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Protocolo 'Pediasuit' é aplicado na reabilitação de crianças no CIIR em Belém

PediaSuit é um protocolo de tratamento intensivo, com uma vestimenta ortopédico-terapêutico que proporciona melhora no padrão de movimentos

Por Pallmer Barros (CIIR)
24/07/2023 10h10

Um protocolo de terapia intensiva para obter ganhos rápidos na reabilitação de crianças com deficiência, do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, destaca a utilização de PediaSuit, uma vestimenta ortopédica macia e dinâmica que consiste em chapéu, colete calção, joelheiras e calçados adaptados e  interligados por bandas elásticas. 

O conceito básico do PediaSuit é o de criar uma unidade de suporte para alinhar o corpo o mais próximo do funcional possível, restabelecendo o correto alinhamento postural e a descarga de peso que são fundamentais na modulação do tônus muscular da função sensorial e vestibular.  

O PediaSuit é o tipo mais moderno de macacão terapêutico ortopédico disponível atualmente no norte do Brasil, quando se refere ao serviço público ofertado à população gerenciado pela Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Para isto, dependendo do diagnóstico, conseguimos obter êxito por meio do fortalecimento de toda a estrutura muscular. Com isso, a criança consegue realizar o movimento de marcha, que é o andar. Mas, para que ocorra os movimentos de deambular, precisamos primeiro que fique em pé”, pontua Luiz Mesquita, terapeuta Ocupacional. 

Há cinco anos sendo acompanhada no CIIR passando por diversas terapias que a potencializou, Ana Maria Gomes, de 11 anos, chegou ao momento de utilizar em seu cronograma de reabilitação, a PediaSuit. Diagnosticada com Hidrocefalia e Mielologoncele, a garotinha condiciona a bipedestação, que é a posição ereta apoiada em ambos os pés, além de ser estimulada a cada grupamento muscular diferente.

“A roupa de PediaSuit vai alinhar forçando o corpo a ficar na postura adequada, logo, o macacão utilizado foi pensando com os mesmos moldes dos astronautas de antigamente, tudo em razão do espaço não ter a força da gravidade, que é muito importante para a coordenação motora e postura corporal do ser humano aqui no planeta. Quando o astronauta vai para o espaço, perde-se a densidade muscular. Portanto, a roupa simula essa gravidade forçando o músculo da pessoa a permanecer naquela posição induzido por meio do seu cérebro sem que ela perceba, desta forma, o corpo vai organizando a postura correta no momento de realizar algum movimento”. 

Segundo o profissional, quando o usuário realizar movimentos inadequados, os elásticos envolvidos na roupa, que são chamados também de tracionadores, irão forçar adequadamente a pessoa a realizar o movimento corretamente e, conforme o tempo, o corpo do reabilitando vai reconhecendo sem perceber, ou seja, fica no automático para o cérebro. 

“A terapia é realizada por meio de um protocolo intensivo com duração de três a quatro horas por dia e, com isso, conquistamos ganhos bem mais rápidos no plano terapêutico dos usuários”.  

A atividade é conduzida por uma equipe multiprofissional que integra ainda, além da Terapia Ocupacional, a Fisioterapia, Enfermagem, Medicina Ortopédica e Nutrição. “Toda vez que a Ana ficar em uma postura inadequada, fisiologicamente, a roupa vai restringir colocando no lugar. Portanto, mesmo parada, ela vai a todo momento sofrer estímulos na musculatura que causam muito esforço sem que ela perceba. Por fazer muito esforço, perde energia e a pressão arterial aumenta, por isso, a importância de ser avaliada por esses profissionais”, destaca Luiz Mesquita. 

Antes de iniciar cada sessão utilizando a PediaSuit, o reabilitando passa por um aquecimento. “Primeiro fazemos uma massagem no corpo do reabilitando preparando-o para receber a roupa. A vestimenta adiciona muitos estímulos, principalmente, proprioceptivos, que é o aperto do corpo justamente para alinhar, ou seja, como se ela estivesse dentro de uma forma para moldá-la. Isso, no início, incomoda, mas no decorrer das sessões, acaba acostumando”, finaliza o profissional. 

Yvens Gomes, de 43 anos, classifica a reabilitação da filha como evolutiva. Antes de iniciar o acompanhamento no CIIR, de acordo com o pai, o andar tão desejado para a família já começa a ser dado aos poucos. 

“Em casa, a gente continua com a dinâmica, claro, sem a Pediasuit. O terapeuta nos ensina um método para estimulá-la a andar e está dando certo. Estou muito feliz com a evolução dela. Graças ao plano terapêutico, agora, a Ana é autônoma, claro, dentro de suas limitações com o ambiente proporcionando acessibilidade”. 

Referência - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço - O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 /58 /59.