Corpo de Bombeiros do Pará tem novo agente de busca e resgate: o cão Sirius
Expectativa é de que o filhote também atue em atividades de cinoterapia ou Terapia Facilitada por Cães (TFC) no tratamento de pessoas com autismo e câncer
Lealdade e persistência são as principais características dos pastores alemães de variação "capa preta", raça do filhote Sirius, o novo cão de busca, resgate e salvamento do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA). Doado pelo canil do Batalhão de Emergências Ambientais e Respostas a Desastres da corporação de Minas Gerais, Sirius, que já completou seis meses, chegou ao Pará há pouco mais de uma semana.
“A chegada do segundo cão de busca e resgate do CBMPA fortalece, cada vez mais, a atividade com uso de cães na corporação. Qualificamos nossos militares em outros estados que já desenvolvem a atividade e possuem expertise relevante para garantir a excelência na preparação e treinamento dos nossos animais. O Sirius representa um reforço para o nosso canil, que está em construção”, pontua o coronel Jayme Benjó, comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Pará.
O Sirius iniciou a ambientação no trabalho pelos militares do canil de Minas Gerais, que já atuam na área de busca e salvamento com cães há muitos anos, a exemplo de ocorrências de grandes proporções, como Mariana e Brumadinho. Após a chegada em Belém, realiza treinamento de obediência e destreza. A partir deste mês, o CBMPA iniciará o treinamento específico do animal na atividade de busca.
O soldado Sávio Bendelak, especializado pelo Curso de Busca, Resgate e Salvamento com Cães promovido pelo Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (LIGABOM) é o treinador do novo filhote. O militar já identificou que o Sirius poderá atuar em duas atividades: a de cinoterapia ou Terapia Facilitada por Cães (TFC), pela característica dócil do animal, além das atividades de busca.
“Por ser um cão de pastoreio, o Sirius tem as orelhas voltadas para cima e geralmente, com essa raça, a gente trabalha varredura de área, porém, devemos considerar as características do próprio indivíduo também. Ele é um cão que coloca muito o focinho no chão, por conta disso vamos trabalhar com ele a modalidade Mantrailing”, explica o soldado. A técnica é baseada na habilidade do cão em distinguir um odor específico, que é apresentado a ele a partir de peças de roupa, joias, calçados usados, por exemplo, e ele segue em busca desse cheiro.
Curiosidades - Com seis meses, Sirius já pesa 17 kg. A previsão é de que alcance até 35 kg. Em média, o cão passa por um treinamento de um ano e meio para atuar em atividades de busca, resgate e salvamento. A escolha do nome do novo integrante do CBMPA tem dois motivos. O primeiro faz referência à estrela Sirius, que é a alfa da Constelação Canis Major, latim para "cão maior". O segundo motivo se refere a um dos personagens da série de livros de Harry Potter, o Sirius Black, pela forma de um animago que também se transforma em cão.
“Um cão consegue poupar o esforço dos Bombeiros que atuam em uma área, delimitando o espaço de busca até encontrar a vítima. Em situações de afogamento, por exemplo, onde o corpo está submerso, ele consegue delimitar uma área muito pequena para o mergulhador atuar. Em situação de busca e resgate de área de selva, a mesma coisa. Também pode ser utilizado em investigações criminais, com ocultação de corpo, indicando que a vítima passou por determinados lugares. É uma atividade fundamental”, destaca o militar Sávio Bendelak.
Raya – Em 2022, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará recebeu o primeiro cão de buscas e resgate da corporação, a Raya. A cadela, pertencente à raça relativamente rara, desenvolvida no Brasil, denominada rastreador-brasileiro, representa um marco na implantação da atividade na corporação, que tem como objetivo fortalecer as suas ações com as expertises do animal. Raya segue em treinamento, junto ao 3º Sargento BM Inêz Holanda, médica veterinária, para participar de buscas de pessoas vivas desaparecidas, sobretudo, em áreas de mata e de difícil acesso.