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MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Em Belém, projeto de horta escolar da Emater envolverá 600 alunos com deficiência

Espaço será dedicado para aulas práticas multidisciplinares dos estudantes da Unidade Educacional Especializada (UEES) Yolanda Martins e Silva

Por Ascom (Ascom)
08/06/2023 10h34

Um projeto de horta escolar do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) de Belém irá beneficiar 600 alunos da educação especial da rede pública estadual.

Os estudantes da Unidade Educacional Especializada (UEES) Yolanda Martins e Silva, no bairro do Marco, têm o perfil de faixa etária de 12 a 80 anos, com deficiência intelectual, e alguns com comorbidades de limitação física. 

O objetivo da parceria entre Emater e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) é aproveitar pelo menos 100 m² da área verde da escola com canteiros orgânicos de hortaliças, frutas e plantas medicinais. Em 2022, o prédio foi todo reconstruído pelo Governo do Estado.

“É uma integrativa de inclusão social, educação ambiental, difusão tecnológica e acesso a políticas públicas. A atuação da Emater não se restringe ao meio rural: cobre a dinâmica inteira da sociedade e visa ao máximo acolhimento das comunidades dos entornos”, pontua o chefe do escritório local da Empresa em Belém, Lázaro José Silva. 

Na manhã da última terça-feira (6), dentro da programação institucional da Semana do Meio Ambiente no prédio escolar, a engenheira agrônoma Soraya Araújo da Emater promoveu uma palestra com a participação de alunos, pais e mães sobre destinação correta de lixo, reciclagem, tratamento de esgoto e soluções para os problemas de poluição.

No simbolismo da "Hora do Plantar", em que a Emater sincronizou plantios coletivos em todos os municípios do Pará em comemoração estendida pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, no dia  5 de junho, o grupo também plantou três mudas de açaí e uma de pau-preto nos jardins, doadas pela Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque (Funbosque).

“Somos só eu, Deus e a Escola cuidando dela. A mãe dela nos abandonou quando a Alessandra tinha quatro anos. Desde então, somos parceiros para que minha filha tenha oportunidades. Vai ser ótimo ela mexer com plantas, porque eu próprio me considero agricultor, vim da roça”, conta, emocionado, o vigilante aposentado Firmino Machado, de 68 anos, pai da estudante Alessandra Paiva, de 35 anos, autista.

Hortadário - O espaço será dedicado ao exercício de aulas práticas multidisciplinares: para o desenvolvimento fonético da linguagem, para o treino ergonômico de movimentos naturais, para a lapidação de coordenação motora e o contato com elementos de ciências. Além disso, as colheitas complementarão a merenda do dia a dia. 

“Queremos trabalhar sílabas, sons, percepções diferentes em um contexto imersivo e polissensorial. São metodologias conjuntas, que valorizam os potenciais e os interesses dos estudantes a fim de promover ua alfabetização funcional”, explica a fonoaudióloga da Unidade, Emanuelle Rodrigues. 

O estudante Klauber dos Santos, de 40 anos, morador da Cidade Nova, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB), diagnosticado com atraso cognitivo, diz que toda a movimentação significa mais um passo em um caminho de aprendizagem:

“Eu não falo que estou empolgado porque sou uma pessoa que vive o presente. Só posso falar que isso me alegra muito porque eu quero mais conhecimento, eu mereço experimentar a terra, os vegetais”, detalha. Ele já exercita atividades de paisagismo no quintal de casa e sonha em cursar na universidade a graduação ou em engenharia ambiental ou em engenharia florestal: “Quero ajudar a combater o desmatamento na Amazônia”, declara. 

Dos Santos toca zabumba e é um dos compositores das músicas autorais da banda escolar de rock Revolução Nuclear. São 11 alunos reunidos que já gravaram um cd independente. Em um dos hits, o Rock da Conscientização, os versos resumem a atitude: “este é o rock da conscientização. Pare de jogar lixo no chão”, cantam.

Texto de Aline Miranada