Regional de Marabá adota método canguru para humanizar cuidados neonatais
Técnica integra a Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso e busca melhorar a qualidade da atenção à gestante, ao bebê e à família
A dona de casa, Gilvanete Borges dos Santos, é a mãe de um bebê prematuro, que nasceu com menos de 1kg. Ele foi encaminhado ao Hospital Regional do Sudeste do Pará - Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, recebeu assistência com técnicas humanizadas, e, hoje, a mãe dele tem boas histórias para contar.
“Meu filho chegou aqui com apenas 815g. E com os cuidados assistenciais recebidos, graças a Deus ele ganhou muito peso e está com quase 2kg. Logo estaremos em casa com toda família", disse a mãe de Benício Silva.
O bebê é um dos usuários da unidade pertencente ao Governo do Estado, que está sendo submetido a técnica "Canguru". O método é para ajudar na recuperação de bebês prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. A terapia visa manter o recém-nascido em contato direto pele a pele com a mãe/pai, proporcionando ambiente seguro e aconchegante.
Benicio Silva foi encaminhado à unidade devido a complicações no parto para ser acolhido na UTI Neonatal. “Tem sido uma experiência emocionante e transformadora já que contribui com o desenvolvimento da criança. É uma sensação única poder ter meu filho em contato direto comigo, eu senti que estávamos nos conhecendo de verdade”, completou Gilvanete Borges dos Santos.
A autônoma Gabriela Borges dos Santos, moradora de Marabá, é outra mãe que se emociona ao falar sobre o método. Seu filho, Luís Antônio, nasceu prematuro e foi encaminhado pela Central de Regulação do Estado do Pará para o hospital para receber cuidados neonatal.
"Quando colocaram meu filho no meu colo pela 1º vez, eu senti um alívio imediato e uma conexão forte e inexplicável com ele. Eu pude sentir seu coraçãozinho batendo pertinho do meu peito, e ver seus olhinhos se abrindo para o mundo pela primeira vez. Eu sabia que naquele momento, nós dois estávamos lutando pela vida juntos, hoje estamos bem, e em breve vamos estar no aconchego do nosso lar", destacou Gabriela.
O Método
O Método Canguru é uma técnica criada na Colômbia em 1978, que se tornou referência mundial no cuidado neonatal. No Regional do Sudeste, a terapia tem sido adotada como uma forma mais humana e eficaz de cuidado para prematuros, reduzindo o tempo de internação e a recuperação mais rápida e saudável dos recém-nascidos.
De acordo com Pollyana Lobo, enfermeira responsável pela UTI Neonatal do HRSP, a técnica fornece resultados positivos para os bebês prematuros, como o estímulo ao desenvolvimento físico e genético, a regulação da temperatura corporal, a prevenção de infecções hospitalares e a melhora do vínculo afetivo entre pais e filhos.
"Na unidade a técnica é realizada sob recomendação médica, somente os pacientes que estão estáveis clinicamente participam da terapia, as mães também realizam uma higienização rigorosa e utilizam todos os EPIs,s de segurança", ressalta a enfermeira.
O psicólogo Maycon Silva, que atua no HRSP, destaca que a técnica contribui com a boa saúde mental das mães, e promove um sentimento de conexão e união entre mãe e filho. "Essa terapia ajuda a minimizar sentimentos negativos, como frustração, ansiedade, medo, culpa e temores frente ao desconhecido, que surgem devido a internação dos bebês", afirmou Maycon.
Referência neonatal e pediátrica
O Regional do Sudeste do Pará é o único da região a dispor de UTIs exclusivas para recém-nascidos, crianças e adolescentes. São nove leitos de UTI Neonatal, nove de UTI pediátrica, além de 11 leitos de enfermaria de cuidados intermediários pediátricos.
A unidade que pertence ao Governo do Pará, e desde o dia 15 de abril, passou a gerenciada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), atua como referência para média e alta complexidade para mais de 1 milhão de pessoas de 22 municípios da região.
Texto de Ascom Regional de Marabá