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Hospital Ophir Loyola orienta sobre os riscos do tabagismo para a saúde

Consumo de produtos à base de nicotina causa dependência química, diversos tipos de câncer, como o câncer de pulmão, entre outros males

Por Viviane Nogueira (HOL)
31/05/2023 16h20

O dia 31 de maio é marcado por campanhas do 'Dia Mundial Sem Tabaco' como forma de conscientizar a população sobre os danos do tabagismo para o corpo e mente, além de alertar sobre doenças e mortes evitáveis relacionadas ao uso da nicotina. O tabagismo pode ser definido como uma doença crônica que se caracteriza pela dependência dessa substância, adquirida por meio do consumo de produtos à base de tabaco. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), pelo menos 85% dos óbitos por câncer de pulmão são causados pelo fumo. Além dos muitos prejuízos à saúde provocados pelo fumo, o tabaco não causa apenas tumores de pulmão, mas também está associado ao câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, traqueia, rim, bexiga e colo de útero.

Por isso, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em oncologia no Estado do Pará, alerta a população sobre os riscos do uso do tabaco. Atualmente, há 227 pacientes em tratamento contra o câncer de pulmão no HOL. Sendo 116 homens e 111 mulheres. Com relação ao ano de 2022, este ano houve um aumento de 41% dos casos de neoplasia maligna pulmonar.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência da nicotina é a principal causa de morte evitável no mundo, com aproximadamente oito milhões de óbitos por ano, e mais de sete milhões dessas mortes resultam do uso direto deste produto. Os fumantes passivos também sofrem os efeitos imediatos, tais como, irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias. 

Além disso, os componentes tóxicos e cancerígenos presentes na fumaça ambiental do tabaco, que contém praticamente a mesma composição da fumaça tragada pelo fumante, também fazem mal aos fumantes passivos. São cerca de 4 mil compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são cancerígenos, o que leva à morte de 1,2 milhão de pessoas não fumantes expostas ao fumo passivo no mundo todo. 

O oncologista clínico do HOL, Bruno Fernandes, ressalta que o tabagismo é um fenômeno de dependência química, onde as pessoas ficam subordinadas à nicotina, a principal substância aditiva presente no tabaco.

“A nicotina é uma substância que age diretamente no Sistema Nervoso Central (SNC), liberando diversos neurotransmissores (mensageiros químicos), os quais produzem uma  sensação de prazer de curto prazo. E isso gera uma série de mecanismos hormonais, cerebrais e sensoriais  que levam o fumante a procurar novamente a nicotina para sentir a sensação de prazer”, ressaltou o oncologista clínico.

Quando se usa nicotina repetidamente, o corpo desenvolve uma tolerância, ou seja, vai se habituando com a quantidade da substância no organismo. Quando se desenvolve essa tolerância, é necessário aumentar a quantidade da droga para sentir o mesmo efeito.

“Com o tempo, devido ao bloqueio dos receptores do SNC, o indivíduo vai necessitando dessa inalação de nicotina cada vez mais e de maiores quantidades para sentir o mesmo prazer, tornando-se  dependente. Isto é, ele não consegue ter os mesmos níveis de prazer para as atividades e o SNC passa a se tornar dependente, gerando uma série de mecanismos que torna o indivíduo suscetível ao uso contínuo da nicotina”, explicou Bruno Fernandes.

O tabagismo é um fenômeno multifatorial, não  abrange apenas dependência química, mas também critérios físicos e psicológicos. Por tanto, ainda segundo o oncologista, "o tratamento contra o tabagismo é realizado de forma multiprofissional, pois envolve a psicoterapia, o suporte em grupo para que o paciente possa expressar a sua dependência e a dificuldade em abandonar o cigarro. Também existem medicamentos com ou sem a presença de nicotina, as quais podem ajudar nos desmame do tabaco e no melhor suporte da abstinência da droga”.

Fernandes esclarece que não existe um limite seguro para o uso do tabaco. “Qualquer consumo já é nocivo para a saúde. “Algumas pessoas são extremamente sensíveis e basta um nível baixo para que tenha malefícios. Nós não sabemos quem são esses indivíduos, todos que fumam têm um alto risco. Por esse motivo, o quanto antes abandonar o uso do tabaco, o risco pode ser menor para o desenvolvimento de doenças, como o câncer”, ressaltou o oncologista.

“Há diversos benefícios imediatos e de longo prazo para a saúde das pessoas que param de fumar. Além da melhora da circulação sanguínea e função pulmonar, o risco de ter um acidente vascular cerebral é reduzido, o risco de câncer de pulmão cai para cerca de metade em relação a um fumante e o risco de câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também diminui e as expectativas de vida aumentam”, conclui Bruno Fernandes.