CIIR destaca a importância do suporte paterno nas terapias de reabilitandos

A palavra pai é de origem do latim pater e representa a figura paternal de uma família ou o genitor de pessoas. Todos os dias, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, acolhe homens e os incentiva a participarem do cuidado aos usuários. São chefes de família que mudaram a rotina diária em razão de filhos e junto deles, o CIIR celebra este domingo (13), Dia dos Pais. 

“A instituição incentiva a participação paterna ativa, positiva e colaborativa, sendo um dos pilares que trabalhamos no cuidado centrado na pessoa/família em atendimento no CIIR”, destaca a diretora Executiva do Centro de Reabilitação, Rejane Xavier.  

Entre estes, está Pedro Castro, de 55 anos, que se desdobra para criar os irmãos Kevin, de 12 anos, e Kellen, de 17 anos; o primeiro diagnosticado com autismo e a segunda, com paralisia cerebral, autismo e microcefalia. A destacar, eles contam com uma rede de apoio em saúde ofertada pelo CIIR que oferece terapias, consultas médicas e ambulatorial. 

Quebrando paradigmas - Em sua grande maioria, a responsabilidade de cuidado à criança gira em torno apenas de uma pessoa, normalmente de mulheres mães, mas o ex-gerente comercial mudou a sua rotina para dedicar cuidado exclusivo à família. 

“Quando a minha filha nasceu, recebemos o diagnóstico e não tive dúvidas, larguei o meu emprego, e por isso, fui bastante criticado, porque minha esposa estava grávida, aos 21 anos, e você larga o emprego? Sabia que ia ‘chover’ críticas.  Eu trabalhava viajando e pensei: Como minha esposa tão jovem ia cuidar de tudo sozinha?”, relembrou. 

A partir deste momento, Pedro virou autônomo e passou a contar com tempo flexível para cuidar da filha e dar mais suporte à família. “Minha presença no cotidiano acompanhando à minha filha foi fator primordial em seu desenvolvimento. O ser humano consegue criar mecanismos de cognição com a ajuda dos pais, juntos”. 

A chegada do segundo filho, Kevin, uniu ainda mais a família e reforçou a presença paterna. “O pai se faz importante para a qualidade de vida, principalmente, de crianças com deficiência. Quando os pais recebem o diagnóstico do filho, o impacto é grande. Mas, o fator principal é você não cruzar os braços e achar que o mundo acabou por conta disso. Não. Precisamos vencer as barreiras e o preconceito, porque Deus lhe deu e você tem que administrar”.  

Suporte – Além dos serviços oferecidos, o CIIR garante às famílias um acompanhamento lado a lado, uma rede de apoio que fortalece os laços entre a instituição e às famílias assistidas. 

A família Castro participa do Treino Parental, a fim de potencializar as respostas no quadro Clínico dos filhos com o objetivo de ensinar os pais os procedimentos terapêuticos realizados, como a terapia Applied Behavior Analysis (Análise do Comportamento Aplicado - ABA). A iniciativa reforça no ambiente familiar, a terapia conduzida pelos profissionais no Centro de Reabilitação e, assim, dar sequência no desenvolvimento do quadro clínico do usuário. 

Integrante do Conselho Consultivo de Pacientes e Familiares, Pedro Castro, mensalmente, participa de reunião com o grupo de gestão do CIIR, que estabelece um canal de escuta aos reabilitandos e seus familiares para identificar, priorizar, elaborar e avaliar os esforços da instituição na rotina de atendimento do serviço em saúde dentro e fora do CIIR. 

“A gestão do CIIR abre as portas para nos ouvir, analisar as sugestões e opiniões para melhorar ainda mais o atendimento e a estrutura. Pela qualidade de atendimento, organização, por todo o ambiente em saúde ofertado, é espetacular para o desenvolvimento dos meus filhos. Não é somente as terapias que vão ajudá-los. É o conjunto da obra; se os pais estão bem, os filhos irão se sentir bem”, destacou. 

Evolução – Há cinco anos com os filhos sendo acompanhados no CIIR, Pedro Castro, pontua saldos positivos de desenvolvimento. “Hoje, posso contabilizar ganhos deles por intermédio das terapias promovidas. Em conjunto, a minha presença aqui com eles é primordial. A psicologia confirma que o pai ao lado do filho é um suporte, igual, a mãe”. 

De acordo com o psicólogo do CIIR, João Dias, o pai tem papel fundamental no processo de criação, afetividade e desenvolvimento. “Torna a criança mais sociável e carinhosa. Quando se tem a figura do pai presente de forma positiva, torna-se um modelo de como vai se socializar com o outro e responder positivamente às terapias”.    

A esposa de Pedro, Patrícia Castro, destaca a importância de a sua família ter liderança e proteção paternal. “A presença do pai para a criança, principalmente, a com deficiência, e para a mãe, é um suporte a ambas, tanto no desenvolvimento do filho quanto na saúde mental da genitora. A rotina com um PcD é cansativa em meio a consultas, terapias, trajeto casa/CIIR e ainda cuidar do ambiente doméstico. Muitas mães esquecem de cuidar da própria saúde e acabam adoecendo. Por isso, a presença do pai de forma ativa, positiva e colaborativa, é importante”.  

Referência - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço - O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.