Custodiados de unidade de Mosqueiro participam de curso de Produção Artesanal de Produtos de Higiene e Limpeza
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), concluíram hoje o curso de Produção Artesanal de Produtos de Higiene e Limpeza para 20 custodiados do Centro de Recuperação de Mosqueiro (CRMO). O curso, além de qualificar profissionalmente os internos, permitirá que eles repassem esses conhecimentos às famílias, gerando renda, oportunidade e a ressocialização dos mesmos.
Desinfetantes, água sanitária, limpa alumínio, amaciantes e sabão líquido foram alguns dos produtos que as 20 Pessoas Privadas de Liberdade (PPLs) do CRMO aprenderam no período de cinco dias e nas 40 horas de duração do curso. Tarcilene Veloso, instrutora do Senar, explica que os alunos produziram produtos de higiene e limpeza para uso dentro das casas penais e para uso próprio.
Durante o curso, os internos aprendem como fazer a produção dos produtos e a reutilização do óleo de cozinha usado, com dois litros do produto é possível transformar e 70 litros de sabão multiuso, revela a instrutora. Tarcilene destaca que o importante é que o conhecimento adquirido pelos PPLs seja repassado para os parentes nos dias de visita. A ideia é que com a produção em casa, isso permita a geração de renda para as famílias, melhorando e muito a condição de vida deles.
“Foi ótimo, pois todos foram aprovados. Pode chamar qualquer aluno e perguntar do produto, como se faz? o que se leva? que eles sabem dizer. Isso ajuda na ressocialização, eles são muito participativos e o interesse que eles têm em aprender é muito grande”, afirma a instrutora.
A técnica de reinserção social do CRMO, Glaucilene Freitas, conta que é muito satisfatório acompanhar o desenvolvimento do projeto que traz não só o conhecimento da limpeza, da higiene, mas também a sustentabilidade para a produção de produtos econômicos. Outro aspecto se dá sobre o futuro dos PPLs com essa qualificação adquirida, permitindo uma fonte de renda quando deixarem as unidades.
“A gente pode tirar um bom proveito não só aqui dentro, primeiramente do conhecimento e da prática, mas lá fora, para que eles possam também abrir algum comércio ou uma microempresa, para que eles possam colocar em prática o que nós estamos aprendendo aqui dentro”, diz Glaucilene.
Para o diretor do CRMO, Abedolins Xavier, as oportunidades de curso são sempre muito benvindas e muito aguardadas pelos PPLs. Xavier argumenta que os cursos são profissionais, ministrados por instrutores experientes e capacitados, além de proporcionar futuras oportunidades de trabalho e renda para quem se qualifica.
“Está sendo um sucesso para eles. Poderão levar lá para fora essa profissão, já que com esse tipo de trabalho, de fabricação e vendas de desinfetantes caseiros, sabão líquido e amaciantes, dá para sustentar uma família. Eu mesmo conheço pessoas que trabalham com isso há muito tempo, vendendo de casa em casa, nas ruas e vendem bem”, garante o diretor.
Abedolins afirma que o curso é o primeiro de muitos outros que virão para incrementar ainda mais o trabalho de ressocialização no CRMO. Ele destaca que essa é a atual missão da Seap, a ressocialização tão defendida pelo Secretário Marco Antonio Sirotheau Correa Rodrigues, que sempre lembra que hoje o “custodiado está contido e amanhã estará contigo, de volta à sociedade".
“Ele bate muito nisso nas falas dele, então tem que preparar essa pessoa para voltar ao convívio da sociedade. Então esse pensamento da gestão é fazer isso mesmo, procurar buscar e promover mais cursos para preparar esse pessoal para o convívio de volta à sociedade, muito melhor do que quando ele entrou em uma unidade prisional”, diz Abedolins.
Para o interno Elvis Dean Magalhães, de 26 anos, a oportunidade de concluir um curso como o de produção de matérias de limpeza e higiene é muito importante. Ele relata que descobriu que pode comprar materiais que tem um custo baixo e tem um lucro relativamente alto em cima de um produto que é feito. “É prático, rápido e também é que dá um dinheiro maior e também uma oportunidade da pessoa fazer algo que seja autônomo, para ganhar o próprio benefício de salário e até ajudar nossos familiares lá fora”, concluiu.
Texto: Márcio Sousa / NSC Seap