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Hospital Ophir Loyola alerta sobre a alta incidência de câncer de pele por exposição solar

Por Viviane Nogueira (HOL)
20/07/2023 15h07

Com a chegada do verão, a procura por balneários, praias e piscinas elevam o risco de câncer de pele nos veranistas desprotegidos. O principal desencadeador desse tipo de neoplasia maligna é a exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV) do sol, que podem causar danos nas células e levar ao desenvolvimento de tumores. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 3 milhões de novos casos de câncer de pele não melanoma são registrados anualmente no mundo.

O câncer de pele surge quando as células da pele sofrem mutações e se tornam malignas. Existem dois principais tipos de câncer de pele: o melanoma e o não-melanoma, que por sua vez representa 94% do total de casos da doença. Quando são detectados precocemente e dependendo do tipo histológico do tumor, podem apresentar altos índices de cura.

Os carcinomas de células basais (basocelular) e os de células escamosas (espinocelular) estão associados à exposição crônica ao sol, principalmente em pessoas com idade superior aos 50 anos e que possuem pele e olhos claros. Contudo, pacientes com melanoma (tipo mais agressivo) têm um prognóstico menos favorável e um maior índice de mortalidade. 

O melanoma de pele pode surgir como uma pinta escura ou sobre sinal pré-existente, e pode crescer, mudar de cor ou apresentar sangramento. A doença geralmente afeta pessoas de pele clara, que possuem muitos sinais e que têm histórico familiar. Além da exposição ao sol, fatores como histórico familiar da doença e o uso frequente de câmaras de bronzeamento também aumentam o risco de desenvolver a doença, pois também emitem raios UV prejudiciais à pele. Essas células cancerígenas podem se manifestar de diferentes maneiras.

No Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que 661.047 pessoas podem ser diagnosticadas com câncer de pele não melanoma até 2025. O órgão estima ainda que 26.094 novos casos de melanoma serão registrados no mesmo período. 

Atualmente, o Hospital Ophir Loyola (HOL), Centro de Alta Complexidade em Oncologia no Pará, atende 480 pacientes diagnosticados com câncer de pele.  Segundo a dermatologista do HOL, Mirrelle Nobre, os sintomas mais comuns incluem o surgimento de novas manchas na pele, feridas que não cicatrizam, mudanças na cor ou tamanho de pintas já existentes.

“Geralmente identificam-se manchas que não existiam ou que mudaram de forma, tamanho, cor, ou até mesmo dor e sangramento. É importante alertar que nem sempre é uma manchinha escura, qualquer alteração da pele pode ser um câncer. Apenas um profissional habilitado poderá fazer os diagnósticos diferenciais e, se necessário, realizar biópsia para confirmar”, explicou a médica.

A especialista recomenda a adoção de medidas de prevenção para proteger a pele dos danos causados pelo sol. “Proteção solar precoce, sobretudo em pessoas de peles mais claras, em geral, devem usar fator de proteção solar (FPS) maior que 50. Peles claras e com histórico pessoal ou familiar de câncer de pele, devem usar FPS maior que 90. Chapéus, óculos e roupas com FPS ajudam bastante em áreas de grandes exposições. O uso de protetor solar em comprimidos também auxiliam, mas nenhum substitui o protetor solar passado na quantidade correta em corpo e rosto. Deve-se evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h e realizar exames de pele regularmente com um dermatologista para identificar precocemente possíveis alterações suspeitas”, ressaltou Mirrelle Nobre.

O diagnóstico é feito pelo exame dermatológico e confirmado pela biópsia, com análise microscópica dos tecidos para a detecção de possíveis lesões existentes. O tratamento para o câncer de pele varia de acordo com o tipo e estagiamento da doença. Entre as opções estão cirurgia para remoção do tumor, radioterapia, quimioterapia tópica, uma técnica terapêutica que consiste na aplicação de frio no local chamada de crioterapia e acompanhamento clínico.

Há 18 anos, o aposentado Marcionilo de Castro, 99 anos, morador de Igarapé-mirim, notou a presença de um caroço atrás da orelha esquerda, e buscou a Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de origem, onde o médico responsável realizou a remoção da lesão. Após cinco anos, o tumor reapareceu e novamente o aposentado passou pelo mesmo procedimento.

“Final do ano de 2022, eu senti de novo o mesmo caroço e ia voltar no posto de saúde da minha cidade, no entanto, as minhas filhas não deixaram e me trouxeram para Belém. Realizei diversos exames e fui diagnosticado com câncer de pele na orelha esquerda. Eu não imaginava que era algo tão grave. Quando saiu o resultado, fiquei nervoso, mas aceitei, e agora estou aqui tratando”, contou o aposentado.

“Proteger a pele dos efeitos nocivos do sol é essencial para prevenir o câncer de pele. Com consciência e cuidados adequados, é possível reduzir o risco e garantir uma vida com saúde e bem-estar para a pele”, concluiu Mirrelle Nobre.