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Abelardo Santos investe em órteses de neoprene e PVC para alinhar membros do corpo de pacientes

Por mês, são produzidos 300 dispositivos pelo serviço de terapia ocupacional da unidade. Artefatos conseguem se moldar de acordo com a necessidade dos usuários, auxiliando-os na recuperação. 

Por Ascom (Ascom)
16/06/2023 10h35

Desenvolvidas para alinhar, corrigir ou regular partes do corpo humano após uma pessoa passar por um acidente ou problemas de saúde, o serviço de terapia ocupacional do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, tem avançado em técnicas relativamente simples, mas que causam um grande impacto na prevenção de deformidades e na compensação de insuficiências funcionais. 

Por mês, a unidade consegue desenvolver, em média, 300 dispositivos, que podem ser de uso temporário ou permanente, a partir de dois materiais de baixo custo: neoprene e policloreto de vinila (PVC). Eles são oferecidas, gratuitamente, aos pacientes internados. 

De junho de 2022 a junho de 2023 foram produzidas cerca de 3 mil órteses, beneficiando 1.120 usuários, nas UTIs adulto, pediátrica e neonatal.

A terapeuta ocupacional do HRAS, Danielle Oliveira, explica que, atualmente, há dois tipos de órteses na unidade: as de posicionamento e as de descompressão. 

“As órteses de descompressão de cabeça, pés e lateral têm como objetivo a prevenção de lesões por pressão. Já as neonatais em neoprene e as híbridas em neoprene evitam o aparecimento de deformidades e contraturas”, detalha.  

A profissional comenta ainda que existem critérios para o uso. “As peças de descompressão são indicadas para pacientes com risco de lesão por pressão com pontuação de 10 na escala Braden (uma avaliação do risco de lesões de pressão). No caso das de posicionamento de neoprene, são usadas em bebês que apresentam padrão de hipertonia nas mãos e adução de polegar”, observa. 

“Já as suropodálicas (englobam a articulação do tornozelo e o pé, podendo ser articulada ou não) híbridas em neoprene são indicadas para manter a articulação do tornozelo na posição funcional em pacientes com sequelas espásticas ou que apresentem os pés equinos, além de prevenir deformidades nos membros inferiores”, complementa.

Atuação - O serviço começa pela avaliação do paciente. Em seguida, os profissionais verificam as medidas, passam para o molde e testam no usuário. Apenas depois dessas etapas é feita a confecção do material. 

Quando a órtese fica pronta, ela é testada no paciente. Caso tenha algum ponto de pressão, o material é reajustado. Se não for necessário, ela já é entregue para uso. 

Bem-estar - As órteses nos pés e na cabeça  ajudam o pequeno Antônio Araújo, de 1 ano e 2 meses, a manter o posicionamento dos membros. Ele tem Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença rara, e segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica há nove meses porque precisa de suporte de ventilação mecânica.  

A mãe da criança, Maria José Farias, de 28 anos, reconhece os benefícios dos dispositivos. “Notei que perninha dele fica em uma posição melhor e a cabeça já não cai tanto”, observou.

Internada há 10 dias na UTI do HRAS devido ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC), Elen Lima, de 41 anos, aprovou o uso do dispositivo. “Passei cinco dias dormindo, e depois que acordei, me sinto confortável usando esse suporte”, comentou. 

Alterações motoras - “Diante ao longo período de hospitalização, o serviço da terapia ocupacional do HRAS atua de forma preventiva a possíveis alterações motoras e visando a independência dos pacientes para que eles saiam sem deformidades no momento da alta hospitalar”, ponderou terapeuta ocupacional do HRAS, Gabriele Coimbra. 

A diretora técnica do HRAS, Bárbara Freire, destaca que a unidade sempre está buscando ações que proporcionem mais qualidade de vida e bem-estar aos pacientes. “O Abelardo Santos foi a primeira maternidade do Pará a oferecer órteses de neoprene. Essas órteses conseguem se moldar de acordo com a necessidade do paciente, auxiliando-o na recuperação. O acessório é leve e confortável, proporcionando a liberdade de movimentos e amenizando as sequelas futuras na pessoa”, frisou.

Serviço: O Hospital é a maior unidade pública do Governo do Estado. A instituição é administrada pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto: Ascom Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS)