questão do tabagismo no Pará e o crescimento do cigarro eletrônico, bem como as medidas que estão sendo tomadas pela Sespa para enfrentar o problema.
Segundo ela, hoje, Belém é considerada a segunda capital em que menos se fuma no País. Ou seja, tem havido, nos últimos anos, um recuo em relação à prática do tabagismo, no entanto, os dispositivos eletrônicos de fumo têm crescido consideravelmente, sobretudo entre os mais jovens.
De acordo com a técnica, esses dispositivos, entre os quais figuram os cigarros eletrônicos e os chamados vapes, foram criados, inicialmente, para ajudar pessoas que desejavam parar de fumar os cigarros tradicionais, pois, em tese, nesses dispositivos, seria possível controlar a quantidade de nicotina adicionada, o que levaria a uma redução gradativa. No entanto, logo a indústria do cigarro percebeu nisso um grande potencial para criar novos dependentes, o que, de fato está acontecendo.
“Como esses dispositivos permitem a adoção de outros componentes, como essências e sabores, eles acabam sendo muito atraentes, principalmente, para crianças e jovens”, alertou a especialista.
Ainda de acordo com Geanne, embora esse produto seja proibido no Brasil, é muito fácil de encontrá-lo, tantos em lojas físicas quanto virtuais. “Um cigarro como esse entrega 100 vezes mais nicotina do que um cigarro convencional. Ainda não sabemos todos os componentes dele, mas sobre o que já sabemos, temos certeza de que faz muito mal para a saúde”, alertou.
Em função disso, Geanne explicou que a Sespa tem desenvolvido diversas ações, como treinamentos a equipes de saúde dos municípios do interior, a fim de que se qualifiquem para melhor atender usuários e pessoas que desejam parar de fumar, seja o cigarro comum ou o eletrônico. Essas capacitações também já ocorreram com profissionais da Educação, para que identifiquem, dentro das escolas, usuários e potenciais usuários, a fim de prevenir essa prática.
Outra ação diz respeito aos Territórios pela Paz, onde as equipes da Sespa também atuam no esclarecimento e orientação da população sobre os riscos da utilização desse tipo de equipamento, entre outras medidas.
Por fim, o Coned, decidiu que serão deliberadas, posteriormente, no âmbito das câmaras técnicas específicas as formações que serão oferecidas pela Coordenadoria da Sespa aos técnicos que atuam diretamente com a política de prevenção às drogas em escolas e demais ambientes, por meio da Coordenadoria de Prevenção, Tratamento e Redução de Danos de Consumo de Drogas (Cenpren) da Seju, além de tratativas com a Polícia Militar para que a mesma formação seja estendida aos policiais que atuam no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à VIolência (Proerd).