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SAÚDE E EDUCAÇÃO

Universidade do Estado promove workshop sobre aleitamento materno nesta quarta-feira

Em Belém, a programação 'Agosto Dourado na Uepa' será na Unidade Maternar, vinculada à Uepa, no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Por Monique Hadad (UEPA)
28/08/2023 13h56

Em alusão ao mês que simboliza a luta pelo incentivo à amamentação, a Universidade do Estado do Pará (Uepa), por meio do curso de Medicina, promoverá, nesta quarta-feira (30), das 14h às 17h, o workshop "Agosto Dourado na Uepa". A programação vai ocorrer na Unidade Maternar, vinculada à instituição, no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). A ação é aberta ao público em geral, mas voltada, principalmente, às mães usuárias da unidade.

No evento, estará presente uma equipe de profissionais, que vai fornecer orientações relativas ao aleitamento materno e sanar as dúvidas dos participantes. No dia anterior ao workshop, terça-feira, 29, em parceria com o Banco de Leite Humano da Santa Casa do Pará (BLH/FSCMP), a Equipe de Extensão em Nutrição e o Projeto Bombeiros da Vida (PBV) estarão na Unidade Maternar para conversar com as mães que amamentam e estimular a doação de leite materno, destinado a bebês prematuros da Santa Casa.

O tema nacional da campanha Agosto Dourado 2023 é "Possibilitando a amamentação: fazendo a diferença para mães e pais que trabalham". Neste ano, a campanha visa conscientizar mães e pais trabalhadores sobre a importância do aleitamento materno, bem como promover o debate sobre a conquista e a manutenção de ambientes de trabalho favoráveis à amamentação.

O workshop conta com o apoio da Arquidiocese de Belém, da Liga Acadêmica de Pediatria da Uepa, Liga Acadêmica Paraense de Pediatria Clínica e Cirúrgica (Lappec), Liga Acadêmica de Neonatologia (Laneo) e Sociedade Paraense de Pediatria (Sopape).

Assistência à Saúde - A pediatra e professora do curso de Medicina da Uepa, Márcia Maciel, é uma das integrantes da Unidade Maternar, que é composta por uma equipe multiprofissional de saúde e na qual também participam os estudantes do nono semestre, da etapa de internato do curso de Medicina da universidade. Os alunos têm a oportunidade de participar, na prática, da comunicação junto às mães e às famílias, com foco na promoção da saúde. A professora informa que a Unidade Maternar é constituída por profissionais de medicina, enfermagem, nutrição, odontopediatria, terapia ocupacional e fonoaudiologia. “Nossa equipe é muito unida e interage em prol da saúde das nossas crianças e das famílias também”, reforça Márcia.

Dra. Márcia em atendimento Especificamente no Agosto Dourado 2023, a atenção se dá para promover o aleitamento materno entre as mães trabalhadoras, já que, como pontua Márcia Maciel, “quando as mães trabalham fora de casa, de maneira informal ou formal, elas têm dificuldade de manter o aleitamento materno exclusivo por seis meses, período preconizado pelo Ministério da Saúde”. Por isso, ela ressalta a importância do apoio de todos no processo de aleitamento materno, “tanto da rede de saúde, como da família”.

O leite materno é a primeira alimentação humana, sendo considerado o melhor alimento para os bebês por ter um papel primordial na proteção imunológica, contra doenças infecciosas e no desenvolvimento afetivo e psicológico do recém-nascido. “O leite materno é puro, vem da fonte e não tem risco de contaminação. A criança que mama de forma exclusiva, quase não adoece, é uma criança mais saudável”, argumenta Márcia. Ela complementa que além de fazer bem à saúde da mãe e do bebê, a alimentação por leite materno auxilia o meio ambiente - já que evita o uso de latas, onde são comercializadas as fórmulas lácteas, deixando de gerar resíduos à natureza - e é economicamente mais viável, considerando o alto valor das fórmulas infantis comercializadas no mercado.

