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Oficina realizada pela Casa da Linguagem promove inclusão de pessoas com deficiência visual

Participantes são apresentados aos fundamentos, técnicas e princípios da audiodescrição. Curso gratuito segue até o próximo dia 26 de maio.

Por Giovanna Abreu (SECOM)
12/05/2023 12h40

Como você descreveria o ambiente em que você está nesse momento para uma pessoa com deficiência visual? Esse é um dos exercícios propostos aos alunos da oficina "Sons da Visão - introdução à audiodescrição”, que, de olhos fechados são provocados também a realizar atividades rotineiras, como descer escadas, com o auxílio da instrutora, de forma que possam se colocar no lugar de uma pessoa cega e, a partir dessa vivência, reforçar o entendimento sobre a importância da promoção da inclusão.

Promovida pela Casa de Linguagem, que é coordenada pela Fundação Cultural do Pará (FCP), a oficina gratuita, que iniciou na terça-feira (09) e segue até o dia 26 de maio, e é realizada nas manhãs das terças, quintas e sextas-feiras, é uma das iniciativas estaduais que promovem acessibilidade e a formação de agentes multiplicadores da educação inclusiva. 

Ybyrá Sousa é pesquisador autônomo e autodidataO pesquisador Ybyrá Sousa, que é autista com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), é um dos alunos da oficina. “Eu estudo acessibilidade comunicacional e poder participar de oficinas que realmente promovem maior acessibilidade a pessoas com deficiência, como a de audiodescrição e libras, é fundamental. A Casa da Linguagem é um espaço muito importante para o nosso Estado, onde consumimos arte, linguagem, inclusão e podemos juntos construir um mundo mais acessível com acesso a esse conhecimento”, destaca. 

A audiodescritora e professora de teatro Neire Lopes, que é a instrutora da oficina, explica que a audiodescrição é um recurso de acessibilidade que traduz as imagens em palavras para pessoas com deficiência visual e outras neurodiversidades, como síndrome de Down e autistas.

Neire Lopes reforça que a audiodescrição é um recurso da acessibilidade que traduz as imagens em palavras para pessoas com deficiência visual e outras neurodiversidades“A audiodescrição é um recurso essencial que traz o direito reservado por lei sobre acessibilidade à informação, bens culturais e linguagens artísticas. Quando eu estou no meu lugar de conforto é muito fácil viver. Os exercícios propostos nas aulas provocam incômodos sobre como seria estar no lugar do outro e por um determinado momento perder a minha autonomia? A inclusão é um longo processo, ainda temos muito a desenvolver, mas quando a Casa da Linguagem abre uma oficina como essa, ela promove a acessibilidade a mais pessoas, para que sejam agentes multiplicadores”, assegura. 

Na oficina, os participantes são apresentados aos fundamentos, técnicas e princípios da audiodescrição.

A pedagoga Marcicleia Rayol é uma das inscritas que buscou na oportunidade fundamentos para trabalhar melhor a questão da inclusão escolar“Como pedagoga, vi a necessidade em sala de aula de buscas mais conhecimento sobre acessibilidade e de pensar em estratégias de inclusão de alunos com deficiência e crianças especiais. Busco me aperfeiçoar para saber a melhor forma de lidar, ajudar ao próximo, por meio da informação e do conhecimento. Além da teoria, também fazemos vários exercícios e atividades na prática, para que a gente replique a educação inclusiva para além das escolas, em shoppings, supermercados, na nossa vida”, ressalta Marcicleia Rayol, participante da oficina. 

Oficinas – De acordo com a técnica em gestão cultural da FCP, Liliane Garcia, esse já é o segundo módulo de oficinas em 2023. Mais de 15 oficinas estão sendo ofertadas, em quatro linguagens: verbal, cênicas, musical e visual.

“As nossas oficinas estabelecem diálogos entre si, são pensadas para haver interação, articulação entre as pessoas. Ao mesmo tempo que realizamos, por exemplo, uma oficina de contação de história, ela vai dialogar com a de iniciação teatral, sempre com a promoção de acessibilidade”, informa. 

De modo geral, as oficinas são ofertadas para pessoas com a idade mínima de 12 anos. Acompanhe o site https://www.fcp.pa.gov.br/ e as redes sociais da Fundação. Mais informações: 3323-0300. A Casa da Linguagem é localizada na esquina da Av. Nazaré com a Av. Assis de Vasconcelos.

Mais acessibilidade - A seção braille da Biblioteca Arthur Vianna é referência em acessibilidade no Pará. O espaço é aberto ao público, de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 18h. 

O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) também tem uma biblioteca inclusiva, recheada de histórias dentro de um acervo com 200 livros contando literaturas infantis e fantasias, além de revistas em quadrinhos, com exemplares em braille. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (91) 4042.2157 / 58 / 59.

O Pará possui, há mais de 68 anos, uma unidade escolar referência para pessoa com deficiência visual, a Escola José Álvares de Azevedo, coordenada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). A unidade de ensino oferece apoio pedagógico no contraturno ao ensino regular estadual e conta, atualmente, com mais de 170 alunos já matriculados.