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Governo do Pará entrega hoje o Novo Mangueirão ao torcedor paraense

Clássico RE-PA marca o início de uma nova era para o futebol paraense em um estádio moderno reconstruído no "padrão Fifa"

Por Denise Soares (SECOM)
09/04/2023 07h00

O domingo de Páscoa de 2023 será marcado por um reencontro na capital paraense. Hoje, os torcedores paraenses terão oficialmente de volta o Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão. Seja nas arquibancadas ou no gramado, torcedores e jogadores dividirão a emoção de estarem juntos na reabertura oficial do Novo Mangueirão, com clássico RE-PA, válido pelo Campeonato Paraense.

“Realmente agora podemos considerar a história antes e depois do Novo Mangueirão. Eu, que joguei na estreia oficial do estádio, em 1978, nunca vou esquecer aquele jogo. Hoje o nosso gramado não deve nada ao de Maracanã, Morumbi e até a estádios da Copa do Qatar. Foi empregada toda a tecnologia possível aqui”, comenta o ex-jogador Raimundo Nonato Mesquita, autor de dois gols do placar de 4x0 da Seleção Paraense contra a Seleção do Uruguai, durante a partida oficial de inauguração do estádio há 45 anos, no ano de 1978.

O ex-jogador é hoje engenheiro agrônomo do Mangueirão e o responsável pelo gramado do estádio. Do tipo gramínea, a grama é uma variedade “Bermudas Celebration”, a mais utilizada em campos esportivos profissionais e apropriada para o clima tropical de Belém. 

O campo foi uma das etapas de modernização do Estádio Olímpico do Pará – jornalista Edgar Proença, feitas pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (SEDOP), que agora segue as diretrizes da Federação Internacional de Futebol (Fifa).

Luis Cláudio, de 13 anos, torcedor do Clube do Remo, ficou encantado com o que viu no último evento teste e pediu para voltar. O pai, Cláudio Mendes, disse que não perderia a oportunidade do jogo histórico. “É uma sensação indescritível. Realizar cada um dos sonhos do Luís Cláudio, é uma dádiva para nós como pais. As obras de modernização deixaram o estádio muito mais agradável para o público como um todo, as várias rampas de acesso melhoram a circulação das torcidas, ficou muito mais acessível para aqueles que possuem alguma necessidade especial de locomoção”, pontuou o advogado Cláudio Mendes. 

“Estamos devolvemos o nosso maior palco do futebol da Amazônia para essa torcida extraordinária. Ao longo do tempo, não se investiu no estádio para que ele estivesse nessa dimensão. Agora, nós voltamos a entregar o Mangueirão moderno, com acessibilidade e à altura de receber grandes eventos. Queremos também que o Mangueirão seja um incentivo aos clubes paraenses, para que se sintam engajados e motivados a investir cada vez mais em seus times”, comentou o governador Helder Barbalho.

Inclusão - A acessibilidade é fundamental para a família do adolescente. Agora, pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), como ele, terão espaço de acomodação sensorial no novo Mangueirão. É um projeto intersetorial desenvolvido pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) para garantir conforto durante os eventos, evitando situações de estresse em crianças, jovens, adultos e idosos com diagnóstico de TEA.

Modernização - O estádio, que começou a ser edificado em 1973 e abriu as portas pela primeira vez há mais de 40 anos, teve que se adequar a exigências de segurança, novos padrões estabelecidos pela Fifa e modernizações tecnológicas. 

Projeto do arquiteto paraense Alcyr Meira, o Mangueirão, batizado assim pelos moradores da cidade das mangueiras, foi construído por módulos e se tornou um ícone para o Pará. “O Estado ganhou uma projeção grande. Foi uma festa muito bonita. Até hoje alguns torcedores me reconhecem e eu fico muito feliz de ter feito parte dessa história. Eu sinto muito orgulho desse projeto. Futebol é a alma do povo brasileiro”, comenta o arquiteto. 

A total reestruturação do Mangueirão elevou o nível de segurança e conforto do estádio, agora, com capacidade para 50 mil torcedores. A obra de modernização traz a garantia da realização de grandes eventos esportivos de nível Internacional.

São novas rampas de acesso, elevadores, cabines de transmissão, camarotes, banheiros, restaurantes, cobertura, instalações, sistema de sonorização e iluminação cênica, placares, controle de acesso, substituição da pista de atletismo, novas acomodações para atletas, área externa refeita, projeto de sustentabilidade, recuperação da estrutura, postos policiais, câmeras com reconhecimento facial e ampliação do setor de cadeiras com substituição dos assentos por poltronas retráteis. 

Além do futebol

Palco de grandes eventos para além do futebol, o Mangueirão recebeu shows importantes, como o do grupo musical Menudo, em 1985. Também ganhou reconhecimento internacional com o Gran Prix Caixa de Atletismo, com a marca de mais de 42 mil expectadores presentes, sendo o maior em público do Brasil em competições de atletismo. Além de celebrações religiosas, como o XVII Congresso Eucarístico Nacional, realizado pela Arquidiocese de Belém, em 2016, e eventos das igrejas Quadrangular e Assembleia de Deus.

Nova era

O principal palco do futebol paraense está pronto para receber os torcedores, os eventos inesquecíveis e as novas revelações, apoiadas por quem fez carreira no esporte e sabe o valor do Mangueirão para os paraenses.

José Róbson do Nascimento, o Robgol, tem o estádio como uma casa. De longa trajetória pelo Paysandu, o jogo mais marcante foi a vitória de 5 a 2 contra o São Paulo, em 2003, pelo Campeonato Brasileiro. 

“Em uma tarde mágica ganhamos de goleada. E o melhor, eu marquei 3 gols em apenas 8 minutos”, exalta o ex-centroavante. “Se já era bom jogar naquela época, imagina agora seguindo aos padrões exigidos pela Conmebol e pela Fifa. Posso afirmar que estamos recebendo um grande presente, um verdadeiro incentivo para o esporte paraense”, ressalta Robgol. 

Reabertura

Aprovado por bicolores e azulinos, o Mangueirão reabre hoje para mais uma partida do clássico Remo e Paysandu pelo Campeonato Paraense, às 16h. Um jogo que liga o passado e o futuro, para quem tem o privilégio de ser e fazer parte dessa história.