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Sedeme estuda novas utilizações para infraestrutura deixada por Belo Monte

Por Redação - Agência PA (SECOM)
04/05/2018 00h00

Reunião entre representantes de órgãos do governo na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), realizada nesta quinta-feira, 3, tratou sobre a viabilidade econômica e social da proposta apresentada na semana passada pelo consórcio Norte Energia, que construiu Belo Monte, que ofertou ao Estado uma área contendo 2.600 casas e um porto que custou R$ 120 milhões, localizados a 50 quilômetros de Altamira e a 80 quilômetros de Vitória do Xingu.

Participaram o titular da Sedeme, Eduardo Leão; Fábio Lúcio Costa, presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codec); Haroldo Bezerra, presidente da Companhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH); Rubens Cardoso, da Universidade do Estado do Pará (Uepa); Maria Amélia Henriquez, secretária-adjunta da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet) e técnicos de todos estes órgãos.

O secretário Eduardo Leão abriu a reunião informando que o encontro era justamente para se avaliar as informações preliminares, encaminhar estudos de viabilidade e consultas a agentes econômicos e administrativos, para então, em algumas semanas, se tomar uma decisão definitiva.

As casas, de dois, três e quatro quartos, são de material pré-moldado, com durabilidade mínima de 25 anos. A área já tem ampla infraestrutura, como asfalto, água, energia, supermercados, linha de ônibus e saneamento. “É maior que Carajás”, informou Eduardo Leão.

Uma das ideias já consideradas é desmontar as casas e locar ou vender para novos empreendimentos na região, como o projeto de exploração de ouro pela empresa canadense Belo Sun. O projeto está parado, buscando resolver entraves ambientais, mas é dado como viável nos próximos anos.

Outra ideia a ser aprofundada é a destinação das casas para projetos públicos de habitação ou até de um campus universitário, após se resolverem as dificuldades geradas pelas distâncias para Altamira e Vitoria do Xingu.

Já há empresas interessadas em parte da área. Uma delas avalia a construção de um complexo envolvendo campi universitários e a construção de um resort para turismo de natureza (a pesca em Altamira atrai aficionados de todo o mundo).

Outros dois projetos avaliados, e que seriam viabilizados diretamente com a interveniência do governo do Estado, em forma de política pública, seria a construção de um Distrito Industrial aproveitando a infraestrutura da área e também a construção de uma Estação de Transbordo de Cargas (ETC), que encurtaria distâncias rodoviárias entre a região e os portos de Vila do Conde, em Barcarena, e de Santana, no Amapá.

De acordo com Maria Amélia, da Sectet, já foi feito um estudo preliminar da viabilidade econômica da região e mapeadas oito cadeias econômicas prioritárias, entre elas a do cacau, pecuária (corte e leite), fruticultura e produção de alimentos em geral. O Distrito Industrial abrigaria empresas nestas áreas, além de pesquisas e fabricação de fármacos. A Associação Comercial de Altamira é um dos parceiros nos estudos e na possível implementação do DI.

Quanto à Estação de Transbordo de Cargas (utilizando o porto como plataforma logística), o segmento-âncora seria o de commodities, com destaque também para alimentos e grãos, especialmente a soja. O porto, com uma rampa de mais de 100 metros e calado de 2,8 metros, atenderia diretamente à economia e ao desenvolvimento de 12 municípios do entorno.

Maria Amélia lembrou que uma das questões essenciais será o modelo de gestão dos projetos, caso se decida pela implantação, com a provável criação de uma Organização Social para administrar.

Ao final, o secretário Eduardo Leão marcou nova reunião para o dia 6 de junho, com a participação de agentes empresariais e administrativos de Altamira e região, e pediu aos participantes que aprofundassem os estudos e a viabilidade econômica das propostas, para então se tomar uma decisão definitiva em relação à oferta da Norte Energia e quais as condições aceitáveis para que o repasse dessas estruturas sejam viáveis para o Estado.