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No Pará, mães militares saem às ruas em proteção aos filhos de outras mães

O protagonismo materno é destaque nas corporações, onde elas compartilham desafios e conquistas da carreira militar e da maternidade

Por Denise Soares (SECOM)
14/05/2023 09h00

Sara Lopes com o filho SamuelO abraço no filho Samuel no dia da formação de Praças da Polícia Militar, em 20 de março deste ano, foi carregado de uma mistura de sentimentos para a soldado Sara Lopes, de 27 anos. Mesmo se considerando feliz como professora de Química, ela diz que precisava ir além do magistério e realizar o sonho da carreira militar. 

“O dia da minha formatura representou como um presente que eu poderia dar para a minha família e mostrar para o Samuelzinho que a mamãe dele é forte, superou desafios, passou um certo período na selva e mesmo assim não desistiu”, compartilha Sara. 

Atualmente, a Polícia Militar do Pará conta com 1.456 policiais femininas na corporação. Elas vêm conquistando espaço desde a primeira turma de mulheres na PM, em fevereiro de 1982. Há mais de 40 anos as mães militares fortalecem umas às outras nos desafios e conquistas dessa dupla jornada. 

Para Sara, a distância é o maior desafio para conciliar a maternidade e a carreira policial. A PM diz que conta com uma rede de apoio familiar e se desdobra para ver o filho. “Atualmente trabalho a 15 horas de distância do meu filho. Troco serviços e toda folga, eu vou com o coração acelerado para chegar logo perto dele, mas nem mesmo a distância interfere na nossa conexão como mãe e filho”, ressalta a policial. 

Conquistas profissionais depois da maternidade

Muitas vezes a policial civil Ana Suelen de Araújo se viu sozinha com o filho pequeno no interior do Pará, onde trabalhou por alguns anos. Não foi fácil. “Cuidava dele sozinha. Às vezes ele tinha que me esperar um horário a mais na escola. Nós, policiais, saímos de casa e deixamos nossos filhos para proteger os filhos de outras mães”, comenta. 

Em março passado, a escrivã cartorária da Diretoria de Polícia Especializada foi reconhecida pela atuação exemplar nas operações de combate a uma organização criminosa de atuação nacional junto a agentes das forças de elite de segurança do Rio de Janeiro. Marcello, o filho de 17 anos, não estava presente fisicamente na cerimônia, mas estava no coração dela. 

“A condecoração foi um dia muito importante pelo reconhecimento de um trabalho técnico desenvolvido por anos pela equipe. Pensei no meu filho, pois sou o exemplo de força e amor para ele, o exemplo de segurança plena, o qual ele pode se espelhar no futuro”, lembra a policial. 

Daniela dos Santos, delegada-geral adjunta, também recebeu a condecoração pelo trabalho desempenhado. Mãe de dois filhos, ela diz que vê a maternidade como uma responsabilidade difícil e por vezes desgastante, mas também muito gratificante. Ela reforça que fica feliz com o destaque que as mulheres têm ganhado na Polícia Civil do Pará. 

“A atividade policial exige total dedicação e disponibilidade, fazendo com que o tempo com nossos familiares seja exíguo, mas que eu compenso com a qualidade do tempo que passo com eles. Cada vez mais mulheres ganham espaço na PCPA, inclusive em postos de comando, e elevando a qualidade técnica, inclusive no enfrentamento à violência contra mulheres”, ressalta Daniela. 

Apoio na nova jornada - A bombeiro militar Patrícia Fonseca é uma das 229 mulheres na corporação, no Pará. Ela lembra que a decisão de ser mãe foi adiada algumas vezes. A mudança de rotina a assustava, mas ela conta que teve o apoio que precisava, especialmente durante os primeiros meses por causa da amamentação. Hoje, a filha Eva tem 7 anos e os desafios são outros. 

“Atualmente, estou como chefe da logística do comando operacional na corporação, dando um suporte maior para a equipe, o que inclui várias mudanças que passamos, e isso envolve nossos filhos, inclusive tendo a minha filha estudando integralmente para que eu exerça a minha função. Hoje tenho muito mais cautela nos serviços e redobro os cuidados, pois sei que tem alguém me esperando voltar pra casa, inclusive preocupada em como estou no trabalho”, pontua Patrícia. 

Maternar inclusivo

Marcela GuimarãesA cerimônia de posse dos novos 700 policiais penais do Pará na última semana, em Belém, foi marcada por uma cena forte e significativa. Enquanto assistia à solenidade, Marcela Guimarães amamentava a filha Bianca. O exemplo de persistência foi uma vitória celebrada em família. 

“Foi um desafio muito grande, principalmente passar todo o curso de formação durante uma gestação, e ao final, poder celebrar com a minha pequena, com a minha família. Ela é minha guerreirinha, não tem nem um mês de vida, nasceu no dia 20 de abril, dia seguinte à publicação da nossa nomeação. Fiquei muito feliz com a repercussão. Feliz e representada duplamente” comemora Marcela.