HJB destaca o papel da psicologia hospitalar junto a pacientes no setor de cirurgia bariátrica
Psicólogos que integram equipe multiprofissional que atua no Programa Obesidade Zero oferecem suporte e orientações para pacientes e familiares diante das mudanças na rotina após cirurgia
Psicóloga clínica do HJB, Roberta Smith realiza avaliação de paciente candidato à cirurgia bariátricaO Hospital Jean Bitar (HJB), em Belém, é referência estadual na realização de procedimentos gastrointestinais e no tratamento de doenças como obesidade, diabetes, com destaque para a realização de cirurgias bariátricas e enfatiza o papel da psicologia hospitalar, especialmente, junto aos pacientes do Programa Obesidade Zero, do Governo do Estado, executado pela equipe multiprofissional da unidade.
No mês dedicado ao Dia do Psicólogo (27/08), a direção do HJB reforça a importância do papel deste profissional no acompanhamento dos casos de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, tendo em vista que, na maioria das vezes, o problema da obesidade está associado a questões como a compulsão alimentar, ansiedade, entre outros fatores que provocam sofrimentos diversos.
De acordo com a psicóloga clínica do HJB, Roberta Smith, normalmente o paciente passa por três consultas psicológicas, no processo da bariátrica, dependendo da sua necessidade. A profissional explica que na primeira consulta é realizada uma anamnese, com a entrevista clínica, para conhecer o histórico do paciente, o que o trouxe para o Programa, histórico da obesidade e questões emocionais para ajudar o usuário na adesão do plano nutricional, visando a organização do dia a dia com foco no preparo para a cirurgia. O processo de mudança começa no psicológico.
Na segunda consulta, Smith informa sobre a importância de uma abordagem com um familiar para saber como está o andamento do processo na casa com a família. Na terceira consulta, se aprovado o paciente, há a entrega do laudo para efetivação da cirurgia.
No entanto, a psicóloga alerta que, quando são identificados os sinais precoces para a tendência à obesidade, o ideal é procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) para buscar acompanhamento psicológico e emocional e investigar o processo que resultou no descontrole com a alimentação.
“A pessoa precisa saber onde começou o problema, para controlar esse fator. Neste caso, a psicoterapia ajudar muito nesse processo, alinhada com a atividade física para controlar a ansiedade e compulsão. Assim, o resultado será muito melhor”, ressaltou Roberta Smith.
A psicóloga complementa ainda que além do acompanhamento individual com o paciente, a família também participa do processo para esclarecer o que é a cirurgia, quais seus impactos emocionais e na rotina da família, e quais as dificuldades observadas pelo familiar.
“O apoio familiar com seu envolvimento nesse processo é de fundamental importância, pois eles vão ajudar até nas mudanças dos próprios hábitos para ajudar esse paciente.”
A usuária Monique Monteiro, 36 anos, estudante da cidade de Ananindeua, diz que o tratamento humanizado faz diferença na vida do paciente, quando este vai em busca de tratamento por apresentar problema psicológico e baixa autoestima.
“A psicóloga me fez entender que devemos deixar algumas coisas para conseguir outras. Procurar ajuda, seja da família ou da religião, procurar desabafar, não guardar os sentimentos ruins pra si. Ela ajudou na recuperação da minha autoestima e que eu seria capaz de conseguir”, ressaltou a usuária, que estava em sua última avaliação, para depois seguir para a cirurgia.
“A equipe multiprofissional (no Programa Obesidade Zero) é essencial para o processo cirúrgico, mas principalmente, para a manutenção das mudanças de estilo de vida pela qual esses pacientes irão passar. E o psicólogo, antes da cirurgia, avalia os potenciais problemas emocionais que podem atrapalhar o acompanhamento até a cirurgia. Este profissional prepara a mente do paciente para diminuir os impactos psicológicos. E também no pós-cirúrgico com as expectativas criadas e as transformações que ocorrem a curto e longo prazo, não só do próprio paciente, mas também dos que os rodeiam”, concluiu a coordenadora do Centro Cirúrgico (CC) e da Central de Material e Esterilização (CME), Luciana Gomes.
Lançado em setembro de 2020, pelo Governo do Pará, o Programa "Obesidade Zero" alcançou, em junho desse ano, a marca histórica de mil procedimentos bariátricos realizados no Hospital Jean Bitar.
De janeiro a junho deste ano, o HJB realizou 7.871 atendimentos ambulatoriais não médicos, de multiprofissionais que fazem parte do programa. Desse total 2.736 correspondem a atendimentos de Psicologia; 3.467 atendimento de Nutrição; e 1.668 de atendimentos em Serviço Social.
Serviço: O Hospital Jean Bitar pertence à rede de saúde pública do Governo do Pará. É administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade presta assistência em média e alta complexidade na área ambulatorial e hospitalar a usuários transgêneros, e em clínica médica e cirúrgica para doenças metabólicas e gastrointestinais. O HJB fica localizado na Rua Cônego Jerônimo Pimentel, nº 543, no bairro Umarizal, em Belém. Mais informações: (91) 3239-3800.
Texto: Marcelo Zeno/Ascom HJB