Rita Dantas, enfermeira da Unidade Maternar, conta que as orientações repassadas são sempre educativas e de reforço positivo sobre a importância da amamentação para a imunidade do bebê e da mãe, ressaltando o vínculo afetivo presente nesse momento. "Também estimulamos a mãe a participar com suas dúvidas ou mitos, já que muitas deixam de amamentar porque acham que o leite é fraco, que vão ficar com mamas flácidas etc. Em um pré-natal bem assistido, as mãezinhas ficam mais esclarecidas". Ela também esclarece que na Unidade, são dadas todas as orientações às mães que trabalham. "Além das consultas, elas são encaminhadas para a nutrição, para que aprendam como tirar e conservar o leite que será ofertado no momento que a mãe estiver no trabalho. Tudo vai depender da rotina de cada mãe, mas existe essa dificuldade de tempo, das mães que precisam retornar ao trabalho, passam muitas horas fora, e ficam só um período com o bebê. Elas sentem falta desse vínculo”, detalha a enfermeira.

Para a estudante do quinto ano de medicina da Uepa, Ana Beatriz Dias de Sousa, da Liga Acadêmica Paraense de Saúde da Mulher, ações como essa são necessárias para partilhar informações importantes sobre os benefícios da amamentação, "não só para o recém-nascido, mas também para a mãe. E claro que os acadêmicos vão se beneficiar também, de modo a concretizar e expor os conhecimentos adquiridos na universidade para a comunidade atendida pela Uepa".

Experiência - Leidiane Corrêa, 29 anos, recepcionista de uma clínica, está de licença-maternidade até o mês de outubro. Ela é mãe do bebê Ravi Corrêa Fernandes, de dois meses e 22 dias. Usuária da Unidade Maternar, ela já conhece a importância de amamentar o bebê. "É muito bom, ele já está com mais de 6 kg, e o leite materno é o principal alimento para a criança até os dois anos. Se eu puder, vou amamentá-lo até essa idade, até mesmo quando retornar ao trabalho. É o que vou tentar fazer, pois o meu serviço não é muito longe", relata.

A recepcionista conta que já fica com o “coração apertado” só de pensar em deixar o bebê em casa para voltar ao trabalho. "Vou retornar ao serviço em horário comercial. Pretendo ir em casa no meu horário de almoço para dar de mamar, e para isso vou aprender aqui na Unidade como fazer para tirar o leite, conservar etc. Mas vai ser difícil deixar o pequenino em casa. Ainda estou vendo quem poderá ficar e cuidar da alimentação dele enquanto eu estiver fora", comenta.

Mãe da Maria Cecília, de seis meses, Angélica Ribeiro já retornou ao mercado de trabalho como fonoaudióloga e, por enquanto, está trabalhando de 7h da manhã até 13h, para poder ficar o restante do dia com a filha. "É difícil ficar longe, a bebê chora um pouquinho, sente falta, é complicado esse retorno. Eu tiro o leite materno, congelo e conservo, e, quando chego em casa, ela mama bem, na hora que quiser", disse. "Sou bem atendida aqui na Unidade, recebemos toda a atenção e sou muito bem orientada. Aqui na Uepa, ela toma também todas as vacinas. Minha filha pegou gripe e foi bem leve, tenho certeza que foi também devido à imunidade adquirida com a amamentação", ressalta.

Objetivos - Entre os objetivos da campanha nacional do Agosto Dourado, estão a manutenção da licença remunerada ideal e o suporte no local de trabalho como ferramentas importantes para permitir a amamentação, além do incentivo de ações para melhorar as condições de trabalho, a colaboração e o apoio referente à amamentação. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), mais de meio bilhão de mulheres trabalhadoras não recebem proteções essenciais à maternidade por meio de legislações, apenas 20% dos países exigem que os empregadores forneçam aos funcionários pausas remuneradas e instalações para amamentação ou extração de leite, e menos da metade das crianças com menos de seis meses de idade são amamentadas exclusivamente.

Serviço

Workshop Agosto Dourado na Uepa.
Nesta quarta-feira, 30, das 14h às 17h.
Local: Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Uepa: Trav. Perebebuí, 2623 - Marco, Belém. Evento aberto ao público.

Texto de Diane Maués e Monique Hadad / Ascom Uepa