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No Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla, Sespa destaca serviços disponíveis no estado

No Centro de Referência para Tratamento de Esclerose Múltipla do Estado do Pará é possível obter o diagnóstico de forma precoce, fazer acompanhamento especializado e obter as medicações prescritas

Por Melina Marcelino (SESPA)
30/08/2023 10h44

A data de 30 de agosto marca o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla (EM), e no estado do Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA) reforça que as pessoas acometidas pela doença podem contar com atendimento disponibilizado no Centro de Referência para Tratamento de Esclerose Múltipla do Estado do Pará, que funciona nas dependências do Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém.

No espaço, é possível obter o diagnóstico de forma precoce, o acompanhamento especializado, o recebimento de medicações e, propiciando ainda o estímulo a estudos científicos da prevalência e incidência da Esclerose Múltipla (EM) no Pará. No momento, o Centro de Referência atende aproximadamente 200 pacientes diagnosticados com Esclerose Múltipla.

Na tarde desta quarta-feira (30), a Associação de Apoio aos Portadores de Esclerose Múltipla do Estado do Pará (Aapem/Para) vai promover uma palestra e roda de conversa com profissionais de saúde. O (EM)contro Laranja será realizado das 16h às 18h, no Centro Alternativo de Cultura da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, na Avenida Governador José Malcher, 1.169.

Trajetória de luta - A Esclerose Múltipla é uma doença auto imune do sistema nervoso central, cérebro e medula espinhal na qual há destruição do tecido protetor (mielina) que envolve as fibras nervosas neuronais, impedindo ou alterando a transmissão das mensagens do cérebro para as diversas partes do corpo, causando lesões e/ou sequelas temporárias ou permanentes e progressivas.

Os principais sintomas são: fraqueza, distúrbios de equilíbrio, entorpecimento, transtornos visuais, tremor, vertigem, sensações de rigidez dos membros, fadiga, problema na fala, alterações da bexiga, problemas no intestino, arrastar os pés ao caminhar, e transtornos mentais como alterações de humor, depressão e ansiedade.

Letícia Bianca, de 27 anos, conta com o apoio da mãe, Karina Cecim, no acompanhamento para a Esclerose Múltipla (EM).Uma das pacientes que convive com a doença é Letícia Bianca, de 27 anos, filha da Karina Cecim, presidente da Associação de Apoio aos Portadores de Esclerose Múltipla do Estado do Pará (Aapem/Pará). Karina conta que a jovem apresentou os primeiros sintomas aos 15 anos, e em 40 dias ela conseguiu ter o diagnóstico definitivo de Esclerose Múltipla. “Minha filha convive há 12 anos com a Esclerose Múltipla. Entre altos e baixos, ela conseguiu estudar, casou e teve duas filhas. Ela vive com suas limitações e tem muita vontade de viver!".

Letícia Bianca primeiro apresentou uma fraqueza muscular que a fez cair ao descer de uma moto. “Logo em seguida, ela apresentou visão turva e dormência em um lado do corpo. Essa é uma doença que vai piorando gradativamente. Os piores sintomas dela foram quando precisou ficar internada por quase seis meses no Hospital Ophir Loyola. Ela ficou sem os movimentos do corpo, acamada e dependente de mim para tudo, mas depois que passou a tomar uma nova medicação, conseguiu reverter algumas sequelas”, relembra Karina Cecim. 

Recursos multiprofissionais - Ainda não existe nenhum tratamento que cure a Esclerose Múltipla, no entanto, há alguns recursos em utilização, como medicamentos imunomoduladores e imunossupressores, fisioterapias, terapias ocupacionais, acompanhamento psicológico, e outros dispositivos que ajudam os pacientes a se manterem confortáveis e produtivos. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é possível conseguir as medicações aprovadas pela Câmara Técnica do Ministério da Saúde.

O Dr. Hideraldo Cabeça, chefe do serviço de Neurologia do Hospital Ophir Loyola, explica como é o atendimento na unidade.

“No HOL, conseguimos não só fazer o diagnóstico, mas uma investigação completa, e o tratamento. O que é realizado em São Paulo, nos Estados Unidos e outros países, nós também conseguimos realizar aqui em Belém. A gente consegue fazer o diagnóstico através da consulta médica e diversos exames especializados que subsidiam esse diagnóstico. Essa é uma doença que pode ter um controle, principalmente com as novas drogas, as novas terapias que foram desenvolvidas ao longo desses anos e que podem ser ofertadas no HOL de forma gratuita aos pacientes”, conta o médico.

Hideraldo Cabeça é chefe do serviço de Neurologia do Hospital Ophir Loyola, espaço onde é oferecido suporte de uma equipe multiprofissional.As causas da Esclerose Múltipla ainda não são conhecidas, mas o que se sabe é que essa doença acomete principalmente mulheres jovens, como explica Cecim. “Ela acomete mais mulheres na idade de 20 a 40 anos. Hoje a gente tem mais de 50 mil pessoas registradas no Brasil com esclerose múltipla, quase 3 milhões no mundo. Mas tem muita gente que ainda está oculta, que não fechou o diagnóstico ou que não fala que faz tratamento”, avalia.

Se uma pessoa apresentou ou apresenta alguns dos sintomas descritos como os mais comuns da Esclerose Múltipla, ela deve procurar uma Unidade de Saúde para que seja examinada por um médico assistente. Após consulta e suspeita da doença, será feito o encaminhamento para um serviço médico especializado com o objetivo de realizar exames complementares para fechar o diagnóstico e encaminhar o paciente ao Centro de Referência de Esclerose Múltipla do Pará (Hospital Ophir Loyola), onde será iniciado o tratamento adequado de acordo com cada paciente.

Serviço: O atendimento no Centro de Referência de Esclerose Múltipla do Pará, localizado dentro das dependências do Hospital Ophir Loyola, funciona às segundas-feiras, no horário de 12h às 18hs, com agendamento pelo número de telefone (91) 3122-7022.