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TURISMO

FITA debate Inclusão, acessibilidade e inteligência em cidades no 3º dia

Governo federal mantém desde 2012 um programa de turismo inclusivo e acessível destinado a cerca de 45 milhões de brasileiros com deficiência

Por Israel Pegado (SETUR)
17/06/2023 17h01

Um total de 45 milhões de consumidores, a necessidade de qualificação profissional e de investimentos em estrutura. Esse foi um pequeno retrato desenhado por Guiga David, especialista em acessibilidade, em sua apresentação no painel “Inclusão e Acessibilidade no Turismo”, na tarde deste sábado (17), no terceiro dia de programação da Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA), no Hangar.  

“A gente restringe muito as pessoas com deficiência, argumentando que tudo é muito caro. Primeiro que é uma falta de respeito por não seguir a legislação e está propício de levar uma multa. O que será que é mais caro? Olha a quantidade de pessoas com deficiência, segundo o IBGE, quase 20% da população brasileira. Estão perdendo um nicho. E o normalmente o PCD leva consigo acompanhantes não deficientes, público que vai agregar e consumir o seu produto ou serviço”, comentou Guiga ao destacar como é gratificante e a satisfação trabalhar com esse público no turismo de aventura adaptado.

Ele destacou como o Turismo Inclusivo e o programa Turismo Acessível, criado pelo Ministério do Turismo (MTur), em 2012, tem como objetivo promover a inclusão social e o acesso a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida à atividade turística, de maneira a permitir o alcance e a utilização de serviços, edificações e equipamentos turísticos. E destacou a necessidade de desenho universal nos projetos arquitetônicos de hotéis, pousadas e estruturas similares, trazendo alguns cases como hotéis fazenda Rede dos sonhos e Parque dos Sonhos, Selva de Mato Limpo e cidade de Socorro-SP.

Autismo - Luyann Rodrigues, biólogo, assessor de políticas para o autismo, especialista em educação inclusiva e mestrando em Genética e Biologia Molecular, trouxe números relevantes. “Acessibilidade em equipamentos turísticos é fundamental para garantir inclusão. Nos últimos anos cerca de 53% das pessoas deixaram de viajar por falta de acessibilidade no Brasil. A maioria tem entre 41 e 50 anos, da região Sudeste, são mulheres e 49% destas pessoas com deficiência viajam acompanhadas”, disse.

Ele lembrou alguns direitos como a gratuidade no transporte público, passe livre no transporte interestadual, descontos de 80% em empresas aéreas para acompanhantes, isenção de impostos (IPTU, IPI, IPVA), pagamento de 50% em espaços de cultura, esporte e lazer. E no Pará, a criação da Lei Estadual 9061/2022, Lei da Sessão Azul, programa “Capacitar para Incluir”, Festival Tealentos, Copa TEA, Carna TEA, Espaço TEA no Mangueirão, além de projetos para COP 30 e a inclusão da pessoa com deficiência

"O olhar da Psicologia no Turismo" foi a abordagem da psicóloga e agente de viagens Edna Rocha, a qual procura integrar os princípios da psicologia cognitiva, social e afetiva para mapear os processos mentais que influenciam as preferências turísticas, a tomada de decisões e a formação de memórias afetivas relacionadas às experiências de viagem. Estudos nessa área também examinam o papel desempenhado pelas emoções na formação de vínculos entre o turista e o destino, bem como o impacto dessas emoções na fidelidade e no engajamento turístico a longo prazo.

Chaves - A jornalista e escritora Santosha Natália Garcia, da Academia da Nova Cidade, encerrou o primeiro painel falando de “Acessibilidade à Felicidade”, como nossa experiência de vida urbana molda a cidade em que vivemos. E com 13 anos de experiência e mais de 100 cidades visitadas, trouxe três chaves práticas de implementação de soluções e inovação urbana, através do neurourbanismo (área do conhecimento que une as neurociências cognitivas com o urbanismo).

“Para desbloquear a inteligência em novas cidades as três chaves são: Percepção (mundo interno, que muda conforme a experiência que eu tenho); Paradigma (é aquilo que eu entendo como real, possível, correto, a narrativa), Hábitos (aquilo que é feito no piloto automático), 65% do nosso tempo é vivido dentro dos nossos hábitos, o “piloto automático”, concluiu