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Empresários da cadeia do açaí conhecem estrutura do PCT Guamá

Por Redação - Agência PA (SECOM)
02/04/2018 00h00

O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, construído pelo governo do Estado no Campus da Universidade Federal do Pará, em Belém, disponibiliza a empresas 11 laboratórios que oferecem soluções tecnológicas para ajudar a desenvolver produtos inovadores, entre os quais o Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia, o Laboratório de Óleos Vegetais, o Centro de Estudos Avançados em Biodiversidade e o Laboratório de Qualidade do Leite.

Foi esta estrutura, com destaque para genética, química e biodiversidade, que dezenas dos principais empresários paraenses de beneficiamento de açaí conheceram na manhã desta segunda-feira (2), numa iniciativa coordenada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachki.

“Nosso programa Pará 2030 planeja a economia do Estado no médio prazo e impulsiona o desenvolvimento a partir de 14 cadeias prioritárias”, disse o secretário, acrescentando que “o PCT Guamá é o centro de inteligência do Pará 2030, e a cadeia do açaí é uma das que mais podem se beneficiar dos serviços oferecidos aqui, daí meu convite para esta visita hoje.”

Antes de conhecer os laboratórios, os quase 100 visitantes ouviram explanações sobre três décadas de pesquisa sobre o açaí no Pará. Marcos Vasconcelos, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), informou que a instituição já ocupa um laboratório no PCT Guamá, e trabalha em rede com outros laboratórios (inclusive de outros Estados) em serviços envolvendo melhoramento genético, estudo de células, sanidade animal e vegetal e controle de plantas.

Hervê Louis Rogez, vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UFPA (e um dos maiores pesquisadores brasileiros de açaí), informou que as propriedades fitoterápicas são a principal razão do interesse do consumidor estrangeiro no fruto. “O açaí tem oito vezes mais antioxidantes que o vinho tinto”, afirmou Hervê Rogez. “Uma pesquisa com 13 voluntários de hábitos alimentares ruins, com consumo excessivo de frituras, entre outros, revelou que quem consome açaí tem menos da metade dos problemas cardiovasculares mesmo em relação a quem se protege”, informou.

Doença de Chagas - Hervê Rogez acrescentou que, por ser uma fruta perecível, o açaí precisa ser processado imediatamente após a colheita, sob pena de perder algumas das principais propriedades.

Mas o grande problema envolvendo a produção e a venda do fruto é a doença de Chagas, transmitida pelo inseto barbeiro, que se esconde entre os frutos. “O que atrai o barbeiro não é o açaí em si, mas o calor e as substâncias liberadas quando o fruto é armazenado em paneiros”, garantiu o pesquisador, explicando que “por isso, a Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) desenvolveu um trabalho forte de esclarecimento e também de substituição de paneiros por recipientes de plástico”.

Hoje, 40% dos produtores já utilizam recipientes de plástico no transporte e armazenamento, e a meta é que, em sete anos, sejam 80%. Mas o que elimina mesmo qualquer resquício de contaminação, alertou Hervê Rogez, é a pasteurização (submeter a altas temperaturas), indicada para indústrias, e também a técnica do branqueamento, que submete o produto a 80 graus centígrados, indicada para pequenos batedores.

Bioativos - Em seguida, os empresários, membros do governo do Estado e pesquisadores visitaram o Laboratório de Óleos Vegetais e o Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (conhecido como Laboratório do Açaí, mas que trabalha também com outras frutas, inclusive cacau), onde receberam explicações sobre o funcionamento dos equipamentos e os principais serviços oferecidos às empresas.

No encerramento da visita, o diretor-presidente do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, Antônio Abelém, informou que o governo do Estado investiu mais de R$ 20 milhões nos laboratórios, e que o PCT, além de pesquisa, oferece serviços como incubação de empresas, lotes para instalação de novos empreendimentos e salas de até 100 metros quadrados para empresas interessadas.

Energia – Adnan Demachki destacou que muitas ações estão sendo desenvolvidas para apoiar 14 cadeias produtivas, incluindo redução de custos da industrialização, que podem beneficiar diretamente as indústrias de açaí. “No que se refere ao custo de energia, procuramos diversificar as matrizes energéticas, com opção, naturalmente, por energia limpa, sustentável”, disse o secretário, ressaltando que “daqui a dois anos e meio teremos gás natural em Barcarena, e a energia solar já é uma realidade no Pará”.

Para os representantes da indústria de açaí e derivados, Adnan Demachki garantiu que “quem precisar de energia para cultivar açaí irrigado deve procurar a Sedeme (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia), e vamos ajudar. Sobre os sistemas solares, além da expertise (de ensinar a fazer), o governo do Estado isentou a geração de energia solar dos 25% relativos ao ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) para geração de até um megawatt”.

O secretário enfatizou, entre outras vantagens da energia solar, que em quatro anos e meio todo o investimento é pago com a economia de energia, e durante os próximos 21 anos (as placas duram 25 anos) o investidor terá energia de graça.

“Os projetos de energia solar podem reunir empresas associadas ou produtores associados, e o melhor é que todos os bancos já financiam, além de que as próprias empresas que instalam oferecem parcelamentos”, concluiu Adnan Demachki.