Emater debate bioeconomia durante Colóquio Internacional da Amazônia, na UFPA
Veterinária e mestre em agricultura familiar e desenvolvimento sustentável, Cristiane Corrêa falou sobre pesquisa e extensão sobre o tema na região
Cristiane Corrêa, chefa do Núcleo de Metodologia e Comunicação da Emater, dá palestra sobre as ações em bioeconomiaA Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) participou dos debates promovidos pelo Instituto de Pesquisa em Estudos Culturais e Ambientais Sustentáveis da Amazônia (IPEASA), durante o IV Colóquio Internacional da Amazônia "Povos da Amazônia e sua ciência: Elos de conhecimentos para o equilíbrio da água e da biodiversidade planetária", nos dias 24 e 25, na Universidade Federal do Pará (UFPA).
A chefe do Núcleo de Metodologia e Comunicação (NMC) da Emater, Cristiane Corrêa, veterinária e mestre em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável, levou para o o encerramento da programação do colóquio a palestra “Pesquisa e Extensão da bioeconomia da Amazônia”. A finalidade do evento foi fortalecer a identidade dos povos da Amazônia, fazer compreender a sua importância, história, saberes e experiências, bem como discutir a ciência e sua importância e corresponsabilidade.
“A Emater, como participante e com um público que a instituição trabalha já há cerca de 58 anos, é de grande relevância neste debate e estarmos participando de toda essa construção coletiva do conhecimento e do saber”, destacou Cristiane Corrêa.
Destaques - Na palestra, a extensionista da Emater apresentou os trabalhos desenvolvidos pela instituição estadual, que valorizam os produtores da agricultura familiar, os seus produtos, aliados ao objetivo principal, que é a missão da Emater de promover serviços que gerem a excelência do trabalho na área da extensão rural e principalmente desenvolver a agricultura familiar, bem como promover a sociobiodiversidade e o instrumento de planejamento que é o Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Proater).
Atualmente, a Emater fomenta projetos em parcerias com a Secretaria dos Povos Indígenas (Sepi), com o projeto Ater Indígena, e com a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEIRDH), com a qual está sendo planejado um projeto de Ater para os Povos Quilombolas.]
Tendo diretamente a participação dos atores envolvidos, como a Sepi e os representantes dos 8 grupos povos indígenas da região, o que faz com que também eles se sintam incluídos no processo de construção desse diálogo. A diferenciação do trabalho com as mulheres também foi destacada na palestra, por meio do projeto Mulheres Rurais, cujo objetivo é a capacitação. “Para a promoção da bioeconomia, é necessário atentarmos para os povos que vivem na floresta, não são apenas produtos, os insumos de lá. Quando nós falamos em bioeconomia, em sociobiodiversidade, estamos falando também de pessoas que habitam o território da floresta. O ambiente onde a Amazônia está não é apenas a coleta dos produtos, mas há pessoas ali”, frisou.
A Emater também colaborou na elaboração do Plano Estadual da Bioeconomia, com ações relacionadas à capacitação dos agricultores e à organização deles e toda a prestação de assistência técnica e extensão rural. O público da Emater tem hoje um projeto direcionado dentro do Proater, referente à cadeia da sociobiodiversidade, e nele constam atividades já programadas que vão beneficiar trezentas famílias de produtores rurais. A empresa trabalha outras ações relacionadas à promoção da bioeconomia.
“Incentivamos a sociobiodiversidade quando nós implantamos os sistemas agroflorestais, quando nós trabalhamos a cadeia produtiva do açaí, do cacau, e promovemos a diversidade produtiva dentro das unidades de produção agrária nas quais desenvolvemos nossos trabalhos” explicou.
Avanço - A Emater conta hoje com indicadores de evolução do atendimento a esses povos; além do indicador do percentual de atendimento beneficiário de Ater, a empresa dispõe de dados que apresentam a evolução para o atendimento aos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas.
A Emater ainda conta com ações específicas de promoção da comercialização dos produtos da sociobiodiversidade, assim também como ações específicas que constam no Plano Plurianual 2024/2027, como a capacitação de agricultores familiares, povos tradicionais e produtores rurais. “Isso significa um avanço para o nosso trabalho nos próximos quatro anos, tendo isso como um direcionamento para o plano estratégico do estado”
Evento - O objetivo do evento foi promover a ciência juntamente com os saberes tradicionais dos povos da Amazônia, fazer não somente a ciência acadêmica, mas alinhando com aquilo que os povos tradicionais, quilombolas, indígenas, ribeirinhos têm como vivência e saberes na prática de suas vidas. Durante os dois dias ocorreram exposições de painéis, artigos científicos, mesa-redonda de debates, apresentações culturais, cinema, bem como uma feira com Exposição Bioeconomia Social da Amazônia.
O IPEASA é formado por profissionais, pesquisadores, professores e povos da Amazônia, por meio da Integração de instituições e organizações de Ensino, Pesquisa e Extensão, do Brasil/França, com os povos da floresta. Nesta edição a Emater esteve na coordenação do evento, com a participação do engenheiro florestal Marcio Nagaishi e da pedagoga Ivanete Ferreira Lopes.
Texto de Sarah Mendes (Ascom / Emater)