Hospital Ophir Loyola conscientiza sobre combate ao câncer de cabeça e pescoço
Especialista alerta para sinais, como dores e nódulos, e a importância de manter hábitos saudáveis para prevenir a doença
Profissionais do 'Ophir Loyola' mostram como identificar sinais e alertam para a importância de hábitos saudáveisCelebrado nesta quinta-feira (27), o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço trouxe “Seu Corpo, Suas Regras; Seus Hábitos, Suas Escolhas” como tema da campanha nacional. O objetivo da ação anual é alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce deste tipo de neoplasia, comumente relacionada a estilos de vida não saudáveis.
A iniciativa do “Julho Verde” busca disseminar informações sobre os principais fatores de risco, sintomas, tratamentos e a importância de procurar assistência médica o quanto antes. Para tanto, neste dia 27 a Divisão de Fonoaudiologia do Hospital Ophir Loyola HOL), em Belém, reiterou ações desenvolvidas ao longo do mês e voltou a conscientizar usuários e acompanhantes no hall de entrada e no ambulatório da unidade de saúde.
Os especialistas recomendam, por exemplo, a adoção de hábitos saudáveis, como evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, e a prática de sexo seguro com preservativo, pois alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço estão associados a infecções por vírus, como o HPV (Papilomavirus Humano). “Durante o Julho Verde é essencial promover essas ações de conscientização e o acesso à informação, para que as pessoas estejam atentas aos sinais e sintomas, buscando assistência médica especializada o quanto antes”, orienta a fonoaudióloga do HOL, Brenna Habib.
Novos casos - O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, neste ano, 39.550 casos deste tipo de câncer sejam diagnosticados em todo o território nacional. Atualmente, o HOL, referência em oncologia no Estado do Pará, atende 1.034 pacientes acometidos pela doença.
A chefe da Clínica de Cabeça e Pescoço do HOL, cirurgiã Deise Nunes, explica que além dos tumores da cavidade oral, tireoide e laringe, a neoplasia também acomete as áreas da pele, como couro cabeludo, lóbulos da orelha, pele do nariz e dos lábios. “Mais de 50% das neoplasias malignas de cabeça e pescoço são causadas pela exposição solar, ou seja, a maioria é de câncer de pele”, ressalta a médica.
Segundo a especialista, a prevalência e a incidência dos tipos da doença dependem do gênero e da faixa etária. “Nos homens com idade superior aos 50 anos são tumores relacionados ao tabagismo, etilismo, má higiene oral e HPV. Já nas mulheres, a predominância são tumores de pele, por causa da exposição solar, e os de tireoide, que também são mais comuns a partir dos 50 anos”, informa.
Por não ter sintomas específicos, é preciso ficar atento a alterações, como feridas na boca que não cicatrizam, sangramentos, caroços, verrugas, dificuldade para engolir, rouquidão e emagrecimento sem causa definida.
“Ao notar qualquer sinal diferente em seu corpo é importante buscar por atendimento médico, para que o diagnóstico seja feito de forma precoce, pois a maioria dos tumores de cabeça e pescoço é tratável e curável. O diagnóstico é feito por meio de exame de imagem ou por uma biópsia, a partir do material coletado da região alterada”, explica Deise Nunes.
Tratamento - O tratamento mais eficaz para o câncer de cabeça e pescoço, prioritariamente, é a cirurgia. No entanto, a indicação desse procedimento depende do caso, levando em consideração a localização e o estágio da doença. Em alguns casos, podem ser necessárias outras modalidades terapêuticas, como quimioterapia e radioterapia.
“As doenças que afetam essa região do corpo podem receber diferentes tratamentos, variando desde o uso de medicamentos anti-inflamatórios até cirurgias simples para a remoção de lesões pequenas. Por outro lado, em pacientes com tumores avançados e que necessitam de reconstrução e modificações permanentes, procedimentos cirúrgicos mais complexos e de grande porte podem ser realizados. Por isso, é importante ressaltar que a escolha do tratamento dependerá das características individuais de cada paciente”, reitera a cirurgiã.
Gisele Gorayeb começou a sentir os sinais na bochechaBuscar ajuda - A administradora Gisele Gorayeb, 55 anos, residente de Belém, compartilhou sua jornada com o câncer de cabeça e pescoço. No mês de junho de 2022, ela começou a sentir intensas dores na região interna da boca, próxima ao dente do siso. Gisele morava em São Luís, capital do Maranhão, onde buscou um dentista, que identificou uma anomalia na bochecha esquerda.
“Quando eu cheguei ao consultório, ele viu que havia algo diferente, e que não era dor no dente do siso, mas sim na minha bochecha esquerda. Ele me explicou que era uma lesão com bastante sangue, e eu autorizei a retirada. Ele fez uma pequena cirurgia. No entanto, o dentista me orientou a procurar um especialista caso as dores retornassem”, conta a paciente.
Em fevereiro de 2023, a lesão reapareceu e a administradora decidiu buscar ajuda de um especialista, que após exames diagnosticou o câncer de cabeça e pescoço na cavidade oral. “Desde a descoberta, estou em tratamento. Já repeti todos os exames novamente, e irei realizar a cirurgia neste final de semana, aqui no Ophir Loyola. A dra. Deise Nunes já me avaliou e, felizmente, o tumor permanece localizado, sem ter se espalhado para o meu pescoço, o que me traz esperança de que tudo ocorrerá bem, e que estarei curada em breve”, afirma Gisele Gorayeb.