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Paciente submetida a transplante de medula no Hospital Ophir Loyola comemora alta

Atleta Sandra Faustino, de 52 anos, recebeu alta hospitalar após um mês de tratamento; o procedimento foi o primeiro pelo SUS na região Norte

Por Ellyson Ramos (HOL)
02/08/2023 14h50

A cada dez pessoas com doenças oncohematológicas graves no Pará, nove são assistidas pela rede pública de saúde. Condutas terapêuticas, como a quimioterapia e radioterapia, são estratégias relevantes para esse enfrentamento, que ganhou reforço em maio deste ano com a disponibilização do Transplante de Medula Óssea aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no Norte do Brasil. O primeiro procedimento da região foi feito no Pará, no Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém.

Submetida ao TMO na primeira quinzena de julho, a atleta Sandra Faustino, de 52 anos, recebeu alta hospitalar na última sexta-feira (28), com bom estado de saúde. Mesmo após a desospitalização, a paciente segue com acompanhamentos regulares e, nesta quarta-feira (2), durante a segunda visita depois da liberação para ir para casa, agradeceu o empenho de toda a equipe responsável pelo procedimento complexo.

“Aqui no Ophir Loyola, eu consegui fazer o tratamento sem a necessidade de viajar para outro estado. Está dando tudo certo e meu organismo já está se recuperando. Eu só tenho a agradecer à equipe do Ophir, que é nota 10, e à diretoria, que conseguiu trazer benefício que não foi bom só para mim, mas para muitas pessoas que precisam”, afirmou Sandra.

“Ela ainda terá muita história para contar e eu só tenho gratidão a Deus e a toda equipe, que cuidou muito bem dela. Ela até já voltou a brigar comigo. Mãe é mãe, não é mesmo? Só muda de endereço”, brincou a filha de Sandra, assistente Financeira Syldth Rhayssa Corrêa.

Em 2021, Sandra foi diagnosticada com Mieloma Múltiplo, tipo de neoplasia maligna em que as células cancerígenas causam problemas como o enfraquecimento dos ossos e do sistema imunológico. Para a atleta, que teve de lidar com dores nas costas e o afastamento dos treinos para um campeonato de ciclismo, o procedimento exitoso no HOL é sinônimo de esperança. “Estou com saudade de pegar a minha bicicleta e dar uma volta. É muito bom. Só quem é atleta ou quem pratica atividade física sabe o quanto faz falta”, disse Sandra, que espera ansiosa o retorno para o esporte.

Aptidão ao transplante - o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que até 2025, cerca de 11 mil novos casos de leucemia serão diagnosticados no País. Além de pacientes acometidos por essa doença, o transplante de medula óssea é um recurso terapêutico adotado para tratar linfomas, mieloma múltiplo, síndromes mielodisplásicas e tumores sólidos. Contudo, a viabilidade do procedimento deve ser determinada por um oncohematologista, pois depende do tipo, extensão da doença e de alterações moleculares detectadas.

Após análises de perfis e de exames complementares, Sandra foi convidada para uma entrevista com a equipe multidisciplinar e, em seguida, internada na instituição, onde deu início ao processo de preparo para o transplante de medula óssea autólogo. Nessa modalidade, as células hematopoiéticas são retiradas do próprio paciente e infundidas após o mesmo receber altas doses de quimioterapia.

A infusão das células progenitoras na paciente foi realizada em julho deste ano. O procedimento durou cerca de uma hora e foi bem sucedido, segundo a equipe médica que acompanhou o caso e entrou para a história da saúde pública do Pará.

“É com muito orgulho que a gente pode dizer que a estrutura de saúde do Hospital Ophir Loyola e do estado do Pará conseguiu construir um ambiente propício para fazer o primeiro transplante de medula óssea 100% SUS da Região Norte do Brasil. Que nós consigamos perpetuar esse serviço e que nos consolidemos uma referência em toda a região”, afirmou o responsável técnico pelo serviço, o oncohematologista Thiago Xavier Carneiro.

Para a implantação do TMO no HOL, o hospital promoveu a criação de protocolos, fluxos e rotina, o que demandou estudo e visitas presenciais a grandes centros transplantadores. Por intermédio da Central Estadual de Transplante (CET), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o serviço é realizado em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), que realizada a coleta e o armazenamento adequado das células progenitoras transplantadas no momento oportuno do tratamento.