CIIR inclui a prática da bocha como atividade de reabilitação às Pessoas com Deficiência (PcD)
Prática esportiva garante maior ganho de mobilidade de movimentos e equilíbrio global para o corpo
O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, segue trazendo inovações na oferta de serviço em saúde pública para Pessoas com Deficiência (PcD) e, desta vez, integrou a prática da bocha adaptada aos esportes inclusivos já oferecidos com a proposta de potencializar a melhora na saúde dos usuários atendidos. A modalidade traz benefícios para o corpo e a mente, contribuindo assim, com o bem-estar da comunidade assistida pela instituição.
Segundo o educador físico João Rodrigues, que conduz a atividade, essa prática esportiva garante ganho de mobilidade de movimentos e equilíbrio global, principalmente, para aqueles com diagnóstico de paralisa cerebral.
“O fato de estender a mão e equilibrar o corpo para não cair, como forma de treino, faz com que a pessoa inicie um andar corretamente no futuro. De início, no caso das PcDs, se esticar os braços, ela pode acabar caindo. Mas para que isso não aconteça, os movimentos que são realizados na bocha vão conseguir controlar o corpo do usuário para executar os movimentos de andar ou pegar objetos, de forma correta”, detalha.
Diagnosticado com baixa visão causada por degeneração macular da retina em ambos os olhos, o usuário Luiz Cardoso, de 72 anos, realiza semanalmente a prática de esportes adaptados. Ele afirma que os exercícios trazem diversos benefícios para a sua recuperação.
“Durante o meu acompanhamento, o esporte sempre foi a proposta para a minha reabilitação. No dia a dia, assim como o vôlei e canoagem, a bocha vai melhorar a noção de ambiente e o meu enxergar, que são as minhas dificuldades. As bolas são coloridas e, com isso, eu consigo ver, por vultos, a direção do objeto. Desta maneira, é um treino para quando, por exemplo, for atravessar a rua, olhar para o semáforo e identificar se está vermelho ou verde para eu realizar o trajeto. Esse é o estímulo de adaptação, dentre outros que a atividade proporciona”, conta.
De acordo com o terapeuta, especificamente, para Luiz conquistar autonomia por intermédio da atividade, foi montado um plano terapêutico direcionado.
“Esta semana quando nós mostramos as dificuldades durante a fase de adaptação dentro da atividade para estimulá-lo. Antes, ele não conseguia enxergar a bola, pois era de uma cor clara. Então, colocamos bolas amarelas, azuis e vermelhas porque são cores que ele consegue visualizar um pouco melhor e, desta forma, vai alinhar as suas dificuldades até estar ainda mais preparado para o dia a dia”, explica João Rodrigues.
Regra – Segundo o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), a modalidade paralímpica surgiu no Brasil em 1970. A competição consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim).
Os praticantes ficam limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio (calhas), e contar até com ajudantes, no caso de pessoas com maior comprometimento dos membros inferiores.
No Brasil, quem rege a bocha é a Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE). Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Brasil encerrou a competição com duas medalhas de bronze. Em 2021, nos Jogos de Tóquio, no Japão, o nosso país conquistou dois bronzes no individual na modalidade.
Estrutura - O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das Unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.