Santa Casa comemora na praça o Dia do Fissurado Labiopalatal
"Pra mim é o reconhecimento, porque antes as pessoas com fissura ficavam escondidas e agora a gente faz questão de ter esse espaço e faz questão de que ela seja vista e esteja integrada à sociedade". A declaração é de Raimunda Assunção, avó de Luna, paciente com fissura labiopalatal atendida pelo Serviço de Fissurados da Santa Casa do Pará ( SFAC).
Aos cinco anos, a menina pode brincar e ser feliz como toda a criança; e no último domingo, além de se divertir, Luna e a família se juntaram a outros familiares, amigos e profissionais de saúde que atuam na assistência aos fissurados para comemorar o Dia do Fissurado Labiopalatal, que teve programação na Praça da República e reuniu atividades de lazer e conscientização para o tema.
Divulgação que Ethyene Lobato, integrante da Sorriso Largos e mãe de Luna, sabe bem a importância. Para ela, falar sobre a condição de saúde contribui para que mais pessoas saibam para onde ir e o que fazer para o tratamento e para a aceitação das pessoas que possuem a fenda labiopalatal.
"Muito importante dar essa visibilidade, pois antes as pessoas não sabiam que existiam fissurados e agora sabem. Queremos que a Luna faça parte da sociedade sem olhares maldosos, pois ela é linda do jeito dela e o sorriso dela é lindo. O mundo vai ser muito melhor sem esse preconceito. A gente quer liberdade para que ela possa ir onde quiser, e isso vale para qualquer tipo de preconceito , seja com pessoas fissuradas ou não", ressalta Ethyene.
Criado para dar essa visibilidade ao problema de saúde, sensibilizando a sociedade e o poder público para a ampliação de políticas públicas de atendimento aos pacientes acometidos pela malformação, o Dia Estadual de Atenção ao Fissurado Labiopalatal também se tornou um dia celebração, considera Deborah Costa, responsável técnica e coordenadora da equipe multiprofissional do SFAC.
"Esse dia foi instituído em 2018 e desde então a gente vem aproveitando essa data para realizar ações que chamem a atenção para essa causa tão nobre. E para nós, que atuamos diariamente com o paciente com fissura labiopalatal, também foi de comemoração com o primeiro ano do novo ambulatório de pediatria, onde temos todo um andar estruturado voltado à assistência dos pacientes fissurados", conta Deborah Costa.
A programação foi realizada pela Santa Casa com o apoio da ONG Smile Train e Associação Sorrisos Largos de Apoio ao Fissurado Labiopalatal.
Fissura Labiopalatal - Estimativas do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, a incidência de nascimentos de pessoas com fissuras labiopalatais é de 1 para 650 nascidos. Tais malformações congênitas são caracterizadas por aberturas ou descontinuidades das estruturas do lábio e/ou palato e podem estar associadas a síndromes ou outras anomalias.
As fissuras acarretam problemas estéticos que afetam a autoestima dos pacientes, mas também sérios problemas funcionais que geram dificuldades para sucção, deglutição, mastigação, respiração, fonação e audição.
O ideal é que o tratamento seja iniciado com o paciente ainda bebê, mas crianças maiores, adolescentes e até adultos podem fazer o tratamento e obter melhorias em vários aspectos de saúde e autoestima.
Serviço - O Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais (SFAC) funciona na Santa Casa desde 2018, oferecendo atendimento integral ao paciente fissurado. O serviço conta com uma equipe multiprofissional, especializada, que garante o acompanhamento do paciente com fissura labiopalatal da infância até a idade adulta.
Desde o ano passado o serviço passou a ocupar todo o segundo andar do novo ambulatório de pediatria da Santa Casa, garantindo, além da assistência qualificada, um espaço mais adequado para a recepção e atendimento dos pacientes.
O acesso ao SFAC deve ser feito por meio da unidade de saúde do município onde o paciente reside. Em casos de dificuldades de encaminhamento ou dúvidas, os pacientes ou responsáveis podem entrar em contato com o SFAC para mais orientações. O telefone é o 91 4009-0355.