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Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) promove Semana do Sistema Braille

Programação envolveu oficinas, roda de conversas e ação cultural com leituras em Braille, na Biblioteca inclusiva da instituição  

Por Pallmer Barros (CIIR)
13/04/2023 16h56

No mês dedicado à celebração pelo Dia Nacional do Sistema Braille, em 8 de abril, a equipe multiprofissional do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, realizou uma semana de ações em alusão à data. Do dia 10 até esta quinta-feira (13), junto com os reabilitandos e acompanhantes, paralelamente às terapias, houve uma programação com oficinas, roda de conversas e ação cultural com leituras em Braille, na Biblioteca inclusiva da instituição.  

O evento contou ainda com a participação do bibliotecário do Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves (Centur), Pedro da Silva, que abordou as vivências e a importância do Braille, além das suas experiências de vida. Na Biblioteca da instituição houve programação com oficinas, roda de conversa e ação cultural com leituras em Braille

“Sinto orgulho em participar de eventos desta importância para contar o mundo da pessoa cega. Tento ao máximo passar às pessoas que enxergam, o nosso olhar que é por meio do tato, do olfato, uma sinergia que faz a gente viver de uma forma normal. No evento, contei várias histórias de vida que são exemplos a seguir”, completa o bibliotecário. 

Biblioteca Inclusiva - Com 65m² recheada de histórias dentro de um acervo com 200 livros em Braille contando literaturas infantis e fantasias, além de revistas em quadrinhos, os usuários do Centro de Reabilitação têm este suporte que, segundo a bibliotecária do CIIR, Denise Morais, o Sistema Braille foi criado para ofertar acesso à informação e mais independência à pessoa cega, por meio da leitura. 

“Assim como quem enxerga, realiza uma leitura e viaja na história que está lendo criando imaginações de um personagem, roteirizando uma cena, a pessoa cega também pode sentir isso por meio de livros em Braille”.  

A profissional é uma das facilitadoras na Biblioteca e destaca que o local também é uma inserção da pessoa cega na cultura. “O ato de ler é uma inclusão social que insere qualquer ser humano a conhecer costumes, países e etnias. A partir da informação, a pessoa pode se movimentar na sociedade”.

Segundo o Relatório Mundial sobre Visão, em 2019, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,2 bilhões de pessoas têm algum tipo de deficiência visual, sendo um bilhão em uma condição que poderia ser prevenida ou tratada.  

No Brasil, os dados oficiais mais recentes disponíveis são do Censo de 2010 colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, há no país, mais de 6,5 milhões de pessoas que não conseguem ver de forma alguma ou que têm grande dificuldade, o equivalente a 3,4% da população. Desse total, mais de 582 mil são incapazes de enxergar. 

Fazendo parte dessa estatística, o usuário Reginaldo Miranda, de 51 anos, é frequentador assíduo da Biblioteca inclusiva do CIIR. Para ele, o Braille traz liberdade que os olhos não proporcionam. “Aqui na Biblioteca, conheço um mundo fascinante, através das histórias. É também uma terapia pegar um livro e ler. É uma inclusão que fortalece o cego dentro de uma sociedade. Nos fortalece como pessoa, em meio ao preconceito lá fora, tudo por meio da cultura”.  

Participante da roda de conversa enquanto aguardava o filho João Garcia, de 5 anos, realizar mais um dia de terapia no CIIR, Liliane Garcia, de 33 anos, enfatizou que ficou fascinada com a temática conhecendo as vivências que o bibliotecário expôs no evento. 

“É incrível a sua vivência de mundo. Fiquei fascinada como o seu Pedro lida com as adversidades que encontra na rua, por exemplo, com as calçadas desniveladas. Para nós que estamos vendo os objetos, colocamos dificuldades na maioria das nossas tarefas e vê-lo que tem vontade e adapta a sua forma de viver ao mundo, é legal. Aprendi muito com a abordagem do evento”.    

O início - Louis Braille foi um francês responsável pela criação do método que permite os cegos de lerem. O pioneiro perdeu a visão ainda na primeira infância. Ele inventou o método quando tinha apenas 15 anos ao desenvolver um sistema de célula para leitura por meio do tato. 

No Brasil, a introdução do método foi realizada por meio de José Álvares de Azevedo. A partir dos 10 anos, foi levado à França por seus pais para estudar até os 16 anos, no mesmo Instituto Real dos Jovens Cegos, em Paris, onde Louis Braille estudou e desenvolveu a prática. 

O Braille é um sistema de escrita e leitura para cegos, uma importante inclusão de comunicação entre as pessoas com deficiência visual na tomada de decisões, além da necessidade de inserção no ambiente escolar e acadêmico, sobretudo, na vida.    

O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço:

O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.