Ophir Loyola investe em estomaterapia, especialidade da área de Enfermagem
Unidade adere à especialização do Hospital Albert Einstein para ter enfermeiros habilitados para cuidar de pessoas com feridas agudas e crônicas
Em Belém, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em oncologia, investiu na especialização em Estomaterapia do Hospital Albert Einstein para formar enfermeiros estomatoterapeutas habilitados para atender pacientes desse perfil. Essa especialidade da enfermagem é voltada para o cuidado de pessoas com estomias, feridas agudas e crônicas, fístulas, drenos, cateteres, e incontinência fecal e urinária.
Os novos especialistas atuarão na prevenção, tratamento e reabilitação de pacientes acometidos por lesões que afetam a integridade da pele. E também utilizarão técnicas de ozonioterapia, laserterapia, fotobiomodulação e terapia por pressão negativa. O serviço será integrado às clínicas de internação, ambulatório e nova clínica de cuidados paliativos oncológicos (CCPO) a ser inaugurada neste semestre.
A coordenadora de enfermagem do hospital, Eliete Moraes, frisa o cuidado com a saúde feminina e masculina. “Na mulher, iremos atuar nas reabilitações da incontinência urinária, prolapsos uterinos, perda de fezes com a idade e após procedimentos oncológicos como cirurgias, radioterapia, dentre outros. Já nos homens, vamos intervir na perda de urina e fezes que ocorrem após a cirurgia de retirada da próstata, por exemplo. A eliminação involuntária de urina e fezes também pode acontecer após as cirurgias abdominais, e levam a necessidade de uso de fraldas e absorventes”, explicou.
Membro da comissão de estomaterapia do HOL, o enfermeiro Ivison Carvalho, explica que a formação dos profissionais preenche uma lacuna histórica da saúde no Pará. Segundo ele, o Estado não dispõe desse tipo de serviço em hospital público ou privado nos moldes planejados para o Ophir Loyola. Nesta primeira fase, os especialistas já iniciaram o acompanhamento dos casos de feridas agudas e crônicas à beira leito durante a internação. E, futuramente, darão seguimento ao tratamento das demais condições a nível ambulatorial e na nova unidade de CCPO.
“O estomaterapeuta atua além dos cuidados com a pele, prevenção e tratamento de lesões agudas ou crônicas. E também promove a reabilitação daqueles que perderam a capacidade de controlar a urina ou fezes, condição que gera a exclusão do convívio social pelo medo de perder o controle e não conseguir conter essas situações. Ele tem a missão de devolver a autonomia, ajudar a recuperar a autoestima, o trabalho, o convívio social e de reabilitar essas pessoas para a vida. Atualmente, menos de dez profissionais têm esse título em nosso Estado”, disse.
A recuperação e o tratamento ajudam os pacientes a retornarem a atividades cotidianas, laborais e de lazer. “Além dos efeitos físicos da doença, a incontinência afeta emocionalmente os indivíduos, pois interfere na qualidade de vida e pode causar depressão e influenciar inclusive na vida sexual. Os sintomas afetam o trabalho e a autoestima, uma vez que a doença impõe restrições de convivência ao limitar as atividades por conta da incapacidade de conter a urina”, explicou Ivison.
Os pacientes internados com indicação de acompanhamento do estomaterapeuta serão encaminhados pela equipe de saúde através de solicitações de avaliação à beira leito e darão seguimento aos casos. A partir dessa visita, o enfermo passará a fazer parte do programa e receberá os cuidados ainda internado.
“Com o início da segunda fase do serviço, o paciente que receber alta dará seguimento com a equipe de estomaterapeutas ambulatorial caso haja necessidade. Já os pacientes assistidos em ambulatório pelas especialidades médicas serão encaminhados para consulta com o estomaterapeuta e serão agendados pelo call center do hospital. Estamos investindo na aquisição de equipamentos e materiais técnicos, à medida que as novas tecnologias foram incorporadas ao serviço, aumentaremos o nosso leque de atuação”, afirmou Ivson Carvalho.