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Custodiados da Seap retomam os serviços de limpeza no Novo Mangueirão

Os trabalhos envolvem 100 custodiados e seguem até o próximo domingo (09)

Por Caroline Rocha (SEAP)
06/04/2023 10h38

Cem custodiados do sistema penal retomaram a limpeza do Novo Mangueirão na  última quarta-feira (05). Os trabalhos seguem até o próximo domingo (09) e fazem parte das ações de higienização realizadas pelos apenados já realizados durante os dois eventos-testes das partidas da semifinal da Copa Verde, entre Remo e Paysandu no estádio.

Todos os internos que estão participando da ação estão custodiados na Colônia Penal Agrícola de Santa Isabel (CPASI). Ao todo, integram a operação mais de 40 servidores, entre operacional e das polícias especiais, Comando de Operações Penitenciárias (COPE), Central Integrada de Monitoramento Eletrônico (CIME), Grupo de Ações Penitenciárias (GAP), que estão atuando conjuntamente, para garantir a atuação e a segurança dos custodiados.

As ações integram o programa "Conquistando a Liberdade", da Secretaria de Estado Administrativo Penitenciário do Pará (Seap), que atua na prevenção da violência, ajudando o detento a voltar ao convívio com a sociedade, além de reduzir a pena por meio do trabalho. 

A iniciativa propõe ações em escolas da rede pública estadual de ensino, como serviços de limpeza, poda de árvores, reparos nas redes elétricas e hidráulicas e consertos de cadeiras e mesas. Atualmente, também atende as próprias unidades penitenciárias paraenses. O custodiado recebe o benefício da remição de um dia da pena a cada três participações, direito garantido pela Lei de Execuções Penais.

A coordenadora da Diretoria de Reinserção Social (DRS) da Seap, Raquel Lima, explicou que o “Conquistando a Liberdade” é um projeto com várias etapas. “O foco principal é na recuperação de escolas públicas municipais e estaduais. Nós temos feito pelo menos duas ações ao mês, uma em escolas e outras em vias públicas”, afirmou Raquel Lima.

Para Silvio Eduardo dos Santos, que participa do projeto há mais de um ano, essa iniciativa para a reinserção social das pessoas privadas de liberdade é muito importante.

"Essa é a oportunidade de mostrar para mim mesmo que sou capaz de participar deste projeto, que abriu não só a parte intelectual da minha vida, que estava perdida, e ainda ter essa oportunidade de trabalhar para voltar para a sociedade e mostrar que eu sou capaz e que posso, através do meu trabalho, mudar de vida. Isso é muito importante não só para mim, como para todos nós que estamos aqui hoje", disse.

O "Conquistando a Liberdade" já chegou a 18 municípios paraenses e é reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como referência no país na área de reinserção social de presos, além de ter sido premiados entre os mais de 460 inscritos no Prêmio Innovare, que há 20 anos tem o objetivo de reconhecer e disseminar práticas transformadoras que se desenvolvem no interior do sistema de Justiça do Brasil.

"Papo di Rocha" - O “Papo di Rocha” é outra atividade que envolve o projeto “Conquistando a Liberdade”. Ele consiste em um bate-papo entre os internos que estão atuando na manutenção e limpeza com os estudantes da escola atendida. Na conversa, o custodiado relata suas experiências de vida no cárcere, alertando os jovens a evitarem a criminalidade como uma opção. Diogo da Silva Batista, que também participa há mais de 1 ano, explicou como as ações nas escolas têm incentivado os próprios custodiados por meio da educação. 

"Participar dessas ações foi muito bom, me senti muito motivado. Passei no Encceja esse ano e estou esperando a nota do Enem. Já estou no sistema há dois anos e cinco meses, e hoje em dia a minha visão do mundo mudou, agora eu realmente dou valor as coisas importantes como a minha família e os meus estudos. Sei que estar aqui vai me ajudar muito para que quando eu sair do cárcere a minha realidade seja diferente", finalizou.

Texto: Kaila Fonseca / NCS Seap