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Perícia criminal auxilia ações contra quadrilha de agência bancária em Viseu

No local, foram encontrados alguns vestígios de explosivos, detonadores e estopins, materiais de alta periculosidade, os quais terão amostras enviadas para laboratório para identificação do material utilizado na explosão

Por Thiago Maia (Pol. Científica)
12/09/2023 16h50

A Polícia Científica do Pará (PCEPA) tem integrado as forças de segurança pública do Estado na operação que apura informações sobre a quadrilha que realizou um roubo a banco em Viseu, na madrugada da última sexta-feira (8), no tipo de crime conhecido como "Novo Cangaço". Após ser acionada pela Delegacia de Policial Civil de Viseu, a Coordenadoria Regional de Castanhal da PCEPA enviou uma equipe pericial para trabalhar no caso e, com o apoio da equipe do Núcleo Avançado de Bragança, foram realizados diversos exames periciais para auxiliar a investigação policial.

Desde a manhã do dia do fato, a equipe pericial tem trabalhado ininterruptamente no caso, somando, até agora, 7 requisições de serviços do órgão. Por questões de segurança, o primeiro procedimento realizado foi o desarmamento dos explosivos dentro da agência bancária, como explica o perito criminal responsável pelo caso, Leonardo Ferreira. "O Batalhão de Operações Especiais, da Polícia Militar do Pará (BOPE) nos auxiliou no desarmamento dos explosivos dentro da agência, realizamos a perícia e detonação, e em seguida, partimos para o levantamento dos danos na agência, medições necessárias para entender a dinâmica do evento, além da identificação de vestígios", explicou o perito.

No local, foram encontrados alguns vestígios de explosivos, detonadores e estopins, materiais de alta periculosidade, os quais terão amostras enviadas para laboratório para identificação do material utilizado na explosão, além da tentativa de recuperação de perfis genéticos.

"Conseguimos encontrar o epicentro da explosão em um dos cofres. Após uma perícia minuciosa, conseguimos identificar, após remoção de escombros, que ainda havia cédulas monetárias, que foram entregues para a Delegacia de Polícia Civil", afirmou o perito.

Foram encontrados ainda três estojos de armamentos pesados, além de dois projéteis de armas de fogo que foram enviados para o Núcleo de Balística para exames complementares que ficarão à disposição do Sistema Nacional de Balística (Sinab). O material ficará custodiado para possíveis comparações microbalísticas com o armamento apreendido pela Polícia Civil, após as diligências realizadas na última segunda-feira (11), onde três suspeitos entraram em confronto armado com a Polícia Militar e acabaram mortos. As três necropsias foram realizadas e, após exames, foi constatado que um deles se apresentava com nome falso. 

Além disso, foram coletados materiais biológicos - possivelmente sangue, que foi enviado para o laboratório da instituição para confirmação e que também será enviado para o setor de DNA para a identificação de possíveis autores. Pedaços de roupas, sandálias também foram coletados para exames complementares. 

A Delegacia de Polícia de Viseu também requisitou à PCEPA perícia no veículo incendiado e deixado no "ramal do Carrapatinho" para identificação e procedência. O perito destaca a importância do trabalho da PCEPA no caso. "Nossa participação é focada em auxiliar as investigações para descobrir a autoria dos crimes cometidos por meio de todos os procedimentos técnicos e científicos que realizamos".

CAPACITAÇÃO

A Polícia Científica do Pará busca promover cursos e capacitações para que a perícia consiga emitir laudos técnicos confiáveis para casos de crimes como este. É o caso do Curso de Perícias em Explosões e Análise de Explosivos, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento e Pesquisa (Coapes), em parceria com o BOPE, o qual sua segunda edição foi realizada em maio deste ano, tendo formado, no total, quase 40 alunos para lidar com locais de crime envolvendo explosivos.

"O curso foi de extrema importância para identificação de explosivos, além de nos capacitar sobre como proceder nesses crimes, pois se trata de elementos muito perigosos, que podem ser de difícil identificação em ambientes sinistrados. Ajudará na confecção do laudo técnico pois foi um curso que direcionou os procedimentos padrão que foram utilizados nesta perícia", concluiu o perito Leonardo.

Texto: Amanda Monteiro/ASCOM PCEPA