Falhas na construção e manutenção contribuíram para queda das 13 sacadas
Análise de peritos criminais do Núcleo de Engenharia Aplicada, da Polícia Científica do Pará, atesta problemas estruturais em laudo técnico
Engenheiro e perito criminal, José Alberto Sá: ″houve falhas na construção e falta de manutenção″, constata ele.Falhas na construção e deficiências de manutenção concorreram para o desabamento das 13 sacadas do edifício Cristo Rei, que fica na Rua dos Mundurucus, no bairro da Cremação, em Belém, no último dia 13 de maio. As causas do acidente foram confirmadas, após a análise dos peritos criminais do Núcleo de Engenharia Aplicada (NEA), da Polícia Científica do Pará (Pcepa), dispostas no laudo técnico que foi entregue para a Polícia Civil (PC).
A análise técnica realizada pelos peritos, na realidade, revelou uma combinação de falhas, originadas inicialmente por falhas na construção das sacadas. “Nossa análise apontou como causas para o desabamento das 13 sacadas do Edifício Cristo Rei, as falhas de execução de obra, os chamados “vícios construtivos”, que somadas às falhas de manutenção preventiva foram determinantes para o desabamento das sacadas”, explicou o engenheiro e perito criminal José Alberto Sá.
José Alberto Sá expôs que, “as falhas de execução de obra, ou seja, os vícios construtivos criaram esforços de cargas excedentes para a estrutura das sacadas, que geraram fissuras e trincas para a laje de concreto armado de todas as sacadas do Edifício Cristo Rei, que permitiram, ao longo do tempo, o surgimento de corrosões nas armaduras de aço.”
Ele enfatizou que a falta de intervenções preventivas e reparos necessários provocaram um processo de corrosão crítico nas ferragens. "Essa situação acabou culminando na queda da sacada da cobertura, que estava mais exposta às intempéries, e de todas as demais sacadas abaixo dela, por um efeito dominó de cargas acidentais”, completou José Alberto Sá.
A perícia incluiu também uma análise das sacadas remanescentes dos outros apartamentos do edifício, ao que os peritos apontaram problemas análogos e que, por sua vez, os mesmos riscos de desabamento. “Essa análise está em consonância com a feita pelo Corpo de Bombeiros, que fizeram um trabalho integrado com a Polícia Científica do Pará, em que apontamos a necessidade de reforço estrutural ou até mesmo a demolição dessas sacadas que restaram”, concluiu o perito criminal José Alberto Sá.
O laudo técnico elaborado pelos peritos foi prontamente entregue às autoridades competentes, da Polícia Civil, que terá o documento como base para seguir com as investigações e determinar eventuais responsabilidades civis e criminais relacionadas ao ocorrido.