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Santa Casa debate as repercussões na saúde e as implicações legais do racismo

Evento resultou de parceria com os Conselhos Regionais de Assistência Social e Psicologia, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Pará), entre outras

Por Etiene Andrade (SANTA CASA)
14/04/2023 15h12

Servidores da Santa Casa participaram de uma roda de conversa sobre o racismo promovida pela instituição em parceria com os Conselhos Regionais de Assistência Social e Psicologia, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as Universidades do Estado (Uepa) e Federal do Pará (UFPA), e o Movimento Estético Elegância Preta.

O evento foi planejado com o objetivo de contribuir com a erradicação do racismo, por meio da disseminação de informações sobre a lei que caracteriza o crime e os prejuízos para as relações e para a saúde e servidores e usuários do SUS.
 Para a pedagoga e assessora da diretoria de ensino da Santa Casa, Creusa Barbosa Trindade, trazer a discussão sobre o racismo para o ambiente institucional e hospitalar é essencial, já que a Santa Casa, como instituição de saúde de referência no Pará, precisa adequar seu processo de assistência às características do público atendido, que no caso da instituição reflete o perfil da população brasileira e paraense, de maioria preta e parda.

"No Brasil, nós, afrodescendentes, somos mais  de 50% da população autodeclarada, segundo o IBGE e no estado do Pará são quase 75% os que se declaram pretos e pardos. Isso significa dizer que os os usuários do serviço da Santa Casa na sua maioria são pretos e pardos e para essa população existem legislações específicas. Então é muito importante para nós servidores conhecermos essas legislações, debatermos esse tema, ampliarmos esse debate ,  inclusive porque existem doenças que acometem mais a população afro, assim como as mulheres pretas e pardas. Discutir tudo isso é muito importante pois vai dar a essas pessoas o direito que lhes é assegurando na legislação", explica Creusa.

Os participantes da roda de conversas também discutiram a necessidade de ações de combate ao racismo pelas instituições. O presidente da comissão de direitos humanos  da OAB Pará, José Maria Vieira Júnior, ressaltou que o racismo está presente não só nos indivíduos, mas faz parte da cultura geral da sociedade.

"Existe racismo cultural em todas as instituições. Existe aqui na Santa Casa, existe na OAB, até no judiciário. Por isso é preciso que assumamos o racismo para poder combatê-lo, porque precisamos de mais que não racismo, precisamos ser antirracistas", afirma José Maria.

Além de consistir em um crime, que afeta os direitos dos cidadãos, o racismo também leva a repercussões negativas para a saúde, especialmente dos indivíduos que sofrem com o preconceito e agressões, afirma Max Alves, coordenador de psicologia e relações raciais do Conselho Regional de Psicologia.

"O racismo adoece tanto a população negra quanto a população não negra pela condição de se acreditar que há um grupo na sociedade que seja pelo tom de pele , pelas características físicas se entende que é ou superior ou inferior ao outro", afirma Max.

Paralelamente a roda de conversas, uma mostra de trabalhos autorais do Movimento Elegância Preta buscou sensibilizar sobre o racismo por meio do aspecto estético presente em  produtos artesanais e culturais como roupas, acessórios, penteados, pinturas e artigos literários.

Os interessados em integrar s ações do movimento podem obter mais informações por meio do telefone: (91) 98022.7758.