Em encontro, Emater discute estratégias no setor pesqueiro que podem beneficiar mil famílias no Marajó
Pescadores denunciam que vêm sendo atingidos pela diminuição dos estoques pesqueiros.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), por meio da Regional do Marajó, promoveu na Ilha das Araras, no município de Curralinho, no arquipélago do Marajó, um encontro que poderá resultar no benefício de mil famílias com a formação do projeto de Acordos de Pesca, representando um importante instrumento para a cadeia produtiva do Camarão.
A reunião deu continuidade ao debate sobre a construção de estratégias de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para a ampliação de Acordos de Pesca na Região de Curralinho, Bagre e Oeiras. Entre os objetivos também estão discutir a realidade do contexto marajoara sobre a pesca do Camarão da Amazônia (Macrobrachium Amazonicum) e os acordos de pesca como uma ferramenta de governança local.
O evento, realizado na última quarta-feira (14), reuniu 60 pescadores no Complexo Marajó, na Sede da Associação dos Pescadores da Ilha das Araras e de toda Região do Marajó abrangendo as Ilhas Panacu, Sapateiro, Mariano, Rio Guajará, Ilha do Caí e Ilha Grande. Na reunião anterior, que ocorreu no dia 22 de maio, participaram 70 pescadores.
O Acordo de Pesca é um conjunto de normas criadas pelas comunidades para controle da pesca numa determinada região.
“Nesse caso, o Acordo de Pesca da Ilha das Araras vai beneficiar também as Ilhas Panacu, Sapateiro, Mariano, Rio Guajará, Ilha do Caí, Ilha Grande e outras ilhas que pertencem a essas regiões de influência tanto do município de Curralinho, de Bagre e de Oeiras”, explicou a extensionista rural da Emater na Regional do Marajó, engenheira de pesca e mestre em Biologia Ambiental, Cleide Marques.
A especialista da Emater reforça a necessidade desses debates.
“A realização das reuniões é uma demanda da comunidade. A comunidade da Ilha das Araras procurou a Emater com o desejo e a vontade de fazer o acordo de pesca e isso é muito importante porque realmente ele depende muito da comunidade. A comunidade que tem querer fazer o acordo porque o acordo são normas que são instituídas, e que, quem vai vivenciar isso no dia a dia são as comunidades que utilizam aquele recurso pesqueiro”, pontuou.
Na ocasião, as famílias apresentam sugestões para combater a sobrepesca do camarão que tem atingido as famílias de pescadores da região, com a diminuição dos estoques pesqueiros, tanto em diminuição do tamanho do camarão quanto da quantidade do alimento.
“Essas pequenas quantidades são insuficiente diante das necessidades dessas famílias”, alertou Marques.
A formação do acordo vai combater a invasão das propriedades e das áreas de pesca, que resultam em uma atividade econômica que é insuficiente para suprir as necessidades das famílias.
“Nós nos preocupamos hoje com a produção da pesca porque os pescadores trazem o sustento para a mesa da sua família e a produção hoje tem diminuído. Isso tem nos preocupados, por isso procuramos a Emater, pedimos apoio para que órgão nos ajudasse na construção do Acordo de Pesca”, contou o pescador e Presidente da Associação Pesca Marajó, José Carlos Neves.
“A Emater não mediu esforços para nos ajudar, abraçou a nossa causa e esse apoio tem sido muito importante. Estamos confiantes na conclusão do acordo que vai nos beneficiar e preservar o meio ambiente de onde vem nosso sustento dessa área ribeirinha aqui da região”, comemorou Neves.
A próxima reunião está agendada para o próximo dia 29 de julho de 2023, quando será construída a minuta do acordo de Pesca.
O evento realizado pela Emater tem a parceria da Prefeitura Municipal de Curralinho, da Associação Pescamarajó, Colônia Z37, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Secretaria de Agricultura por meio do Departamento de Pesca, Câmara Municipal e ONG Humana.
Texto: Sarah Mendes/ Ascom Emater
