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Miss Mundo promove no Pará ações de combate à hanseníase

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/04/2018 00h00

Há seis anos, o combate à hanseníase é a causa escolhida pela organização do Concurso Miss Mundo para ser trabalhada pelas eleitas no certame de beleza. A atual dona da coroa, a indiana Manushi Chhillar, e a atual Miss Brasil Mundo, Gabrielle Vilela, foram recebidas na manhã desta sexta-feira (20), em agenda institucional, pelo governador Simão Jatene e o secretário de Estado de Saúde Pública, Vitor Mateus. A comitiva está em Belém para a promoção de ações sociais de combate à doença. O encontro ocorreu no Palácio do Governo, na capital paraense.

A programação do “Beleza com Propósito” no Brasil integra encontros com governantes e autoridades de outros Estados da Federação. Durante a semana, a comitiva foi recebida em São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, onde deu início à campanha do agasalho. Também foi a Brasília apoiar a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF), sendo recebida pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. 

Em Belém, as representantes participam de ações com o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). O trabalho consiste em visitas a comunidades e repasse de informações e esclarecimentos, incentivando a população a fazer o diagnóstico precoce, sempre levantando a bandeira da luta contra o preconceito que envolve a doença.

O governador parabenizou a iniciativa. “Vejo ações como esta com bons olhos, pois é uma forma de discutirmos e darmos visibilidade ao assunto. No Brasil, se formos olhar o mapa da doença, percebemos que ela tem maior concentração em áreas mais pobres, e acredito que as ações para o seu combate passam, além do conhecimento, pela a redução da pobreza e da desigualdade”, afirmou Simão Jatene.

Informação - Manushi Chhillar concordou com o governador, e destacou a necessidade de ampliação do acesso à informação. “Se a pessoa conhecer todas as armas e táticas de seu inimigo, têm mais chances de se defender e vencer. No caso da doença, de conseguir a cura. Nosso desafio é levar essas informações para as áreas, para todo o mundo”, destacou a Miss Mundo 2017.

Na manhã desta sexta-feira, o grupo distribuiu ainda panfletos com informações sobre a doença no Bairro do Tapanã, e durante a tarde participou de entrevista coletiva e visita ao Centro de Combate à Hanseníase, em Marituba (Região Metropolitana de Belém).

A Índia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocupa o primeiro lugar no registro de hanseníase, em 2016, com 135.485 (63%) casos, de acordo com o Boletim Epidemiológico Mundial, publicado em setembro de 2017. O Brasil é o segundo, com 25.218 (11,7%) casos novos, do total de 214.783 reportados à instituição. 

Também participaram do encontro representantes nacionais e internacionais do concurso e as misses Pará Mundo, Isabella Garcia de Sousa Soares, 22 anos, e Marajó Mundo, Thays Syntya Antunes da Costa, 25 anos, eleitas na noite da última quinta-feira (19), em cerimônia realizada em Belém. 

Visibilidade – Para Artur Custódio, coordenador nacional do Morhan, essa visibilidade midiática é muito importante, já que se trata de uma doença silenciosa e marcada pelo preconceito. “Quanto mais pessoas, eu consigo chamar atenção da mídia e trazer a questão da doença, junto com as suas imagens públicas, melhor. E o concurso proporciona isso, pois traz um grupo de pessoas da sociedade que são importantes para a discussão”, ressaltou Artur Custódio. 

“Ações como estas são muito importantes, pois usamos a visibilidade que o concurso nos dá para trabalharmos em causas importantes. Ajudar ao próximo é importante, e cada um tem que fazer a sua parte”, complementou Gabrielle Vilela.

As participantes do “Miss Mundo” apresentam no concurso algum projeto desenvolvido em seu Estado, e a eleita também se engaja na causa global. “O Miss Mundo defende a ‘beleza com propósito’. Então, obrigatoriamente, a miss é aquela mulher bonita, engajada, que vai chamar atenção para uma causa maior. Em 2017, a nossa Miss Pará fez campanha relacionada ao escalpelamento, arrecadando o equivalente a R$ 45 mil em cabelos, e a Marajó fez campanha expressiva de arrecadação de material escolar, que beneficiou as crianças da Santa Casa. Já Manushi Chhillar é atual embaixadora oficial da causa da hanseníase pelo mundo”, explicou a coordenadora estadual do Miss Pará Mundo, Kátia Corrêa.

Características - A hanseníase é uma doença crônica, transmissível e de notificação compulsória. Possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae, bacilo capaz de infectar grande número de indivíduos. Ataca preferencialmente a pele e os nervos periféricos, podendo ter surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, responsáveis pelo estigma e discriminação aos doentes.

Por meio do Programa Nacional de Controle da Hanseníase, do Ministério da Saúde (MS), todos os pacientes recebem remédios para o tratamento, que costuma durar entre seis e 12 meses, dependendo do tipo de hanseníase manifestado. A doença é diagnosticada por meio de exame clínico sintomático ou pela baciloscopia. A doença tem cura e o tratamento é feito com antibióticos. 

De acordo com a Coordenação Estadual de Controle da Hanseníase, os dados parciais de 2017 apontam uma taxa de detecção na população geral de 28,31 por 100 mil habitantes, e uma taxa de detecção em menores de 15 anos de 8,82 por 100 mil habitantes.

O encontro ocorreu após o governador Simão Jatene retornar da cerimônia de celebração pelos 200 anos de criação da Polícia Militar do Pará, no Comando-geral da PM, em Belém.