Pacientes de longa permanência têm suporte psicológico no Hospital de Clínicas
Integração da equipe multiprofissional contribui para um ambiente humanizado, o que inclui intervenções de lazer para redução de estresse
Localizado em Belém, o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), através do trabalho de equipes multiprofissionais, recebe, integra e humaniza a internação de pacientes de longa permanência, a fim de minimizar impactos de demandas relacionadas à saúde mental. Segundo a psicóloga do HC, Patrícia Bentes Diniz, o suporte psicológico é essencial para um acompanhamento de qualidade, voltado não somente ao paciente, mas, também, para o acompanhante.
"A família, também, em certa medida, adoece e precisa de apoio para se organizar e suportar a jornada do seu paciente", pontua Patrícia Bentes. "A psicologia oferece a escuta e o manejo psicoterapêutico, assim como ocasionalmente psico-educação e intervenções de ambiência ou lazer, contribuindo em fortalecer os recursos salutares de enfrentamento do paciente e redução do estresse inerente às contingências da internação e do adoecimento", afirma.
Sobre o acompanhamento psicológico, o paciente José Luiz Leite, morador de Barcarena, afirma que "é crucial para os pacientes, não só eu, muitos precisam dessa atenção especial e graças a Deus as assistentes sociais, as psicólogas, são todas qualificadas, excelentes profissionais, que deixam a gente seguro", ressalta.
José Luiz está internado desde o dia 28 de março deste ano, e para a família o acompanhamento da equipe multiprofissional ajuda a enfrentar os desafios da internação.
"Desde quando ele foi internado já houve um acompanhamento, de perguntas, de rotina, de exercícios, colocaram ele para interagir com outros pacientes, porque a princípio ele era um pouco fechado, e devido a esse acompanhamento com a equipe de psicólogos e terapeutas ele passou a ter um contato melhor com outras pessoas, passou a brincar com outros pacientes, pediu para participar de atividades. Em questão de atendimento aqui no HC, realmente é excelente", afirma Mirian Rose Rodrigues, filha de José Luiz Leite.
"A gente vê esse trabalho sendo refletido no paciente, a gente vê ele bem, seguro; é importante não só para ele, mas para a gente como família, também, porque o tempo que a gente fica, realmente, não tem como a gente não ter um pouco de preocupação, a gente sente aquela pressão, tem hora que parece que tudo está desmoronando, mas você vai, conversa, e elas passam aquela tranquilidade, aquela paz, aquela segurança de que tudo vai se resolver", declarou Mirian.
Atuação em conjunto - Além do acompanhamento psicológico, a equipe multiprofissional, formada por médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e técnicos, atua para a melhora do paciente.
A enfermeira Luana Freitas, explica que a integração da equipe é importante para esse paciente de longa permanência, pois ele precisa muitas vezes superar quebras de expectativas em relação a alta. "Muitas vezes a gente sabe que é um pai de família que está aqui, que fica sem trabalhar durante aqueles dois, três meses que fica internado, de uma família que depende, então, quando esse paciente fica muito tempo internado a equipe multiprofissional entra dando suporte psicológico para esse paciente se compreender dentro desse processo, entender essas situações que são muitas vezes adversas.", afirma.
Terapia com música - E como uma das estratégias humanizadas, a equipe de terapia ocupacional do HC promove um momento para proporcionar conforto emocional ao paciente, através de música. "Esse projeto foi uma estratégia humanizada de promover um momento de conforto a usuários e familiares, proporcionar resgate ocupacional associado a memórias afetivas, além da tentativa de minimizar os efeitos negativos da internação dentro do ambiente de UTI, utilizando a música como ferramenta complementar no cuidado dentro desta unidade", explica a terapeuta ocupacional da UTI adulto, Luanda Campos.
Texto de Kelly Barros / Ascom HC