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Mídia e feminicídio é debatido com imprensa no Publicom de Altamira

Por Redação - Agência PA (SECOM)
13/04/2018 00h00

Comunicadores, estudantes, profissionais de diversas áreas e representantes de movimentos de mulheres da região do Xingu tiveram a oportunidade de discutir sobre a cobertura da mídia nos casos de violência contra a mulher. O tema “Mídia e Feminicídio” encerrou o primeiro dia do Publicom - Encontro de Comunicação do Pará, na noite desta quinta-feira, 12, na sede da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Altamira (Aciapa), em Altamira, trazendo um debate produtivo com relatos de experiências, críticas e sugestões de campanhas para disseminar termos corretos nas coberturas jornalísticas da região.

A discussão teve início após a exibição do documentário “Quem matou Eloá?”, que mostra o comportamento da imprensa na cobertura do caso, ocorrido em 2008, quando Lindemberg Alves invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, localizado em um conjunto habitacional popular na região de Santo André, em São Paulo. A jornalista Ana Negreiros fez a mediação entre os participantes e a diretora e roteirista do documentário, Lívia Peres, que por conta do cancelamento do seu voo, teve que responder às perguntas de Belém, em uma videoconferência.

Quais seriam os limites da imprensa nos casos de coberturas de violência contra a mulher e como os jornalistas devem se comportar em situações que envolvem retratação de acusados foram perguntas que estiveram na pauta da noite, com a participação de muitos comunicadores na plateia. O primeiro passo, segundo Lívia Peres, é procurar “usar palavras corretas e não romantizar os crimes, como no caso da Eloá, além de divulgar as estatísticas e mostrar aos leitores, telespectadores e população em geral que esse é um problema urgente a ser resolvido no Brasil”.

Uma das primeiras a falar foi a representante do Movimento de Mulheres de Medicilândia, Edileusa Dias Costa, que chegou a Altamira especialmente para assistir o documentário. “O filme nos leva a refletir sobre como funciona a mídia. Confesso que nunca tinha visto o caso da Eloá com esse olhar e acredito que muitas mulheres ainda não veem dessa forma, mas acredito que se nós tivermos mulheres organizadas para despertar esse olhar crítico, já é um começo”.

Como representante de uma rádio comunitária de Medicilândia, a preocupação dela também foi buscar orientações sobre como usar os meios de comunicação popular corretamente no enfrentamento aos casos de violência contra a mulher. A pergunta foi respondida pela jornalista Ana Negreiros, que citou o uso de campanhas de orientação como uma estratégia inteligente de comunicação para minimizar os erros e preconceitos em relação ao assunto.

O jornalista Magno Rabelo, que participou ativamente do debate, questionou sobre o uso da palavra “ciúmes” numa redação jornalística e de que maneira o direito de resposta pode ser abordado sem expor a vítima e o opressor. Também, na plateia, as jornalistas Suellem Mendes, Rayane Brito e Val Araújo, deram boas contribuições, levando experiências pessoais e também profissionais, com a preocupação de discutir mais o assunto no município.

“Foram trazidos temas muito importantes, como ‘fake news’ e feminicídio, já que aqui é alto o índice de violência contra a mulher, então é uma oportunidade muito bacana de estar se atualizando, falando sobre as tendências do jornalismo. Os temas foram muito bem escolhidos e muito bem organizados, estou gostando bastante”, disse Suellem Mendes.

Abertura

A programação do Publicom Altamira teve início às 14h, com a oficina “Design para não designers”, um papo descontraído e interativo entre o publicitário e designer Filipe Almeida e cerca de 80 profissionais e estudantes de diversas áreas interessados em aprender mais sobre como criar ou melhorar sua identidade visual. Com papel e lápis nas mãos, os participantes tiveram que deixar a criatividade fluir e esboçar o piloto de uma marca para, no final do encontro, ouvir as impressões do instrutor sobre como aprimorar a ideia.

“Estava justamente procurando um slogan para a minha empresa e peguei dicas muito legais do instrutor. Gostei muito de ter participado e acho que todas as pessoas que trabalham com o comércio em Altamira deveriam ter vindo ao encontro”, disse a estudante do curso técnico em Eventos, do Instituto Federal do Pará (IFPA), Sarah Barbosa, 26 anos, que ficou sabendo do evento pelas postagens dos amigos nas redes sociais.

Segundo Felipe Almeida, a ideia da oficina era “apresentar algumas ferramentas que a pessoa pode usar para começar a construir uma marca pessoal ou institucional, ou alguma identidade voltada para um evento, e também falar diretamente com os profissionais de comunicação que atuam nessa área ou quem tem interesse”.

Na palestra “Redes Sociais: do planejamento ao monitoramento”, Ítalo Torres deu várias dicas a quem tem interesse em iniciar um projeto de redes sociais, mostrando a importância do planejamento antes de expor o produto na internet. “Não adianta criar um site ou uma fanpage que não é alimentada. Espaços virtuais são criados a rodo todo dia, por isso é preciso abastecer o seu espaço virtual com o mínimo de informações para causar uma boa impressão”, disse ele.

O social mídia da Diretoria de Comunicação Institucional da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) reforçou a importância de se comunicar de forma criativa para um público direcionado, citando algumas experiências de sua atuação no gerenciamento de produção de conteúdo das demandas que recebe de outras secretarias do Governo. “A criatividade é o gás que sustenta todo pensamento do pessoal que vai trabalhar com mídia e precisa estar em foco”, disse.

Além de reforçar a importância do social mídia e de uma comunicação eficiente, que pode gerar receitas e também diminuir o custo para o negócio de uma empresa, Ítalo apresentou números relevantes sobre as redes sociais: 20% do tempo online é gasto com conteúdo; 78% dos usuários investem tempo consumindo conteúdo de marcas que interessam; 57% consomem estratégias de marketing e conteúdo pelo menos uma vez e 80% preferem saber mais sobre uma empresa por meio de um conteúdo personalizado. “A produção de conteúdo custa 62% a menos que o marketing tradicional, além de gerar três vezes mais mídia”.

Segundo dia

A programação do Publicom Altamira segue a partir das 14h desta sexta-feira, 13, com a palestra “Cerimonial básico e a arte de falar em público”, com as orientações sobre organização e protocolo dos eventos púbicos e sociais, com o cerimonialista do Governo do Estado, Reginaldo Teles. Na sequência, das 17h às 19h, o debate será sobre “A TV em tempos de fake news”, com  a participação dos jornalistas Cristiane Prado (TV Liberal Altamira), Toninho Mardegan (TV Record Altamira) e Adelaide Oliveira (Cultura – Rede de Comunicação.

O secretário de Estado Comunicação, Daniel Nardin, encerra a edição do Publicom Altamira com a palestra “Além da tecnologia: conteúdo e estratégias de comunicação voltados para o desenvolvimento”, das 19h às 21h.

O Publicom é um evento da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) voltado para a qualificação e networking de profissionais e estudantes de Comunicação e áreas afins interessados em oficinas, debates e palestras sobre temáticas atuais.

A primeira edição ocorreu em 2013, em Belém. A partir de 2015, o Publicom ampliou seu raio de atuação, sendo levado aos municípios de Xinguara, Bragança, Redenção, Parauapebas, Paragominas, Santarém e o encontro em Belém, em novembro, com a participação de mais de mil credenciados. Marabá abriu a programação do Publicom 2018, que além de Altamira, será levado, em maio, ao município de Breves, no Arquipélago do Marajó.