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Maior tartaruga marinha do mundo é avistada pela primeira vez na APA Algodoal-Maiandeua

Esse foi o primeiro registro do animal, da espécie Dermochelys coriacea, com vida no litoral paraense

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
28/06/2023 11h00

Pela primeira vez, a maior tartaruga marinha do mundo foi registrada com vida na Área de Proteção Ambiental (APA) Algodoal-Maiandeua, em Maracanã, município da região nordeste paraense. O animal, uma fêmea adulta da espécie Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro), foi encontrada por pescadores enrolada em redes de pesca na Praia da Princesa, na manhã de terça-feira (27).

Uma equipe de monitores do Projeto de Monitoramento de Desova de Tartarugas Marinhas (PMDTM) foi acionada para ajudar na soltura do material e, na ocasião, também realizou o trabalho de biometria do quelônio. Felizmente, as redes não causaram lesões graves no corpo da tartaruga que pôde ser devolvida ao mar logo em seguida.

Outro nome atribuído à Dermochelys coriacea é de tartaruga-gigante, devido suas dimensões impressionantes. Na fase adulta, o quelônio pode atingir cerca de 2 metros, pesar quase 1 tonelada e viver por mais de 300 anos. De acordo com especialistas, ela é um dos animais que estão no topo da lista das espécies ameaçadas de extinção.

Pesquisa - Por esta razão, está sendo feito um diagnóstico de todo o litoral paraense a respeito da conservação das tartarugas marinhas. Duas Unidades de Conservação (UCs) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) estão na rota desses estudos: o Monumento Natural do Atalaia, em Salinópolis, e a APA Algodoal-Maiandeua, em Maracanã. 

A bióloga e coordenadora de campo do PMDTM, Josie Barbosa, conta que a única espécie que faltava fazer o registro no Pará era a Dermochelys coriacea. “A gente ouvia relatos, fotos, mas nada que fosse cientificamente comprovado. Agora não, temos de fato catalogado pelo PMDTM, as cinco espécies de tartarugas marinhas em nosso litoral. Tudo isso visa garantir a conservação desses animais e para que a gente possa fazer um plano futuro de conservação desses animais nas APAs, Resexs e no litoral como um todo”, afirmou.

Barbosa também agradeceu a parceria da comunidade, que tem colaborado com o projeto. “Eles são literalmente os nossos olhos nas praias. Quero dizer que a gente conta com todos para continuar com esse trabalho, e caso caia alguma tartaruga na rede ou que esteja encalhada, que nos avise, porque vão estar ajudando de forma muito importante o nosso trabalho e, principalmente, de conservação das tartarugas marinhas no litoral paraense”, concluiu a pesquisadora.

Esforços - O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, destacou que o órgão ambiental do Governo do Pará tem trabalhado de forma incansável para garantir a reprodução com segurança de todas as espécies de tartarugas marinhas. “Ao longo de todo o mês de julho, nossas equipes estarão em campo nas UCs Monumento Natural do Atalaia, em Salinópolis, e na APA Algodoal-Maiandeua, em Maracanã, para sensibilizar a comunidade local e aqueles que buscam esses balneários em busca de lazer durante o veraneio, sobre a importância de proteger toda a biodiversidade existente nessas áreas”.

Vale lembrar que, nas últimas semanas, cerca de 200 filhotes de tartarugas marinhas foram liberados nessas duas importantes UCs do Ideflor-Bio. A soltura dos filhotes foi acompanhada por técnicos do Instituto, agentes de segurança pública, juntamente com pesquisadores do PMDTM, cujo trabalho é coordenado pela Mineral Engenharia e Meio Ambiente. A previsão é que novas eclosões aconteçam nas próximas semanas e sigam até o mês de agosto.