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ABRIL MARROM

CIIR garante acompanhamento e reabilitação aos deficientes visuais

Por Pallmer Barros (CIIR)
12/04/2023 15h08

No mês de conscientização com o foco na prevenção, combate e na reabilitação às diversas causas de cegueira, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, aderiu ao Abril Marrom, assegurando o direito ao serviço em saúde à população paraense, ato que reforça o compromisso com a qualidade de vida de pessoas com deficiência visual assistidas pelo CIIR. 

A iniciativa é fundamental, pois a cegueira ou a Baixa Visão, é uma consequência a uma causa que na maioria das vezes é tratável, quando diagnosticada precocemente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 60% a 80% dos casos de cegueira, são evitáveis. 

De acordo com Maria Maeve, oftalmologista do CIIR, antes que os problemas de visão sejam percebidos, deve-se procurar consulta anual preventiva com o oftalmologista. “Sabe-se que 20% dos casos são irrecuperáveis. Por isso, é tão importante se preocupar com a prevenção. Isso precisa fazer parte da rotina das pessoas, desde a infância e estender por todas as fases da vida, a cada ano”. 

Ela ressalta ainda que essas visitas devem ocorrer, mesmo na ausência de sintomas, “pois existem doenças que evoluem de forma assintomática, sendo que muitas dessas doenças são silenciosas, não apresentando sintomas nas fases iniciais, deste modo, detectá-las precocemente previne a perda da visão”, observa a médica.

Entre as causas mais comuns de cegueira evitável no Brasil estão a catarata, o glaucoma, a retinopatia diabética e a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). “Outras doenças causam cegueira e baixa visão na infância, de forma irreversível, como exemplo, a Toxoplasmose Ocular Congênita; Retinopatia da Prematuridade; Glaucoma Congênito; e Atrofia Óptica”, informa a oftalmologista. 

A profissional salienta que no diagnóstico de Catarata Congênita pode realizar uma cirurgia e há boas chances de recuperação a depender da precocidade de seu diagnóstico. “Excetuando-se a catarata, as demais não têm cura, no entanto, tem tratamento. Porém, se não tratadas, levam à cegueira”, complementa. 

Em 2012, aos 11 anos, a jovem reabilitanda, Eryane de Oliveira, de 25 anos, foi diagnosticada com glaucoma de forma tardia, ficando cega total do lado direito. “Comecei a sentir algumas alterações na visão fazendo com que eu tivesse mais dificuldades em enxergar, pois nasci com baixa visão. Mas, o anormal foi se estendendo. Fui ao médico, realizei exames e recebi o diagnóstico de glaucoma”. 

Suporte - O Abril Marrom pretende chamar a atenção também para a reabilitação e inclusão das pessoas com deficiência visual. No CIIR, dentre as terapias ofertadas, o treino de Orientação e Mobilidade (O.M) promove suporte ao usuário para superar as barreiras cotidianas.  

Conduzido pelo Centro Especializado em Reabilitação (CER IV), o plano terapêutico da O.M é dividido em etapas. O início do acompanhamento é realizado com o setor de educação física; a segunda etapa conta com a inserção da O.M às Atividades de Vida Diária (AVD) e finalizando com o treino de bengala longa. 

As técnicas ofertadas dentro da Orientação e Mobilidade são para que os usuários tenham uma maior autonomia, principalmente, na locomoção, tanto em ambientes internos quanto externos, por isso, a O.M é o processo de utilizar os sentidos remanescentes. “Esses sentidos remanescentes envolvem as percepções não visuais, como a audição, o tato (sistema háptico), o olfato, a cinestesia, a memória muscular e o sistema vestibular”, ressalta a terapeuta ocupacional, Ilma Franco.

A reabilitanda Eryane de Oliveira, em seu plano terapêutico realiza a O.M nas Atividades de Vida Diária (AVD). “A usuária apresenta queixas e demandas nas atividades do dia a dia em que, por algum motivo, ele não consegue realizar de maneira independente”, pontua a terapeuta.

Na sala de AVD, Eryane realiza as atividades cotidianas domésticas como manusear fogão, realizar cortes de alimentos para produzi-los e até armazenar objetos no guarda-roupa sem que aconteça acidentes com a jovem.

“A terapia garante à reabilitanda realizar as tarefas diárias com autonomia. Para potencializar o aprendizado, vendamos os seus olhos. Dependendo do grau de baixa visão, no futuro, não sabemos como vai estar o grau de deficiência visual da Eryane, ou seja, cego total de ambos os lados ou ainda enxergando com campo mínimo. Então, hoje, iria ficar muito fácil realizar a atividade sem a venda, porque ela consegue enxergar de um lado. Então, promovemos uma dificuldade para prepará-la ao futuro; de repente, caso precise do tato totalmente como guia, desta forma, esteja preparada”, conclui a terapeuta pontuando que os usuários precisam ser incluídos na sociedade e que todos têm o direito a uma vida independente e com igualdade de acesso.

Marta de Oliveira, de 44 anos, tia e acompanhante da reabilitanda, pontua a socialização em que a jovem potencializou ao longo de seu acompanhamento no CIIR.

“Hoje, a Eryane realiza tudo como se tivesse 100% da visão. Agradeço ao CIIR pelo suporte e inclusão que a minha sobrinha ganhou em cerca de um ano de acompanhamento terapêutico. Adequou algumas tarefas que já desempenhava e, outras, ela aprendeu aqui. As pessoas com deficiência precisam deste acolhimento para viver, principalmente, ela que mora sozinha”.

O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro, por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.