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FENÔMENO NATURAL

Tartaruga marinha é encontrada desovando na Praia do Atalaia, em Salinópolis

O Ideflor-Bio alerta a população sobre os cuidados necessários para preservar o processo de desova dos animais

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
18/05/2023 21h49

O que antes parecia improvável no principal balneário do litoral paraense devido ao grande fluxo de visitantes, agora está se tornando cada vez mais comum. Na madrugada desta quinta-feira (18), uma tartaruga marinha da espécie Lepidochelys olivacea (tartaruga oliva) foi encontrada em processo de desova na Praia do Atalaia, em Salinópolis, na região Nordeste.

O animal foi identificado por pescadores da região cavando um ninho próximo a duas barracas. A Polícia Militar do Pará (PM) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) foram acionados para acompanhar o fenômeno natural. Após a tentativa de desova, por volta de 06 h, a tartaruga retornou ao mar em segurança. Tartaruga oliva em processo de tentativa de desova na Praia do Atalaia

Proteção - Desde fevereiro deste ano, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), com o apoio dos órgãos de segurança pública, bloqueia o acesso de veículos motorizados em 3 quilômetros da faixa de areia. A medida visa proteger a reprodução de cinco espécies de tartarugas marinhas que sobem à praia para depositar seus ovos, em várias épocas do ano.

Este não foi o primeiro registro de subida de tartarugas marinhas no litoral paraense. O Ideflor-Bio alerta a população sobre os cuidados que devem ser tomados ao avistar um animal na praia, e o que pode ser feito para contribuir com a preservação da espécie. “De imediato, o recomendado é isolar a área, oferecer sombra, manter o animal na areia com tecidos úmidos sobre o casco, manter o ventre virado para baixo e não molhar a cabeça da tartaruga. Caso queira registrar o momento em foto, deve-se desativar o flash. Nunca subir nas costas e nem focar com lanternas ou luzes em seus olhos, pois elas ficam desorientadas”, orienta a técnica em Gestão Ambiental do Ideflor-Bio, Adriana Maués. 

Equipes de órgãos do Estado garantiram o retorno tranquilo da tartaruga ao marMonitoramento - Até o momento, mais de 200 ovos de tartarugas estão em desenvolvimento nas adjacências da Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia, gerenciada pelo Ideflor-Bio. O Projeto de Monitoramento de Desova de Tartarugas Marinhas (PMDTM) acompanha a evolução dos quelônios, e na última terça-feira (16) conseguiu instalar o primeiro transmissor via satélite em uma tartaruga marinha na região Norte do Brasil.

O equipamento foi alojado em uma fêmea adulta da espécie Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente), encontrada no município de São João de Pirabas, próximo a Salinópolis. Além de registrar toda a trajetória da tartaruga, os transmissores informam sobre o comportamento de mergulho dos animais (frequência, duração, profundidade), assim como a temperatura da água.

Os especialistas afirmam que, dessa forma, será possível entender mais sobre a história natural desses animais. Caso uma tartaruga marinha seja encontrada viva, em atividade reprodutiva ou morta, o PMDTM solicita que a população entre em contato pelo telefone (91) 99374-6768.

O acompanhamento é feito por biólogos e pesquisadores da Mineral Engenharia e Meio Ambiente, empresa que executa o PMDTM. A iniciativa é uma medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Por isso, a empresa monitora áreas de desova de tartarugas no litoral paraense.