Santa Casa cria brinquedoteca e muda ambiente de espera por cirurgias pediátricas
Crianças e adolescentes ficam mais tranquilos ao interagirem com os brinquedos, diminuindo a tensão antes de procedimentos cirúrgicos
Enfermeira do centro cirúrgico coloca Aurora no tricicloDe acordo com a Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS), humanizar é valorizar todos os envolvidos no processo de produção da saúde, incluindo trabalhadores, gestores e usuários. A política reforça que "valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vivem, através da responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação coletiva nos processos de gestão e de produção de saúde".
Essa responsabilidade compartilhada está evidente na sala de espera do centro cirúrgico pediátrico da Santa Casa de Misericórdia do Pará, espaço criado a partir da percepção da equipe de profissionais que atende no setor sobre a necessidade de um ambiente lúdico, onde as crianças agendadas para cirurgias possam ter acesso a brinquedos e atividades que as tranquilizem antes da cirurgia.
As crianças brincam, se distraem e ficam mais tranquilas antes de entrarem no centro cirúrgico
A técnica em Enfermagem Marly Melo faz parte do grupo de profissionais que contribuiu com a criação do espaço, doando brinquedos, livros infantis e outros objetos. Ela resume o que era o espaço e no que se transformou. "Quando as crianças se aproximavam do centro cirúrgico já ficavam agitadas, chorando, gritando. Enfim, era um desespero total. Mas agora elas chegam aqui e se deparam com um espaço colorido, com os brinquedos, e já querem entrar na sala. Elas se distraem com os brinquedos e aguardam mais tranquilas", afirma.
Recentemente, o espaço ganhou o reforço de dois "veículos" muito cobiçados pelos pequenos pacientes: um triciclo e um carro elétrico, que conduzem as crianças até as salas de cirurgia, e também transformam o trajeto em um momento menos tenso.
Apoio e adesão - A enfermeira Simone Fernandes, responsável técnica pelo centro cirúrgico pediátrico, ressalta os objetivos das ações, que resultam de iniciativas da equipe, com o apoio da gestão do hospital e completa adesão dos acompanhantes e pacientes. "O centro cirúrgico é um espaço novo, por isso temeroso para as crianças. Então, para diminuir a ansiedade e o medo das crianças e dos pais. A gente resolveu criar esse espaço, que é uma brinquedoteca, mas que também tem uma televisão para que os acompanhantes possam se distrair um pouco. E depois nós pensamos em uma forma lúdica de as crianças irem até a sala de cirurgia, e aí tivemos um apoio da direção, que disponibilizou um carrinho elétrico, e de um médico da equipe que doou o triciclo", informa a enfermeira.
Para Janice Ribeiro, que veio do município de Capitão Poço, no nordeste paraense, acompanhar a neta Emily, 3 anos, em um procedimento cirúrgico, os cuidados da equipe da Santa Casa, o espaço e os brinquedos trazem alívio diante das preocupações com a saúde da criança. Ela conta que a neta "chegou aqui braba, assustada, não queria tirar os brincos pra se preparar para a cirurgia. Quando chegou aqui, nessa brinquedoteca, parecia que estava em casa. Eu estou muito satisfeita com o atendimento, desde o ambulatório até aqui no centro cirúrgico, e espero que a minha netinha fique bem".
No centro cirúrgico pediátrico da Santa Casa são realizados, por mês, mais de 50 procedimentos cirúrgicos em crianças e adolescentes de zero a 16 anos.
