Seap promove curso de customização de sandálias na Usipaz Terra Firme
Oficina com a técnica do macramê que não usa ferramenta ou máquina, apenas as mãos e os fios, foi ministrada por uma custodiada do sistema penal
A Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora, (Coostafe), formada por mulheres privadas de liberdade e coordenada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), ajudou famílias atendidas pelas Usinas da Paz. Na terça-feira (29), uma das custodiadas esteve na UsiPaz da Terra Firme, para dar uma oficina de customização de sandálias, utilizando fios, malha e a técnica de macramê.
A Seap informa que o macramê é uma forma antiga de artesanato. Nela, fios são trançados e atados por nós e, para isso, não é utilizada nenhuma ferramenta ou máquina, apenas as mãos e os fios. Hoje, ele peças de macramê são consideradas estilosas em decorações de casas.
A oficina integrou a programação da ação de cidadania alusiva à campanha “Agosto Lilás” e ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, e contou com a participação das secretarias de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh) e Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac). A parceria da Seap com a Seac permite que os conhecimentos adquiridos dentro do sistema penitenciário sejam compartilhados com a comunidade do entorno da Usina da Paz.
Segundo Renata Carvalho, servidora da Seap e tutora da Coostafe, essa também é uma forma de reinserção social. “A Seap trouxe uma interna que está no regime semiaberto para ministrar uma oficina de customização, ela veio compartilhar toda a experiência dela dentro da cooperativa com as alunas. É através de ações como esta que a gente busca a transformação de vida das internas, e uma forma de mostrar uma nova oportunidade fora do cárcere”, diz.
As sandálias utilizadas na customização do curso são resultado do trabalho prisional e foram produzidas pelos internos da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI). Além disso, a Seap já fez a doação de mil pares de sandálias nas Usinas da Cabanagem, Guamá, Bengui e dois mil pares na Usina Jurunas/Condor.
A interna Gisele Venâncio é costureira, bordadeira e desenhista, todas essas habilidades foram desenvolvidas dentro do cárcere através da Coostafe. “Eu vim ensinar um pouco do que eu aprendi na cooperativa, sempre quis fazer cursos profissionalizantes e hoje tive a oportunidade de ministrar um para essas mulheres. Estou muito feliz com essa oportunidade”, conta.
A moradora da Terra Firme e costureira, Ângela Conceição, 47 anos, estava caminhando na Usina quando ficou sabendo do curso de customização. "Eu ouvi uma moça chamando para fazer o curso, ela perguntou se eu queria fazer e me inscrevi. Eu tenho habilidades com trabalhos manuais, achei um pouco difícil no início, mas depois peguei o jeito. Faço muitas coisas para vender e agora posso fazer as sandálias também", contou.
Texto de Yasmin Cavalcante / Ascom Seap