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Hospital Metropolitano cria dispositivo que dá autonomia para pacientes amputados

Alimentar-se sozinho ou usar o celular estão entre as atividades possibilitadas por meio dos dispositivos, feitos totalmente com materiais de baixo custo

Por Alberto Dergan (HMUE)
29/08/2023 16h14

Oportunizar aos pacientes as melhores condições para a rápida recuperação de traumas graves, com qualidade de vida, está entre as principais missões de todos que atuam no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém.

Cumprindo esse objetivo, o HMUE, por meio da equipe de terapia ocupacional, vem desenvolvendo dispositivos de baixo custo que dão mais autonomia aos internados. “Muitos dos nossos pacientes terão que lidar com sequelas graves como a amputação de membros, por exemplo. Nosso objetivo é minimizar os impactos negativos agregados pelos traumas sofridos por esses pacientes e agregar com mais qualidade de vida, aqui dentro e também lá fora, em suas rotinas normais”, comenta a terapeuta ocupacional do HMUE, Samanta Oliveira. 

“Entretanto, essa condição não é o final da vida e nós estamos aqui justamente para agregar com as melhores metodologias para que eles enfrentem seus diagnósticos e tenham de volta uma rotina dentro do mais normal possível”, finaliza Samanta.

Experiência do paciente - Internado há mais de 130 dias no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), Celso Pedrosa, de 31 anos, veio de Tailândia, nordeste paraense, após sofrer um acidente elétrico. Dada a gravidade do trauma, o eletricista precisou amputar os membros superiores para dar continuidade ao tratamento.

Necessitando de ajuda para se alimentar diariamente, a equipe desenvolveu uma prótese que garante autonomia para o jovem. “Ele reclamava muito por não conseguir mais se alimentar sozinho e isso rapidamente gerou uma inquietude na equipe. Foi quando pensamos em criar esse dispositivo que o coloca novamente como protagonista desse ato tão simples que é se alimentar”, comenta a terapeuta. 

Paciente Celso Pedrosa - HMUEEmocionado com a sensibilidade do cuidado conferido a ele, Celso agradece à equipe envolvida no processo de criação da prótese. “Não é tão fácil ter que lidar com tantas limitações, mas eu estou vivo e poderei retomar a essa atividade tão simples que é me alimentar sozinho, atitude que, quando temos, nem percebemos a tamanha importância que tem. Muito obrigado a todos os envolvidos para que isso aconteça”, disse ele.

“Toda novidade exige dedicação porque é um esforço empregado de algo que não era habitual para mim, mas tenho força de vontade em fazer dar certo. É uma superação diária”, conclui.

Entre os itens criados estão as órteses de mão, para lesões em punho, órtese de posicionamento ventral, usada para manter os dedos em medida que preserva a posição funcional da mão, órtese abdutora de polegar, além do dispositivo de adaptação universal para amputação.

Estrutura - Referência no tratamento de média e alta complexidade em traumas e queimados para a Região Norte pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência é gerenciado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) e dispõe de 228 leitos operacionais nas especialidades de traumatologia, cirurgia geral, neurocirurgia, clínica médica, pediatria, cirurgia plástica exclusivo para pacientes vítimas de queimaduras e leitos de UTI.

O HMUE recebe pacientes da Região Metropolitana de Belém, de outros municípios do Pará e até de outros Estados. Em 2022, realizou mais de meio milhão de atendimentos, entre internações, cirurgias, exames laboratoriais e de imagem, atendimentos multiprofissionais e consultas ambulatoriais.